sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Encontro Mundial de Mágicos 2009


Começa hoje em Belo Horizonte (MG) o EMM 2009 (Encontro Mundial de Mágicos 2009) que reunirá alguns dos grandes nomes da mágica mundial em um congresso com previsão para mais de 200 participantes.

Serão 4 dias de muita mágica onde desfilarão em galas de palco e conferências nomes internacionalmente ilustres como:

- Lennart Green (Suécia)
- Shoot Ogawa (Japão)
- Tina Lenert (Estados Unidos)
- Michel (Argentina)
- Eric Chartiot (França)
- Mago Mai (Venezuela)
- Marcel (Argentina)

Entre os mágicos brasileiros convidados especialmente para este encontro temos:

- Andrély
- Ricardo Harada
- PJota
- Márcio Valentim
- Klauss
- Henry Vargas
- Rubadel
- Márbel
- Rafael Titonelly

Entre os pontos altos deste encontro de mágicos estarão as competições que serão realizadas nas seguintes categorias:

- Magia Geral
- Magia Cômica
- Magia Infantil
- Manipulação
- Cartomagia
- Close Up
- Mentalismo
- Invenções

Os organizadores prometem estabelecer um recorde Sul Americano de Maratona Mágica: "60 Mágicos em 60 Minutos". Algo semelhante já foi tentado no FLASOMA sediado pelo México, porém os 100 mágicos participantes estouraram o tempo previsto de 1 hora e 40 minutos, completando a Maratona em 4 horas.

Eu bem que gostaria muito de poder estar presente neste evento, porém minhas atividades profissionais (que não tem nada haver com mágica) me impedem.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Carros serão monitorados por Chip


Prepare-se para ser vigiado onde quer que vá com seu veículo, pois a instalação dos chips de identificação de veículos deve finalmente sair do papel.

O nome do "olho que tudo vê" é SINIAV (Sistema Nacional de Identificação Automática de Veículos) e de acordo com o DENATRAN (Departamento Nacional de Trânsito), São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília devem ser as primeiras cidades a ter o sistema implantado (o governo federal anuncia que a tecnologia terá de ser adotada em todo o território nacional até novembro de 2011).


A Prefeitura de São Paulo não vê a hora de ter o sistema funcionando, pois assim poderá retirar de circulação os veículos irregulares, que correspondem a 30% da frota de 6,5 milhões, na esperança de diminuir drasticamente os congestionamentos.

Basicamente, o SINIAV vai funcionar como o sistema “Sem Parar” do pedágio. O chip é instalado na dianteira do veículo (pára-brisa), e troca informações com as antenas. Os dados são enviados para uma central de monitoramento e quando o veículo irregular ou sem chip passa pelo “portal” é identificado na hora.


O chip funciona como uma placa eletrônica e com certeza será utilizado para fiscalizar o rodízio de veículos. Mas outras informações como licenciamento, multas, IPVA, inspeção veicular deverão ser checadas. Até mesmo os estacionamentos poderão utilizá-lo para controlar o acesso de veículos e fazer a cobrança virtualmente, por cartão de crédito.

O sistema deverá também ajudar na gestão do trânsito, controlando o limite de velocidade, e na segurança pública, identificando veículos roubados e clonados.

Embora digam que os dados do sistema deverão ficar restritos ao governo, ninguém duvida que essa será uma forma de o Estado estabelecer cada vez mais controle sobre o cidadão.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

O que é MÁGICA?

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Chad Long

"Mágica é um veículo que cria um relacionamento com sua audiência"

Ascânio

"O mágico é um artista performático que usa ilusões para quebrar a fronteira entre o artista e o público"

Michael Ammar

"Mágica é a arte de fazer o simples parecer maravilhoso"

Eugene Burguer

"Mágica é uma série de imagens chaves apresentadas em uma ordem particular que quando consideradas no todo sugerem uma interpretação destes eventos como 'impossível'"

Dariel Fitzkee

"Magica consiste em criar, através da distração* dos sentidos, a impressão mental de um agente sobrenatural em ação" (*no texto original em inglês a palavra usada foi "misdirection" que significa a técnica de fazer com que o espectador volte sua atenção para um outro lugar, enquanto o mágico utiliza técnicas para esconder o que não pode ser visto)

Charles Reynolds

"Magica é uma arte teatral de criar a ilusão da impossibilidade como uma forma de entretenimento"

Jeff Mcbride

"Em certo sentido, todo teatro é mágico, e toda arte é mágica. Todo artista cria sua própria realidade mágica. Uma pessoa coloca uma máscara e repentinamente é um novo ser presente! Um artista pega um pincel e um pouco de tinta e coloca-os em uma tela, levando-nos a ver, não o pincel ou a tinta ou a tela, mas uma flôr ou uma montanha ou uma árvore. Aquilo não existe na 'realidade', mas é uma ilusão, mágica!"

