sexta-feira, 30 de maio de 2008

Uma simples questão de lógica


Imagine que alguém se proponha a escrever um livro contando a história de uma pessoa que durante toda sua vida foi funcionária em uma empresa cuja matriz estava sediada em um dos prédios do World Trade Center em Nova Iorque. O livro menciona que foi lá que ela conseguiu seu primeiro emprego como office-boy, e foi lá que progrediu de cargo até tornar-se um dos diretores da empresa.

O livro conta também que esta pessoa certa vez recebeu uma carta de alguém que dizia poder prever o futuro e implorava para que ela mudasse de emprego, pois em breve uma grande tragédia iria acontecer naquele local. Porém, ao concluir o livro, o autor nada mencione sobre a completa destruição destes edifícios em um atentado terrorista que vitimou cerca de 3 mil pessoas.

Qual seria a conclusão mais lógica?

Que este livro foi escrito e concluído antes do dia 11 de setembro de 2001.


Agora vamos imaginar que você é um judeu que nasceu em Jerusalém no ano 5 d.C. e cresceu tendo como centro de sua vida social, econômica e religiosa o magnífico templo de Herodes. Quando você está com cerca de 25 anos de idade ouve a pregação de um homem que prediz que aquele suntuoso e imponente templo seria em breve destruído por completo. Esta mensagem lhe escandaliza de tal forma que você passa a acompanhar com mais atenção à vida deste homem peculiar.

Alguns meses depois você fica sabendo que este homem foi acusado de blasfêmia pelos líderes de sua nação e condenado a morrer numa cruz romana. Passados 40 anos, você, agora com cerca de 65 anos de idade, assiste à sua cidade sendo invadida pelos romanos e o seu templo sendo destruído num terrível incêndio, exatamente como havia predito aquele homem.


Caso você fosse escrever um livro contando a história daquele pregador depois de ter presenciado a destruição de Jerusalém no ano 70 d.C., você não acharia imprescindível fazer menção a esta tragédia, especialmente pela predição feita tanto tempo antes?

A resposta mais lógica seria: SIM.

Aqui está o grande problema enfrentado por aqueles que afirmam que os relatos dos evangelhos sinóticos foram escritos depois do ano 70 d.C.

Como podem ter sido escritos depois e não existir absolutamente nenhuma menção do cumprimento dessa tragédia predita nestes documentos?

A conclusão mais lógica é que estes documentos foram escritos antes do ano 70 d.C., ou seja, não muito distante dos fatos ali relatados, e desta forma podendo ser facilmente refutados caso não passassem de pura invencionice motivada por fanatismo popular.

Mais uma PROVA da historicidade de Jesus.

A idéia geral da argumentação acima foi originalmente formulada por Norman Geisler e Frank Turek.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Prova ou Evidência?


Devido ao “caloroso” debate que estou tendo com meu amigo Ricardo Cluk a respeito do assunto apresentado na postagem anterior, resolvi sair em busca da real definição conceitual de prova e evidência.

A seguir resumo um texto extraído do site milgalhas.com.br na seção Gramatigalhas:

Evidência (ou prova?)

1) Para a Lógica Formal, evidente é o que está claro para todos e é por todos aceito sem necessidade de demonstração ou comprovação.

2) Os livros de processo civil assim definem a palavra prova: “o meio e modo de que usam os litigantes para convencer o juiz da verdade da afirmação de um fato, bem como o meio e modo de que se serve o juiz para formar sua convicção sobre os fatos que constituem a base empírica da realidade” (José Frederico Marques, Manual de Direito Processual Civil, vol. II. 1ª edição atualizada, pág. 207). Mittermayer define prova como a soma dos meios produtores de certeza.

3) Só desse confronto de conceitos, já se conclui que não se pode ter algo que precisa de prova, ou mesmo a prova em si, como uma evidência. No máximo, o que se pode ter nos autos de um processo é a evidência como o resultado de uma apreciação conjunta e conjugada da prova.

4) Desse modo, vê-se com facilidade que é equivocado o emprego de evidência para significar prova, como se dá nos seguintes exemplos:

a) A polícia colheu, no local, evidências de que os pais de Isabela foram os assassinos;
b) As evidências produzidas pela acusação irão fulminar os argumentos da defesa.

Tais exemplos devem ser assim corrigidos:

a) A polícia colheu, no local, provas de que os pais de Isabela foram os assassinos;
b) As provas produzidas pela acusação irão fulminar os argumentos da defesa.

