por Cleiton Heredia
Vamos utilizar aqui a quantidade de uma lata de cerveja de 350 ml como exemplo, mas poderíamos substituí-la por um cálice de vinho de 150 ml ou uma dose de uísque de 40 ml, pois todos estes possuem uma quantidade equivalente de álcool, ou seja, 14 mg de álcool.
O principal ingrediente das bebidas alcoólicas é a molécula de etanol que já começa a entrar na corrente sanguínea a partir do primeiro gole através da mucosa da boca.
Depois disto o líquido passa pelo esôfago e chega rapidamente ao estômago. Até este momento cerca de 25% do álcool ingerido já está circulando no sangue. Os 75% restantes cairão na corrente sanguínea quando o líquido chega ao intestino delgado (órgão de alto poder de absorção devido estar cheio de vasos e membranas permeáveis).
Calcula-se que o tempo médio para que todas as moléculas de etanol ingeridas passem para a corrente sanguínea varie de 15 a 60 minutos. Vários são os fatores que influenciam na velocidade de absorção do álcool pelo organismo, tais como a velocidade que a pessoa bebe ou quantidade de alimento no estômago. É uma idiotice pensar que beber de estômago cheio evita que o álcool seja absorvido em sua totalidade pelo organismo. Só vai demorar um pouco mais!
Uma vez no sangue, o etanol irá ser transportado para todos os tecidos do corpo que possuem células com alta concentração de água. Entre os mais atingidos temos:
O CÉREBRO: as primeiras moléculas de etanol que chegam ao cérebro irão estimular os neurônios a liberarem uma quantidade extra de Serotonina, que é um neurotransmissor responsável por estabelecer conexões químicas entre os neurônios regulando assim o prazer, o humor e a ansiedade. Aqui está a razão do álcool inicialmente relaxar a pessoa e deixá-la mais desinibida e eufórica.
Como a pessoa segue bebendo, o etanol passará a inibir a liberação de um neurotransmissor chamado Glutamato. Este neurotransmissor é responsável por controlar o Ácido gama-aminobutírico (GABA) que é o principal neurotransmissor inibidor no sistema nervoso central dos mamíferos. Sem o Glutamato, o GABA é liberado de forma descontrolada no cérebro e aí ferrou! Os neurônios reduzem sua atividade e a pessoa começa a perder o bom senso ficando inoportuna com aquele papo sem noção e aquelas piadinhas sem graça (e o pior é que acham que estão abafando).
O ESTÔMAGO: O etanol das bebidas alcoólicas tem a propriedade de irritar a mucosa do estômago, dificultando a digestão e aumentando a produção de ácido gástrico neste órgão. Não é para menos que a pessoa sinta algum tipo de enjôo e tenha até vontade chamar o "Hugo". O vômito nada mais é que um mecanismo de defesa comandado pelo cérebro frente à agressão do etanol no estômago.
OS RINS: A quantidade de água absorvida pelos rins é controlada pelos hormônios produzidos em uma glândula no cérebro chamada Hipófise. O etanol irá inibir esta glândula e consequentemente descontrolará esta absorção de líquido pelos rins. Aqui está a razão pela qual uma pessoa que bebe acaba fazendo muito xixi. Na verdade não está sendo eliminado apenas o líquido ingerido na bebida alcoólica, mas também a água armazenada no organismo através das células, desidratando o organismo e desequilibrando algumas funções vitais.
O CORAÇÃO: Um efeito colateral da eliminação descontrolada de líquido pelo organismo está na perda de alguns minerais que ajudam a manter os batimentos cardíacos estáveis.
O FÍGADO: 90% das moléculas de etanol são metabolizadas neste órgão, ou seja, quanto mais uma pessoa bebe mais este órgão será forçado a trabalhar. A metabolização do etanol nada mais é do que quebrar as suas moléculas em partes menores para facilitar sua eliminação. Este órgão precisará de cerca de uma hora para metabolizar todo o etanol contido em uma simples latinha de cerveja. Caso a pessoa beba mais rápido do que isto, o etanol passará a intoxicar o organismo.
Portanto, eu até me arriscaria a dizer para aqueles que são maiores de 18 anos que, pelo ponto de vista das consequências químicas no organismo, não haveria tanto risco em se tomar uma simples latinha de cerveja (UMA SÓ!!! ENTENDEU?). Mas sabemos que os riscos do álcool não se limitam às suas consequências químicas, pois existem ainda os fatores psicológicos que devem ser considerados com muito critério.
Cleiton,
ResponderExcluirDe volta aos tempos do pastorado? Brincadeira...
Estava difícil abrir a página do seu blogue. Agora ficou mais leve. Fez alguma modificação? Abraços.
ResponderExcluirSério?!? Não sabia disto.
ResponderExcluirMas não modifiquei nada não.
Se voltar a ter dificuldade de acessar me avise que eu vou dar uma "fuçada".
Gostei da foto do casal.
Realmente, ainda tenho muito a aprender sobre cerveja...
ResponderExcluir...Na primeira foto desse post, acho que só experimentei a Cristal. Rs
Ps.: Não resisti a deixa.
Eu ja tinha essa concepção antes,
ResponderExcluirmas foi agradável perceber minha visão de forma mais estroturada e completa;
Obrigado escritor!