Juan Tamariz

"Definição da mágica? A ilusão da impossibilidade"

David Copperfield

"Mágica é uma viagem de autodescoberta"

Roberto Giobbi

"Mágica nos traz de volta o encantamento da infância. Aquela experiência de maravilhar-se continuamente neste período inicial quando nada fazia sentido e o mundo era um desencadear de surpresas"

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Sou um Bobo da Corte, mas não vejo a menor graça


No Reino do Brasil tem gente que acha que o Brasil é uma democracia e tem gente que acha que o Brasil é uma ditadura. Mas na verdade, o Brasil não é nenhum dos dois.

O Brasil é um Sistema Feudal onde temos Reis, Nobres, Povão e Bobos da Corte (atualmente mais conhecidos como "palhaços").

O quadro abaixo mostra quem ocupa cada uma destas três classes e o que fazem:



Tudo começa com os Bobos da Corte (os palhaços). Digamos que a sua empresa te pague R$ 5.000,00 por mês. Somando os diversos tipos de imposto, você pagará em média 35% do total direto à nobreza.

R$ 5.000,00 - R$ 1.750,00 = R$ 3.250,00

Com esse dinheiro, você comprará produtos e serviços, como arroz, gasolina e manicure. Só que nesses produtos e serviços, estão embutidos cerca de 40% de impostos, que vão direto para a nobreza.

R$ 3.250,00 - R$ 1.300,00 = R$ 1.950,00

Até agora, dos R$ 5.000,00 que você suou a camisa para ganhar, sobraram apenas R$ 1.950,00. Em um País "normal" (entenda-se: "descente"), em troca dos 60% do seu salário que você já entregou, você deveria receber ensino, saúde e aposentadoria gratuitos e de qualidade. Mas no Brasil nada disso presta, portanto você precisa pagar tudo de novo.

Vamos supor que você gaste mais R$ 1.200,00 entre escola particular, plano de saúde e previdência privada, que são serviços que você deveria receber de graça em troca do dinheiro previamente "arrecadado" (entenda-se: "saqueado") pela nobreza.

R$ 1.950,00 - R$ 1.200,00 = R$ 750,00 (Que é o que te sobra no final das contas)

Você entendeu?

Você produziu R$ 5.000,00, consumiu R$ 750,00 e foi para a nobreza R$ 4.250,00.

O quadro abaixo mostra como este Sistema se equilibra:



Desta forma temos a seguinte situação final:

Povão: Continua ignorante e miserável, mas feliz desde que haja cachaça e futebol.

Nobreza: Continua trabalhando pouco, levando uma vida de luxo e aumentando gastos e impostos.

Bobos da corte: Concluem que produzir no Brasil é um mau negócio e ficam olhando os países mais sérios decolarem à frente do Brasil. Os mais brilhantes e capazes acabam se mudando para países onde são mais valorizados.

E o Rei? Bem, este continua se matando de rir dos seus Bobos da Corte...

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Concurso de Mágicos do Programa Silvio Santos (SBT) - 2ª Etapa

Ontem, 25/10/09, aconteceu "finalmente" a 2ª etapa do Concurso de Mágicos no Programa Silvio Santos. Digo, "finalmente", porque a 1ª etapa foi em 27/09/09 e esperava-se que as etapas fossem acontecendo a cada 15 dias, porém tivemos que esperar quase que um mês para assistir sua continuidade.

Bem, mas valeu a pena esperar, pois os mágicos que se apresentaram fizeram um excelente trabalho com mágicas clássicas muito visuais e uma apresentação impecável.

Os mágicos que fizeram parte desta etapa foram:

1- Magos de Preto


2- Mágico Giovanni Bright


3- Maga Diny


4- Mágico Gustavo Vierini


Parabéns Gustavo Vierini!



Já são dois semi-finalistas:

1- Mágico Gurguren (27/09/09)
2- Mágico Gustavo Vierini (25/10/09)

Na próxima etapa será a minha vez de entrar na competição.