No caso anterior, se o que a polícia colheu no local foram vestígios que constituem princípio de prova e podem conduzir ao conhecimento de elementos significativos do fato delituoso, então o que se tem é um indício, uma prova indiciária. Jamais, porém, uma evidência.

5) A origem do equívoco é facilmente identificável: vem da errônea tradução das legendas dos filmes policiais, pois, em inglês, evidence significa prova, o que não se dá em português.

Portanto, em português:

Evidência significa aquilo que é claro, inequívoco, muito visível, incontestável.

Prova significa um meio de demonstrar que um fato é verdadeiro, ou seja, se existem muitas provas de um fato, pode-se dizer que esse fato é evidente (muito claro, muito visível).

ERRATA: Após entender a diferença conceitual entre evidência e prova, devo admitir que utilizei estas palavras de forma equivocada em meu debate com o Ricardo na postagem anterior.

O correto, pelo menos de acordo com a terminologia jurídica, é falarmos das provas ou indícios do Cristo histórico ou mesmo da existência de Deus. Casos estas provas sejam contundentes, teremos uma evidência da verdade.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Jesus: Lenda ou Fato?


Estou entretido numa pesquisa pessoal onde procuro descobrir se Jesus realmente existiu ou simplesmente não passa da mais poderosa lenda urbana a que se tem notícia?

Segundo o teólogo da UMESP (Universidade Metodista de São Paulo), Gabriele Cornelli:

“Não é preciso comprovar a existência de Jesus arqueologicamente, pois existem várias evidências históricas. Além da literatura cristã primitiva temos testemunhos do Talmude, um dos textos sagrados do judaísmo, e de Josefo, o primeiro historiador judeu. Do ponto de vista histórico, é mais do que suficiente”.

O texto do historiador judeu Flávio Josefo, mencionado acima, encontra-se em sua obra intitulada “Antiguidades Judaicas” (95 d.C.):

“Por esse tempo apareceu Jesus, um homem sábio, que praticou boas obras e cujas virtudes eram reconhecidas. Muitos judeus e pessoas de outras nações tornaram-se seus discípulos. Pilatos o condenou a ser crucificado e morto. Porém, aqueles que se tornaram seus discípulos pregaram sua doutrina. Eles afirmam que Jesus apareceu a eles três dias após a sua crucificação e que está vivo. Talvez ele fosse o Messias previsto pelos maravilhosos prognósticos dos profetas”. (Josefo, “Antiguidades Judaicas” XVIII,3,2).

Este texto, que é uma tradução de uma versão árabe e talvez seje o que mais se aproxima do original, é colocado em dúvida sob acusação de interpolação por um escritor cristão, pois acredita-se que Josefo, na qualidade de judeu, nunca iria se reportar a Jesus desta maneira. Os eruditos se dividem em suas opiniões quanto à autenticidade deste texto, o que já não acontece quanto às supostas referências de Josefo a respeito da ressurreição e da messianidade de Jesus, onde todos são unânimes em admitir interpolações posteriores.

Em outros lugares de sua obra, Josefo também registra a execução de São João Batista (XVIII,5,2) e o martírio de São Tiago o Justo (XX,9,1), referindo-se a este como “o irmão de Jesus que era chamado Cristo”.

Os teólogos chamam a atenção para o verbo “ser” no passado, na expressão “Jesus que ERA chamado Cristo”, pois acreditam que esta forma testemunha contra uma possível adulteração cristã já que um cristão certamente escreveria “Jesus que É chamado Cristo”.

E o Talmude, o que diz?

Esta coleção de antigos escritos rabínicos, que constituem a base da autoridade religiosa para o Judaísmo tradicional, não faz referência explícita ao nome de Jesus, porém os rabinos identificam o personagem em questão como o próprio. São referências nada simpáticas nem a Jesus nem à sua Igreja, e por este motivo tidas como isentas de adulteração por parte dos cristãos. É interessante observar que ao mencionar os milagres realizados, estes não são negados como fábulas contadas entre o povo, mas são relacionados como frutos de artes mágicas do Egito:

“Na véspera da Páscoa eles penduraram Yeshu [...] ia ser apedrejado por prática de magia e por enganar Israel e fazê-lo se desviar [...] e eles o penduraram na véspera da Páscoa.” (Talmude Babilônico, Sanhedrim 43a).

A favor do Cristo histórico existem também algumas referências de autores pagãos tais como a correspondência política entre o procônsul na Ásia Menor no ano de 111 d.C., Plínio, o jovem, e o imperador Trajano:

“...[os cristãos] têm como hábito reunir-se em um dia fixo, antes do nascer do sol, e dirigir palavras a Cristo como se este fosse um deus; eles mesmos fazem um juramento, de não cometer qualquer crime, nem cometer roubo ou saque, ou adultério, nem quebrar sua palavra, e nem negar um depósito quando exigido. Após fazerem isto, despedem-se e se encontram novamente para a refeição...” (Plínio, Epístola 97).