O programa já foi gravado há mais de duas semanas atrás e embora já saiba o resultado, vou mantê-lo em sigilo até o dia do programa, sabe-se lá quando (próximo domingo?)

domingo, 25 de outubro de 2009

A Ilusão de Design (3ª parte)

por Richard Dawkins

(Continuação e Última Parte)


Existem outros entraves para a aceitação do darwinismo. Muitas pessoas não conseguem suportar a idéia que elas são primas não apenas dos chimpanzés e macacos, mas de céstodos, aranhas e de bactérias. A intragabilidade de uma proposição, no entanto, não tem qualquer influência sobre a sua veracidade. Eu, pessoalmente, acho a idéia de familiaridade com todas as espécies vivas bem agradável, mas nem a minha simpatia para com ela, nem o pavor de um criacionista, tem a menor influência sobre a sua veracidade.


O mesmo pode ser dito sobre objeções políticas ou morais ao Darwinismo. "Diga às crianças que elas não são nada mais que animais e elas se comportarão como animais". Eu não aceito por um momento sequer que a conclusão decorra da premissa. Mas mesmo que eu o fizesse, uma vez mais, uma conseqüência desagradável não pode comprometer a verdade de uma premissa.


Alguns disseram que Hitler fundou sua filosofia política no darwinismo. Isso é um disparate: doutrinas de superioridade racial em nada decorrem da seleção natural, devidamente compreendida. No entanto, um bom caso poderia ser feito de que uma sociedade que corresse em linhas darwinistas seria uma sociedade muito desagradável para se viver. Mas, mais uma vez, o dissabor de uma proposição não tem qualquer influência sobre a sua veracidade.

Huxley, George C. Williams, e outros evolucionistas se opuseram ao darwinismo como uma doutrina política e moral tão apaixonadamente quanto defenderam a sua verdade científica. Considero-me entre eles. A Ciência precisa compreender a seleção natural como uma força na natureza, opondo-se a ela como uma força normativa na política. O próprio Darwin manifestou consternação perante a indiferença da seleção natural: "O que um livro como Devil’s Chaplain poderia escrever sobre as obras rudes, devastadoras, descuidadas e horrivelmente cruéis da natureza!".

(...)


Em todo o desenvolvimento da ciência há divergências. Mas cientistas – e aqui está o que separa os verdadeiros cientistas dos pseudocientistas da escola do design inteligente – sabem qual prova seria necessária para mudar de idéia. Uma coisa de que todos os verdadeiros cientistas estão de acordo é o fato da própria evolução. É um fato que somos primos de gorilas, cangurus, estrelas-do- mar e bactérias.

Evolução é um fato tanto quanto o calor do sol. Não é uma teoria, e, por piedade, vamos parar de confundir os filosoficamente ingênuos chamando-a dessa forma. Evolução é um fato.

NOTA DO EDITOR: A forma como Richard Dawkins encerra este artigo evidencia o fervor quase que religioso com que defende seus conceitos e idéias (parece até um criacionista falando). Gosto muito dos seus arrazoados quando feitos de forma sensata e abalizada, porém repudio este tipo de postura forçada, quer venha de um evolucionista ou de um criacionista.

sábado, 24 de outubro de 2009

A Ilusão de Design (2ª parte)

por Richard Dawkins

(Continuação)


A realização não-aleatória da seleção natural é a de domar o acaso. Minimizando a sorte, quebrando assim a improbabilidade em um grande número de pequenos passos – cada passo um tanto improvável, mas não tão ridiculamente improvável – a seleção natural aumenta paulatinamente a improbabilidade.

À medida que as gerações passam, o aumento leva a improbabilidade a se acumular a níveis que – na ausência do paulatino acréscimo – seria superior à credibilidade de todos os sensatos.

Muitas pessoas não percebem tais acréscimos cumulativos não-aleatórios. Elas acham que a seleção natural é uma teoria de azar, por isso não me admira que elas não acreditem nela! A batalha que nós biólogos enfrentamos, na nossa luta para convencer o público e os seus representantes eleitos, é que a evolução é um fato, soma-se à batalha para transmitir-lhes o poder da engrenagem de Darwin – o Relojoeiro Cego – impulsionando-lhes a escalada dos declives suaves do Monte Improvável.


O argumento mal empregado da improbabilidade não é o único usado pelos criacionistas. Eles são muito apreciadores de lacunas, tanto lacunas literais no registro fóssil quanto nas lacunas de sua compreensão daquilo que o darwinismo advoga. Em ambos os casos, a (falta de) lógica do argumento é a mesma. Alegam uma lacuna ou deficiência no cômputo Darwiniano. Em seguida, sem sequer averiguar se o design inteligente sofre da mesma deficiência, eles proclamarão vitória para a "teoria" rival. Este raciocínio não é o modo de se fazer ciência. Mas a ciência é precisamente aquilo que os "cientistas" criacionistas, apesar das ambições dos seus fanfarrões do design inteligente, não estão fazendo.


No caso de fósseis, como Donald R. Prothero documenta em "The Fossils Say Yes" [ver a versão impressa da Natural History, em que este artigo apareceu pela primeira vez], os biólogos de hoje são mais felizes do que Darwin foi por ter acesso à linda série da fase de transição: registros quase cinematográficos de mudanças evolutivas em ação. Nem todas as transições são tão comprovadas, é claro – daí as lacunas. Alguns pequenos animais simplesmente não fossilizam; seus filos são conhecidos somente a partir de espécimes modernos: a sua história é uma grande lacuna. As lacunas equivalentes para qualquer criacionista ou teoria do design inteligente seria a ausência de um registro cinematográfico de cada movimento de Deus na manhã que ele criou, por exemplo, as bactérias motoras flageladas. Não só faltam tais videoteipes divinos: há uma total ausência de provas de qualquer tipo de design inteligente.


Ausência de provas a favor não é prova contrária, claro. Provas positivas contra a evolução poderiam ser encontradas facilmente – se é que elas existem. O contemporâneo e rival de Fisher, J. B. S., Haldane, foi perguntado por um fanático popperiano o que falsificaria a evolução. Haldane respondeu, "Fósseis de coelhos no Pré-Cambriano." Nenhum fóssil do tipo foi encontrado, é claro, apesar de inúmeras pesquisas para espécies anacrônicas.

Continua...

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

A Ilusão de Design (1ª parte)

por Richard Dawkins

O mundo está dividido em coisas que parecem como se alguém lhes tivesse projetado (asas e rodas de carros, corações e televisores), e coisas que só aconteceram através do funcionamento involuntário da física (montanhas e rios, dunas de areia, e sistemas solares).


O Monte Rushmore pertencia firmemente à segunda categoria até que o escultor Gutzon Borglum o trabalhasse, caindo na primeira. Charles Darwin foi em outra direção. Ele descobriu uma maneira na qual as desamparadas leis da física – as leis segundo as quais as coisas "simplesmente acontecem" – poderiam, na totalidade do tempo geológico, imitar um design proposital.

A ilusão de design é tão bem sucedida que a maior parte dos americanos hoje (incluindo, significativamente, muitos americanos ricos e influentes) teimosamente se recusa a acreditar que é uma ilusão. Para essas pessoas, se um coração (ou um olho ou um flagelo bacteriano) parece arquitetado, isso é prova suficiente de que é projetado.


Não admira que Thomas Henry Huxley, "o buldogue de Darwin", ao ler A Origem das Espécies, disse sobre si mesmo: "Como fui estúpido em não ter pensado nisso antes." E Huxley era o menos estúpido dos homens. O fôlego e alcance da idéia de Darwin – amplamente documentado no campo, como Jonathan Weiner descreve em "Evolução em Ação" – aliam-se com sua audaz simplicidade. Pode-se escrevê-la em uma frase: sobrevivência não-aleatória de instruções hereditárias variando aleatoriamente para a formação de embriões. No entanto, dadas as possibilidades oferecidas pela grande quantidade de tempo, esse simples e pequeno algoritmo gera prodígios de complexidade, elegância, e diversidade de design aparente. O verdadeiro design, do tipo que vemos numa escultura, num avião a jato, ou num computador pessoal, acaba por ser uma manifestação de uma entidade – o cérebro humano – em que ela própria nunca foi projetada, mas é um produto desenvolvido pelo moinho de Darwin.


Paradoxalmente, a extrema simplicidade do que o filósofo Daniel C. Dennett chamou de a perigosa idéia de Darwin pode ser sua maior barreira a aceitação. As pessoas têm dificuldade em acreditar que um mecanismo tão simples possa chegar a resultados tão poderosos.

Os argumentos de criacionistas, incluindo aqueles criacionistas que camuflam as suas pretensões sob a frase politicamente desonesta "teoria do design inteligente", repetidamente regressam à mesma grande falácia. Algo parece projetado. Logo, foi projetado. Continuando meu paradoxo, há a idéia de que o ceticismo de quem muitas vezes recebe a idéia de Darwin é uma medida da sua grandeza.


Parafraseando o geneticista do século 20 Ronald A. Fisher, a seleção natural é um mecanismo de geração de improbabilidade em uma enorme escala. Improvável é quase um sinônimo para inacreditável. Qualquer teoria que explica o que é altamente improvável está pedindo para ser negada por aqueles que não a compreendem.