Uma outra referência é encontrada nos escritos de um dos mais famosos historiadores romanos chamado Cornélio Tácito (55-117 d.C.), que também era governador da Ásia em 112 d.C., onde lemos:

“O fundador da seita foi Crestus, executado no tempo de Tibério pelo procurador Pôncio Pilatos. Essa superstição perniciosa, controlada por certo tempo, brotou novamente, não apenas em toda a Judéia... mas também em toda a cidade de Roma...” (Tácito, “Anais” XV,44).

Este texto encontra-se numa carta que trata sobre o incêndio criminoso de Roma, onde acredita-se que apesar de ter sido Nero o responsável, a culpa foi colocada em cima dos cristãos.

Um outro texto é o que está na carta de Mara Bar-Serapião (73 d.C. ?), um sírio escrevendo ao seu filho Serapião sobre a busca da sabedoria, onde menciona um tal “rei dos judeus” identificado por muitos como Jesus. Diz ele:

“Que vantagem tem os judeus executando seu sábio rei?... O rei sábio não morreu; ele vive nos ensinos que deu.”

Celso, o filósofo neoplatônico e grande inimigo do cristianismo também menciona Cristo em seus escritos.

A literatura cristã primitiva também é utilizada como evidência testemunhal do Cristo histórico. Os evangelhos e as várias epístolas neo-testamentárias são as principais delas. Mas existem outras posteriores tais como os escritos de Júlio Africano (220 d.C.). Este menciona um historiador samaritano de nome Talo (52 d.C.), que é considerado como o primeiro gentio a mencionar Cristo indiretamente:

“O mundo inteiro foi atingido por uma profunda treva; as pedras foram rasgadas por um terremoto, muitos lugares na Judéia e outros distritos foram afetados. Esta escuridão Talo, no terceiro livro de sua história, chama, como me parece sem razão, um eclipse do Sol”.

É prudente observar que não existe nada na história sobre os escritos de Talo, a não ser alguns fragmentos preservados nos escritos de Júlio Africano.

Mais evidências indiretas podem ser encontradas na defesa do cristianismo feita pelo jurista e teólogo Tertuliano, que menciona uma correspondência entre Tibério e Pôncio Pilatos sobre Jesus (Apologia,2), e também no desafio do filósofo cristão Justino, o Mártir, ao imperador Antonino Pio para que consultasse os arquivos imperiais deixados por Pilatos sobre a morte de Jesus Cristo (Apologia 1.48).

Os documentos históricos acima mencionados nos dão informações suficientes para sabermos apenas que Jesus foi um homem que viveu no primeiro século, chamado Cristo, Filho de uma mulher judia, operador de milagres que reuniu em torno de si vários seguidores que o adoravam como Deus. Este homem foi crucificado sob o governo de Pôncio Pilatos. Porém, sua identidade como Filho de Deus e Salvador da humanidade ficam circunscritas aos escritos essencialmente de origem cristã.

Minha conclusão pessoal pelas pesquisas que tenho realizado (essencialmente modestas) é que a existência do personagem histórico chamado Jesus é praticamente irrefutável. Um dos argumentos mais fortes que vejo a favor deste fato é que, caso Jesus nunca houvesse existido e tudo não passasse de pura lenda ou crendice popular, isto seria muito facilmente refutado por aqueles que viveram bem próximo ao tempo e local onde tudo se originou. No entanto, tudo o que encontramos são referências combatendo sua pessoa e refutando sua doutrina, mas nenhuma deixando dúvida quanto a sua existência.

Como a verdade não teme investigação, continuo pesquisando e principalmente aguardando comentários que venham pesar do outro lado da balança.

domingo, 25 de maio de 2008

Israel discute lei para mudar o sábado para o domingo


Esta notícia foi divulgada pelo jornal israelense Israel National News:

Ocorre um debate no partido NRP, liderado por Zevulon Orlev, sobre uma pesquisa feita entre a população israelita quanto a sua proposta de mudança do descanso sabático para o domingo nesse país. A pesquisa mostraram 56% de apoio da população ao projeto de mudança, com apenas 30% de objeção. Se depender de Orlev o domingo se torna o dia de descanso, embora o sábado ainda permaneça. Sua proposta é que os meios de transporte e de divertimento funcionem no sábado, mas não mais no domingo.