No entanto, o altamente improvável existe no mundo real, precisa ser explicado. Improbabilidade adaptativa – complexidade – é precisamente o problema da vida que qualquer teoria tem de resolver e que a seleção natural, a única que até então a ciência reconhece, resolve. Na verdade, é o design inteligente a maior vítima do argumento da improbabilidade. Qualquer entidade capaz de projetar deliberadamente uma criatura viva, para já não falar de um universo, teria de ser extremamente complexa por si própria.


Se, como o astrônomo dissidente Fred Hoyle acreditava erroneamente, a espontânea origem da vida é tão improvável quanto um furacão soprando um ferro velho tivesse a sorte de montar um Boeing 747, então um designer divino é o Boeing 747 acabado. A origem espontânea do designer, ex nihilo, teria de ser ainda mais improvável do que a mais complexa de sua alegada criações. A menos, claro, que ele tenha se baseado na seleção natural para fazer o seu trabalho! E, nesse caso, se poderia perguntar, ele precisa existir absolutamente?

Continua...

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Finalmente um Mágico passou!


Ontem no programa
"Qual é o seu Talento" (SBT) tivemos o primeiro semifinalista representante da arte mágica no Brasil. Ele veio de Belo Horizonte (MG) e se chama Renner, "Mágico Renner"!

Não sei muito sobre ele, mas apenas que trabalha mesclando mágica com humor (uma combinação que quando bem feita e bem dosada sempre agrada até mesmo o público mais exigente).

Sua apresentação principal consistiu em começar fazendo um vidro de Ketchup desaparecer dentro de um saco de papel e depois desenvolvendo uma rotina com corda. Como extra, apresentou um número básico de escapismo, porém como soube mesclá-lo com um humor solto e meio debochado, conseguiu finalmente arrancar os 4 verdes dos jurados.

Antes dele, pelo que pude pesquisar nos vídeos disponíveis na internet, passaram pelos palcos do programa os seguintes mágicos:

05/08/09 - Mágico Roberto Jardon
26/08/09 - Dupla de Mágicos "The Jokers" (Nicolas e Cláudia)
26/08/09 - Gabriela Magic
16/09/09 - Mágico George Rubadell
23/09/09 - Mágico Edelmo
07/10/09 - Mágico Ed e eu fazendo Mentalismo

Não sei se deixei alguém de fora, mas caso você se recorde de mais algum outro mágico que passsou por lá, me avise.

Assista a performance que garantiu ao Mágico Renner uma vaga na semifinal:


Parabéns Mágico Renner!

Um Mágico que é melhor que a Mágica (palavras do jurado Arnaldo Sacomani).

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Água com o estômago vazio - Testei e Aprovei


Há um mês atrás recebi um e-mail de meu amigo Ebenézer (do Blog "De texto em texto") que dizia o seguinte:

Água com Estômago Vazio - Saudável e Barato

Hoje é muito popular no Japão beber água imediatamente após levantar, na parte da manhã. Além disso, a evidência científica tem demonstrado estes valores.

Abaixo divulgamos uma descrição da utilização da água para os nossos leitores. Para idosos com doenças graves e doenças em tratamento médico, a água tem sido muito bem sucedida. Para a sociedade médica japonesa, uma cura de até 100% para as seguintes doenças:

Dores de cabeça, corpo ferido, problemas cardíacos, artrite, taquicardia, epilepsia, excesso de gordura, bronquite, asma, tuberculose, meningite, aparelho urinário e doenças renais, vômitos, gastrite, diarréia, diabetes, hemorróidas, todas as doenças oculares, obstipação, útero, câncer e distúrbios menstruais, doenças de ouvido, nariz e garganta.


Método de tratamento:

1. Pela manhã e antes de escovar os dentes, beber 4 x 160 ml copos de água.
2. Lavar e limpar a boca, mas não comer ou beber nada durante 45 minutos.
3. Após 45 minutos, você pode comer e beber normalmente.
4. Após os 15 minutos do lanche, almoço e jantar não se deve comer ou beber nada durante 2 horas.
5. Pessoas idosas ou doentes que não podem beber 4 copos de água, no início podem começar por tomar um copo de água e aumentar gradualmente a quantidade para 4 copos por dia.
6. O método de tratamento cura doenças e outros podem desfrutar de uma vida mais saudável.

A lista que se segue apresenta o número de dias que requer tratamento para curar / controlar / reduzir as principais doenças:

1. Pressão Alta - 30 dias
2. Gastrite - 10 dias
3. Diabetes - 30 dias
4. Obstipação - 10 dias
5. Câncer - 180 dias
6. Os doentes com artrite devem continuar o tratamento para apenas 3 dias na primeira semana e, desde a segunda semana, diariamente.


Este método de tratamento não tem efeitos secundários. No entanto, no início do tratamento terá de urinar frequentemente. É melhor, se continuarmos com o tratamento, porque este procedimento funciona como uma rotina de nossas vidas. Beber água é saudável e dá energia.

Isto faz sentido: o chinês e o japonês bebem líquido quente com as refeições, e não água fria. Talvez tenha chegado o momento de mudar seus hábitos de água potável para água quente, enquanto se come. Nada a perder, tudo a ganhar!

Para quem gosta de beber água fria, esta seção aplica-se a eles.

É bom beber um copo de água fria ou uma bebida fria após a refeição, pois a água fria ou bebida fria ingerida durante a refeição solidifica o alimento gorduroso que você acabou de comer. Isso retarda a digestão.

Uma vez que essa 'mistura' reage com o ácido digestivo, ela reparte-se e é absorvida mais rapidamente do que o alimento sólido para o trato gastrointestinal. Isto danifica o intestino. Muito em breve, isso vai se transformar em gordura e pode nos levar ao câncer. É melhor tomar uma sopa quente ou água quente após cada refeição.



Antes de divulgar a matéria, resolvi testar em mim mesmo este tipo de tratamento. Não que tenha qualquer daquelas doenças ali descritas (pelo menos, não que eu saiba), mas somente para ver se isto não traria nem um outro tipo de problema colateral.

Bem, ontem completou 30 dias que estou praticando o hábito de tomar água pela manhã com o estômago vazio, e quero lhes dizer que tal prática tem me ajudado começar o dia mais disposto. Não segui à risca o critério da quantidade, porém adequei-o para algo que me pareceu ser mais confortável e menos forçado (2 copos de 200 ml). Gostei tanto que pretendo fazer disto um hábito diário e permanente.

Quanto a tomar líquidos gelados durante a refeição, não gosto de fazê-lo, pois sempre que incorro em tal prática sinto o estômago pesado e com a impressão de uma digestão mais demorada. Já um chá quente, desde que em pequena quantidade, não me provoca o mesmo efeito.

É isto aí meus amigos! Não sei se tomar água com o estômago vazio cura aquela lista enorme de doenças, mas só sei que tem me ajudado a iniciar melhor o dia e não senti qualquer tipo de reação adversa.

Porém, quero lembrar mais uma vez que em se tratando de saúde, NÃO EXISTEM FÓRMULAS MÁGICAS. Equilíbrio e bom senso em tudo são fundamentais, bem como o entendimento de que nem tudo que é bom para o outro, necessariamente será bom para mim.

Postagem relacionada: Agora é a vez da Água Milagrosa

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Reflexões sobre o Espiritismo


Nos últimos 15 dias estivemos analisando a vida de uma das mais famosas médiuns do início do século passado, Mina "Margery" Crandon, e vimos como o ceticismo do maior mágico de todos os tempos, Harry Houdini, contribuiu para que a mentira fosse exposta e a verdade prevalecesse.

Como eu já havia comentado em uma postagem anterior (Ilusionistas, o Terror dos Espiritualistas), os espíritas possuem razões de sobra para não gostarem muito dos mágicos, pois sua postura sempre cética e racional, bem como seus conhecimentos da arte da ilusão são uma ameaça constante a todo tipo de manifestação ou fenômeno espiritual que alegam existir.

Particularmente, não tenho nada contra a filosofia espírita (ou espiritualista) que manifesta "fé" na vida após a morte, no mundo dos espíritos e na reencarnação. Eles têm o direito de acreditarem no que quiserem, assim como os católicos acreditam na intercessão da Virgem Maria ou os protestantes na Bíblia como a única regra de fé e prática. Cada um com a sua "fé".


Só não admitimos que alguns extrapolem aquilo que deve permanecer no campo exclusivo da fé e tentem comprovar suas crenças mediante fenômenos físicos forjados. É triste e decepcionante ver uma médium como "Margery" fingindo e mentindo, porém não menos frustrante que um padre fabricando a ilusão de uma estátua da Virgem chorar sangue ou um pastor contratando atores para simularem serem paralíticos curados.

Por quais motivos fazem isto? Será que a sua "fé" é tão frágil que não pode sustentar-se por si mesma, mas precisa sempre de uma "mãozinha" para convencer e tornar-se irrefutável?

Na verdade, não acredito que tais pessoas façam isto em nome da "fé", mas tenho profundas convicções que fazem isto em nome de si mesmas, ou seja, movidos pelo desejo da fama e notoriedade que tais atos podem lhes proporcionar.