As repartições públicas continuarão fechadas no sábado, pois este dia é ainda o dia de descanso neste país, mas o transporte e as diversões passam a abrir. A idéia é dar às famílias mais tempo para passarem juntas, sábado e domingo. O tempo de trabalho seria compensado pelo aumento das horas de segunda a sexta-feira.

Para ler a notícia na íntegra acesse http://www.israelnationalnews.com/News/News.aspx/122554.

Alguns entendem que esta é uma lei que dá início a uma transferência da solenidade do sábado para o domingo, e da secularidade do domingo para o sábado. Outros vêem esta discussão como parte do projeto do vaticano para o mundo todo, que propõe salvar o planeta das graves tendências de colapso pela santificação do domingo.

Os Adventistas do Sétimo Dia, que aguardam o decreto dominical vindo inicialmente dos Estados Unidos da América, podem entender que ao Israel fazer esta significativa mudança, o grande embaraço que um decreto dominical americano causaria entre os judeus ricos e poderosos dentro daquele país (e fora dele), seria minimizado ou até inexistente.

Segundo os adventistas, o que ocorre ali não é esse decreto, mas uma lei anterior, já esperada profeticamente. Esta lei, no entanto, abre o debate legislativo para leis em favor do domingo no mundo todo.

O ponto que eu ainda considero polêmico é se estas mudanças poderão de alguma maneira fazer com que o sábado se torne cada vez mais difícil de ser santificado por aqueles que entendem ser literalmente válido o quarto mandamento do decálogo judaico-cristão.

sábado, 24 de maio de 2008

Estratégia de Marketing Tupiniquim


Dois vendedores ambulantes entram no trem e um deles começa:

- Bom dia pessoal! Quem viu a propaganda do Carrefour na televisão? Lá estão vendendo esta barra de chocolate (falou o nome de uma marca que eu nunca tinha ouvido falar) por R$ 4,99. Mas aqui temos o mesmo chocolate por apenas R$ 3,99. Quem vai querer?

Em começaram a desfilar pelo trem oferecendo seu chocolate, mas ninguém o comprou.

De repente um deles se vira para o colega e grita:

- Agora ferrou! Os “home” estão aí no vagão ao lado e vão pegar nossa mercadoria assim que pararmos na próxima estação.

O outro fala:

- Ainda bem que só estou com 10 barras. Mas já que vou perder tudo mesmo o negócio é queimar o estoque. Aí pessoal, agora é apenas um real! Quem tem um real? Quem tem um real?

E começaram novamente a circular pelo trem onde vários tiravam suas notas e moedas do bolso e com um ar de satisfação compravam a mercadoria cientes de estarem fazendo um ótimo negócio.

O trem parou na próxima estação e os dois ambulantes marreteiros saltaram tranquilamente com apenas uma pequena parte da mercadoria que havia sobrado.

Achei interessante a estratégia por eles abordada, pois, além do “show de picaretagem” proporcionado por aquele teatrinho amador, ela acaba evidenciando a criatividade sem escrúpulos do povo brasileiro para conseguir sobreviver, bem como a mentalidade oportunista de grande parte da população.

Alguns dizem: “Pelo menos não estão roubando!”

Sim, não estavam roubando, “só” mentindo.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

A cabeça de Deus


Hoje fui assistir a pré-estréia de "Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal". Um filme que rompe todas as barreiras do impossível e faz o “Homem de Ferro” parecer um documentário científico. Acredito que até os fãs mais fanáticos de Indiana Jones devem ter achado este filme um absurdo tão grande que mais parecia ser um desenho animado daqueles em que os personagens são esmagados, triturados, fatiados, explodidos, desmembrados, e depois, na próxima cena, aparecem andando como se nada tivesse acontecido.

Bem, mas mesmo o filme sendo uma grande piada, existe uma cena com um diálogo curto que me levou à reflexão. Indiana Jones comentando sobre um crânio extraterrestre ovalado que acabara de encontrar, afirma para seu companheiro que poderia se tratar do deus adorado por um determinado povo primitivo. Seu companheiro então exclama:

- Não pode ser! Deus não tem uma cabeça assim!

Indiana Jones retruca:

- Depende do deus em que você acredita!

Como é a cabeça de Deus? É óbvio que não me refiro ao formato físico. Como é a mente de Deus? A resposta dada faz sentido: “Depende do Deus em que você acredita!”

Cada religião entende ou procura interpretar a mente de Deus à sua própria maneira. Desta forma, não é de se estranhar que a acentuada diferença entre as culturas orientais e ocidentais tenham originado diferentes conceitos sobre como é Deus. Porém é interessante observar que mesmo dentro de uma mesma cultura existem diferentes formas de entender a Deus.

Vejam por exemplo o cristianismo ocidental onde existem tantos segmentos religiosos quanto às inúmeras possibilidades da mente humana procurar entender o seu próprio Deus. Nem precisamos ir muito longe, pois os próprios Adventistas estão divididos em relação ao seu conceito de divindade, onde para uns o Deus eterno é um só de forma absoluta (unitarianos) e para outros é um só de forma relativa (trindade).

Sabe aquele ditado que diz: “Em cada cabeça, uma sentença”? Pois é, esta é a realidade da mente humana em relação ao Deus em que quer (escolhe) acreditar:

“Em cada cabeça, um Deus”.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Fantasmas existem?

por Cleiton Heredia


Você se lembra desta foto? Ela foi tirada de um dos trechos do filme "Três solteirões e um bebê" (Three Man and a Baby - 1987).

Na época espalhou-se a notícia de que se tratava da aparição sobrenatural (fantasmagórica) de um menino que havia morrido naquele apartamento onde as filmagens foram realizadas.

Alguns diziam não passar de uma jogada de marketing por ocasião do lançamento do filme em fita VHS. Bem, se foi, ela até que deu certo, pois mesmo o filme sendo uma droga, muitos acabaram pegando-o na locadora só para ver o tal "fantasminha".

Outros já pensavam bem diferente, como pode ser visto no relato abaixo:

"Achei a aparição muito oportuna. Foi a melhor parte do filme. Não houvessem provas tão evidentes, diria que foi uma jogada de 'marketing' para promoção. Como diretor de cinema, o convidaria formalmente para participar de todos os meus filmes, pois o garoto é muito carismático, principalmente sendo um 'fantasma'. Falando sério, esta é uma imagem incomum de um fato absolutamente corriqueiro, quando um espírito desencarna e continua habitando a casa onde viveu, enquanto encarnado. Muitas são as teorias aceitáveis para este 'flagrante'. É possível que ele estivesse incomodado com a 'invasão do seu domicílio'. Existe ainda, a possibilidade, de o espírito não saber ou não aceitar a morte física, por apego à vida material, descrença, etc. É preciso, contudo, deixar claro que um espírito que desencarna e continua por aqui, precisa de ajuda, mais precisamente de oração e iluminação, e isso é mais importante do que qualquer polêmica." (extraído do blog "Isso é Bizarro" - issoebizarro.blogspot.com).

Uma pessoa mais racional talvez aprecie mais a explicação de "Mesto" do site "Casa Fantasma":

"Um filme não é filmado em um apartamento, e sim em um estúdio. Não há espaço em um apartamento para uma equipe profissional de cinema gravar um filme inteiro. Apenas algumas cenas são filmadas em locação, e essa não foi uma delas. Agora o que realmente aconteceu, isso é apenas um cartaz do ator Ted Danson (o mesmo que aparece na cena). Da para ver isso em outra cena do filme. Não acredite em tudo o que você vê em um filme, ainda mais em fantasmas."(http://br.geocities.com/mesto_fantasma/escolha.htm).

Para confirmar a explicação acima, veja a outra cena onde o mesmo cartaz aparece:


Está mais do que evidente de que este caso em particular não tem nada haver com aparição espiritual ou algo sobrenatural, mas é interessante notar como a crendice popular, sempre sensacionalista, é poderosa para iludir os crédulos.

O sobrenatural existe? Bem, todas as religiões são unânimes em dizer que sim!

E você, em que acredita?

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Conversa de estudante


Duas jovens de não mais que 25 anos conversam no ônibus enquanto se dirigiam para a faculdade:

- Você estudou este ponto? (Pergunta a jovem a sua amiga apontando para uma página no livro).

- Não! Acho que o professor não irá pedir isso. Se eu conheço bem este professor, ele irá perguntar sobre isto. (Responde a amiga mostrando os apontamentos em seu caderno).

- Tranquilo! Dando uma lida acho que dá para tirar uma boa nota. (Comenta a jovem finalizando o assunto e imediatamente mudando a conversa para a balada do fim de semana).

Após ouvir os comentários acima passei a refletir em como é lamentável, em um ambiente de formação profissional, encontrar jovens cuja ênfase educacional está na quantificação da avaliação e não na qualidade do conhecimento acompanhado de reflexão pessoal.