Da mesma forma que muitos no passado, movidos pela sede de poder e em nome da manutenção de seus privilégios pessoais, chegaram até matar alegando o fazerem em nome de Deus, assim também muitos continuam praticando atos inescrupulosos acreditando (ou fingindo acreditar) que assim procedem em nome de uma causa nobre (os fins justificam os meios).

Voltando às supostas manifestações espirituais ou os ditos fenômenos espiritualistas, gostaria que você sempre se lembrasse de uma coisa:

"Quando os controles são 0% os fenômenos são 100%; Quando controles são 100% os fenômenos são 0%".

Isto vale para todo e qualquer fato sobrenatural praticado no mundo religioso ou fora dele.

Quem discordar que prove o contrário, porém num ambiente 100% controlado ou na presença de um experiente ilusionista.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Houdini contra a Bruxa Loira da Rua Lime (15)

por Massimo Polidoro

(Continuação)

UMA MULHER EM DECLÍNIO

Os defensores de Margery a abandonaram um depois do outro, e a mulher, mais velha e mais gorda, procurou a consolação no álcool. As sessões espíritas, entretanto, continuaram e Crandon tentou de manter vivo o interesse em sua “Psique” recorrendo a qualquer estratagema que ele pudesse pensar.


Em uma destas sessões, por exemplo, Margery tentou repetir a experiência famosa de ligar dois anéis de madeira tentada 50 anos antes pelo Prof. Zollner com o médium Henry Slade. “Êxito”! regozijou o Dr. Crandon: Margery tinha podido ligar dois anéis feitos de madeiras diferentes. Por fim uma prova definitiva, sólida de algo que desafiava a física, matéria através de matéria.

Já que não é difícil de disfarçar a madeira ao longo da separação de tal maneira a deixá-la invisível ao olho, foi alegado que só os raios-x podiam estabelecer a verdade. Os anéis então foram enviados a Senhor Oliver Lodge na Inglaterra para prova independente. Quando Lodge abriu o pacote enviado pelos Crandons, no entanto, ele descobriu que um dos anéis tinha sido feito em pedaços, provavelmente durante a viagem. O que podia ter sido a única prova sólida da existência da realidade do sobrenatural, a “Pedra Rosetta” do espiritualismo, não tinha sequer sido bem empacotada. Que pena!

Em 1939, o Dr. Crandon morreu, e Mina, já por então uma alcoólatra inveterada, entrou num estado de profunda depressão. Em uma de suas últimas sessões espíritas, ela tentou saltar do telhado da casa.

Nos arquivos de Prince na ASPR ainda há uma coleção de documentos e relatórios inéditos, escrito pelos cientistas de Harvard e por vários pesquisadores psíquicos, dos quais emerge uma teoria interessante para explicar as sessões espíritas de Margery (Silverman, pp. 380-381).


As sessões espíritas podem ter sido um tipo de charada conjugal com a platéia de Margery não sendo Houdini, nem o grupo da Scientific American, nem os outros investigadores, mas seu marido. Ela ajudou-o a enganar a si próprio sobre suas capacidades psíquicas para poupar a ruína de seu casamento. Eles eram muito diferentes entre si, e Crandon tinha ficado entediado dela logo depois do casamento; no entanto, ele também tinha um temor forte da morte. Ao tentar mantê-lo ao seu lado, Margery acertou na idéia de manifestar espíritos para ele e isto funcionou. Ele agora se sentia como um novo Galileu para o meio milhão de seguidores de Margery, e continuou a exigir novos fenômenos. Veio exigir novas demonstrações da sua esposa com “manifesta brutalidade”.

A opinião dos vários peritos era que Margery queria abandonar as sessões espíritas e confessar a fraude, mas não o fez por saber que isto acabaria com seu casamento. O espião de Houdini, Griscom, tinha mesmo revelado ao mágico que uma vez, quando estava sozinho com a médium, ela expôs a ele sua admiração por Houdini por não ser enganado por ela, e por não ter medo “de dizer onde é o seu lugar”. “Respeito Houdini,” disse a Griscom, “mais que qualquer um do grupo. Tem ambos os pés no chão o tempo todo” (Ibid., p. 383).

A história de Margery acaba com um conto que soa folclórico, mas serve devidamente ao caráter misterioso que a médium tinha criado para si. Sentando ao lado da cama de Margery nos últimos dias de sua vida, o pesquisador psíquico Nandon Fodor lhe sugeriu que morreria mais feliz se ditasse uma confissão a ele e revelasse os métodos que usara para produzir seus fenômenos. Mina murmurou algo indiscernível. Fodor pediu-lhe que repetisse.