Não sei qual curso superior aquelas jovens estavam fazendo, mas posso imaginar o tipo de profissionais que serão caso não mudem sua maneira de pensar. Mas como mudar se desde que começaram a estudar no ensino fundamental e médio seus professores foram, na esmagadora maioria, conteudistas, não promovedores do pensar, e o que é pior, dando a entender que boas notas são sinônimo de aprendizagem?

Nossos jovens deveriam ser preparados desde a tenra idade a exercitarem o pensamento de forma que ao ficarem maiores não permitam jamais que um professor determine o tipo de profissinais que serão no futuro.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Tá difícil entrar no trem? Então vai pro Japão!




No mês passado postei algo sobre a hiperlotação dos transportes públicos aqui em São Paulo (para reler acesse aqui).

Mas depois de assistir ao vídeo abaixo percebi que as coisas podem piorar ainda muito mais...



Segundo a agência de notícias Tokyo - ipcdigital.com: "O percurso mais congestionado fica entre as estações Ueno e Okachimachi, da linha JR Yamanote, com um nível de lotação de 216% nos trens na hora do rush matinal."

Para você entender melhor o que significa este nível de lotação:

150%: apenas os ombros se tocam, de forma que é possível ler um jornal
180%: existe contato físico e é possível ler um jornal dobrado
200%: os passageiros são empurrados uns contra os outros provocando contato físico e forte pressão ou sufocamento

Aqui em São Paulo os horários de rush alcançam entre 150% e 180%. Acho que não chegamos a 200% porque depois de uma certa lotação ninguém mais consegue entrar (faltam os guardinhas para empurrar). Veja este flagrante em uma estação da CPTM super lotada...



Podem ver que até nisso os japoneses são mais eficientes do que a gente.

Tá reclamando da situação na Estação Santo Amaro? Então vai para Ueno no Japão! Lá pelo menos eles garantem sua entrada na composição.

Que loucura!!!

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Sinal da Cruz


Estava ontem assistindo ao filme "O vôo do Fênix" e ouvi uma piada interessante:

Um padre e um rabino foram juntos assistir a uma importante luta de boxe em Las Vegas. Compraram seus ingressos na bilheteria, entraram, procuraram seus lugares na platéia e assentaram-se aguardando o início do evento principal. Os lutadores da noite entram no ringe e um deles, antes de começar o embate, vai até o seu córner, ajoelha-se e faz o sinal da cruz. O rabino intrigado, pergunta ao padre:

- O que significa este gesto?

O padre olha seriamente para o rabino e responde:

- Nada significa se ele não souber lutar!

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Ilusão de Ótica


Dizem que enxergamos com muita facilidade aquilo que queremos ver.

Muito embora isto seja verdade, não é toda a verdade, pois nós também enxergamos com facilidade aquilo que foi cuidadosamente preparado para provocar em nós uma ilusão de ótica, induzindo-nos a ver aquilo que queriam que nós víssemos.

A mídia muitas vezes é poderosa para criar verdadeiras ilusões de ótica induzindo as massas a enxergarem somente aquilo que lhe é conveniente.

A conveniência da mídia tem por base justamente descobrir o que as pessoas querem ver e a partir daí "desenhar" os fatos criando a ilusão que lhes dará justamente o que querem.

Para não sermos enganados precisamos aprender a olhar para o quadro analisando racionalmente cada parte em separado. Só assim conseguiremos ver que, muito embora o conjunto cuidadosamente planejado sugira uma coisa, na verdade o sugerido não tem nada haver com a realidade. É pura ilusão de ótica!

quarta-feira, 7 de maio de 2008

EU AMO CORRIDA DE MONTANHA


"A vitória estará com aqueles que continuam correndo quando as pernas tremem.
Os que continuam subindo quando o ar acaba.
Os que continuam lutando quando tudo parece perdido,
Como se cada passada fosse a última,
Convencidos de que a vida em si é um desafio.
Sofrem mais não se queixam,
Porque sabem que a dor passa.
O suor seca.
O Cansaço termina.
Mas há algo que nunca vai desaparecer:
A satisfação de ter conseguido."




(o texto acima foi adaptado de autor desconhecido)

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Relato da Meia-Maratona mais difícil do Brasil - Extrema 2008


A Corrida Noturna de Montanha em Extrema é unanimidade entre os Corredores de Montanha e por isto é sempre aguardada com muita expectativa e ansiedade por todos. De todas as cinco edições, tive a satisfação, privilégio e orgulho de ter participado das últimas quatro, ou seja, de todas as edições noturnas (a primeira edição em 2004 foi a única realizada de manhã). Na verdade, esta prova noturna em Extrema, por todas as histórias que dela são contadas pelos corredores, expectadores e realizadores, já virou lenda.

Quem por exemplo não ouviu falar da lenda do corredor desaparecido? Acho que foi em 2005 ou 2006 que contam a história de um corredor que largou e nunca chegou. O pessoal do resgate, após a prova, percorreu novamente todo o percurso para ver se encontrava o dito cujo, mas nada. No dia seguinte contam que as buscas continuaram, mas o cara tinha sumido mesmo. Mistério!!! O que será que aconteceu??? Perdeu-se na serra e se afastou muito da trilha indo parar sabe-se lá onde? Foi devorado por uma Anaconda? Foi atacado pelo Chupa-Cabra? Foi abduzido? Caiu num buraco negro e foi parar numa outra dimensão? Nada disto! Depois de muito tempo, descobriu-se que se tratava de um caso de abandono de prova sem comunicar devidamente a direção. Falha grave! Hoje já existe multa pesada para quem quiser repetir a façanha.

Mas falando em histórias de Extrema, dia 3 de maio de 2008 aconteceu a 5ª edição e outras muitas poderão ser contadas. Aqui vai a minha...

Acordei cedo no sábado, pois a ansiedade impedia que eu continuasse por mais tempo na cama. Passei a mão na minha bagagem, já minuciosamente preparada no dia anterior, e me dirigi à rodoviária do Tietê. Lá encontrei por acaso outros dois corredores: Tatiana e Antônio Pinto, carinhosamente apelidado pela família dos corredores de montanha simplesmente como “Pinto”. O “Pinto” é gente “finíssima” (no bom sentido, é claro); um rapaz calmo e educado que com muito bom humor tira de letra as brincadeiras feitas com seu “codinome”: “Este Pinto está muito mole hoje... Vamos lá Pinto, levanta!”, ou ainda: “Quando eu olhei para trás e vi que o Pinto vinha tentando me alcançar, corri feito doido”.

Fizemos uma viagem muito agradável falando sobre corridas, treinos, alimentação e teve até uma pequena sessão de mágicas que eu me arrisquei a fazer com eles. Chegamos a Extrema por volta do meio dia e meio, subimos a pirambeira até a pracinha e tratamos de procurar um local para comer. Num dos poucos restaurantes disponíveis na cidade encontramos o resto da turma. Foi um almoço simples, mas bem divertido – a turma é muito animada! Comemos muito e rimos mais ainda.

Me senti grandemente honrado em poder partilhar da mesma mesa com a elite das corridas de montanha no Brasil. Ali só tinha vencedor e campeão, e eu, bem... eu era o único pangaré no meio daquelas feras todas. O que eu admiro de verdade nesta turma batalhadora que consegue voar nas trilhas é a humildade, pois mesmo sendo as estrelas do show, não se importaram em ter ao lado alguém que estaria ainda na metade da prova quando eles já a teriam terminado. Esta turma estará sempre em primeiro, não somente nas corridas, mas também no meu coração.

Após o almoço, procurei descansar um pouco, mas foi difícil, pois a adrenalina já começava a tomar conta do meu corpo. Devido aos “maus bocados” pelos quais passei na última edição (2007), sentia um misto de medo misturado com uma vontade enorme de iniciar a prova e provar para mim mesmo que aquele ano seria tudo diferente.

Agora faltavam apenas alguns minutos para a largada e lá estávamos todos nós: corredores veteranos já conscientes da “pedreira” que teríamos pela frente e muitos corredores novatos que meio desconfiados nos perguntavam – “Esta corrida é realmente tudo aquilo que falam dela?” Bem, nós não queríamos assustá-los mais do que já estavam, e por isso apenas nos limitávamos solidariamente a responder – “Calma, você ainda não viu nada! Será muitíssimo pior de tudo aquilo que já tenha escutado” – o sorriso sarcástico ao final era inevitável.

Às 18:00 horas foi dada a largada. Desfilamos orgulhosos pelas ruas da pequena Extrema como verdadeiros guerreiros indo para uma batalha ou mesmo gladiadores indo para uma luta de vida ou morte. Na verdade era exatamente isto que todos éramos: corajosos guerreiros e vorazes gladiadores com uma única certeza em mente: “ISTO VAI DOER MUITO!”

A corrida, mesmo para os corredores mais experientes, foi muito mais difícil que qualquer uma das edições anteriores. Como na sexta que antecedeu o dia da prova havia chovido praticamente o dia todo, as trilhas estavam muito úmidas e perigosamente escorregadias. Estas condições permitiram que eu estabelecesse meu mais novo recorde nas corridas de montanha – bati meu recorde de tombos! Minha nossa, nunca caí tanto numa prova quanto nesta. Era tombo de tudo quanto era jeito, alguns cinematográficos, outros ridículos, alguns hilários, outros dramáticos e muito doloridos. Num deles meu pé enroscou num cipó bem numa descida íngreme, fazendo com que o pé ficasse e o resto do corpo continuasse. Abri um “espacato” que jamais imaginaria ser capaz de fazer e quase quebrei a perna. Na estrada de terra, que mais parecia estrada de limo, eu parecia que estava jogando futebol de sabão. Levantada e caía ininterruptamente. Era de dar raiva!

Ao chegar ao km 12 já havia transcorrido mais de 2:30 horas de prova e o cansaço já se fazia sentir (este ano não consegui fazer nenhum treino com mais de 12 km). As dores nas pernas já eram fortes e eu não sabia bem se era em razão do esforço da primeira grande subida ou simplesmente uma seqüela dos muitos tombos. Uma outra coisa que me atrapalhou muito foi uma bolha na planta do pé que começou a se desenvolver no km 3 e que nos km 12 já havia estourado deixando parte do pé em “carne viva”. A partir daí cada passo foi acompanhado de uma aguda dor que me acompanhou até cruzar a linha de chegada.

Conforme me aproximava do “pasto da morte” minha apreensão ia aumentando cada vez mais. O trauma do ano passado ainda estava bem vívido em minha memória. Minhas energias já estavam bem reduzidas e eu procurava ingerir algumas barrinhas de cereais que levava comigo na tentativa de repô-la, mas comecei a sentir ânsia de vômito e não insisti.

O “pasto da morte” chegou e na seqüência a temida escalada que levava ao cume da Serra Forja. Não adianta! Por mais consciente que eu estivesse das dificuldades que enfrentaria nesta subida, na hora “H” tudo se potencializa muito além de qualquer expectativa. Foi uma subida dramática, pois o terreno estava muito escorregadio e a vegetação, que serve de apoio, muito úmida. Cada metro era conquistado somente com muito esforço físico, e isto fez com que precisasse fazer várias paradas para recuperar o fôlego e tentar diminuir os batimentos cardíacos. Os últimos 10 metros foram os mais dramáticos, pois estava sentindo muita tontura e tinha uma enorme dificuldade de subir em linha reta.

Depois de 40 minutos de muita luta cheguei novamente no topo. Agora era só descer. Só?!?! Acontece que descer extenuado e com as pernas detonadas é tão difícil quanto subir, porém muito mais doloroso. Desci em ritmo muito lento, prolongando desta forma minha exposição ao gelado vento que castigava a serra (acho que a sensação térmica era de uns 5 graus).

Já haviam se passado 4 horas de prova e ainda faltavam 4 km. Em condições normais, esta distância não exigiria mais que 20 minutos de corrida. Mas minhas condições físicas estavam tão debilitadas que demorei o dobro do tempo. Completei a prova em 4:43 horas, feliz por ter terminado, mas muito decepcionado com o meu tempo.

E é isso aí! Desculpem aqueles que esperavam um final apoteótico, mas desta vez termino sem mais delongas: a corrida foi “5 estrelas” (é indiscutivelmente a “meia” mais difícil do Brasil, se não for do mundo), mas meu desempenho foi uma droga!

De volta aos treinos...

sexta-feira, 2 de maio de 2008

CORRIDA DE MONTANHA EM EXTREMA


É amanhã!!!

03/05/2008 - 3ª Etapa do Circuito de Corrida em Montanha 2008 - Extrema/MG.

"Em sua quinta edição a Meia Maratona Noturna de Extrema é a corrida mais dura do Brasil. Se não bastasse os morros que mais parecem paredes impossíveis de ser transpostas ainda tem o desafio de enfrentar a noite por estradas de terra e trilhas.

O ponto mais desafiador é por conta do 'Pasto da Morte', apelido dado pelos corredores mais antigos que participam anualmente desta prova, a uma trilha de gado em um pasto que dá acesso ao cume da Serra do Forja.

Não é uma prova para qualquer um, além de testar os limites físicos e psicológicos dos atletas EXTREMA é uma experiência única para todos que buscam por desafios além do que podem imaginar."
- Texto extraído de www.corridasdemontanha.com.br.

Veja o percurso de 24 km (clique na figura para ampliar):

Confira a altimetria (clique na figura para ampliar):

Assista como foi a prova do ano passado clicando AQUI

Leia um relato que fiz da prova do ano passado clicando AQUI

E aí! Vai encarar?