- “Certamente,” disse, “Eu disse que você pode ir para o inferno. Todos vocês ‘pesquisadores psíquicos’ podem ir para o inferno”.

Então, algo muito como a velha cintilação familiar de alegria nos seus olhos, ela o olhou e deu risadinhas suavemente:

- “Por que você não adivinha?” disse, e deu risadinhas outra vez. “Vocês irão todos adivinhar… para o resto de suas vidas”. (Tietze, p. 184-5).

Fim da série

- – -

BIBLIOGRAFIA

Bird, J. M. 1924. Our Next Psychic, Scientific American, July 1924.

Christopher, M. 1969. Houdini: The Untold Story. New York: Thomas Y. Crowell.

Dingwall, E. J. 1928. Report on a Series of Sittings with the Medium Margery. Proceedings of the SPR, vol. XXXVI.

Doyle, A. C. 1930. The Edge of the Unknown. Reprint: 1992, New York: Barnes & Noble.

Gresham, W. L. 1961. Houdini: The Man Who Walked Through Walls. New York: Macfadden Books.

Houdini, H. 1924. Houdini Exposes the Tricks Used by Boston Medium “Margery”. New York: Adams Press Publishers.

Polidoro, M. 1995. Vaggio tra gli spiriti. (VA): Sugarco.

Prince, W. F. 1923. Review of My Psychic Adventure, Journal of the ASPR, vol. XVIII.

—–. 1933. The Case Against Margery, Scientific American, May 1933. Rhine, J. B. and Rhine, L. E. 1927. One Evening’s Observations on the Margery Mediumship. Journal of Abnormal Social Psychology

Silverman, K. 1996. Houdini!!! The Career of Erich Weiss. New York: Harper Collins.

—–. 1996. Notes to Houdini.!!! New York: Kaufman and Greenberg. Tietze, T. R. 1973. Margery. New York: Harper & Row.

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Artigo publicado na Skeptic, 1997, Vol. 5, Issue 3, tradução gentilmente autorizada

Traduzido por Vitor Moura através da Iniciativa Lúmen. Imagem de capa: The Margery’s Box / N.A.N., 2007. Outras imagens: Felix Physical Seance Circle.

domingo, 18 de outubro de 2009

Houdini contra a Bruxa Loira da Rua Lime (14)

por Massimo Polidoro

(Continuação)

O PASSO EM FALSO DE MARGERY


Ao redor de 1926 Margery adicionou um novo efeito a seu repertório; talvez um extremo, como veremos. ‘Walter’ alegou que seu corpo etéreo era réplica tão exata daquele que o tinha quando vivo que ele mesmo podia criar uma impressão digital em cera para provar sua presença.

Mina fez uma visita ao seu dentista, o Dr. Frederick Caldwell, pedindo uma sugestão para executar a experiência. O dentista sugeriu o uso de cera dental que faria uma impressão detalhada. Ele amoleceu um pedaço de cera em água fervente e pressionou seus polegares para mostrar a natureza prática da sua proposta. Mina tomou a amostra de Caldwell e pediu alguns pedaços de cera.


Essa noite numa sessão espírita que ela tentou a experiência. Pôs alguma cera numa bacia pequena e depois da sessão espírita que duas impressões foram achadas. Margery alegou serem de ‘Walter’.

O Dr. Crandon insistiu em ter um perito do seu conhecimento para autenticar as impressões. Esta figura obscura, mais provavelmente um confederado, era chamada John Fife. Ele alegou ser Chefe da Polícia em Charlestown Navy Yard e um perito reconhecido em impressões digitais.

W. F. Prince, que depois das investigações da Scientific American tinha continuado a colecionar um arquivo de informação privada concernente a investigações pessoais no caso de Margery, descobriu que a Polícia de Boston nunca tinha ouvido falar de Fife. Crandon, no entanto, alegou que o homem tinha achado impressões do polegar sobre o aparelho de barbear de ‘Walter’ que perfeitamente combinava com aquelas deixadas na cera pelo "espírito".

O êxito desta novidade levou o Dr. Crandon a empregar por conta própria um defensor de Margery, E. E. Dudley, para catalogar cada impressão digital deixada por ‘Walter’ durante as sessões espíritas.


Ao redor de 1931 Dudley começou por iniciativa própria a colecionar as impressões digitais de cada pessoa que assistia uma sessão com Margery. Desta maneira ele podia desmentir as reivindicações daqueles que diziam que as impressões não pertenciam a ‘Walter’ mas a um confederado vivo.


Dudley estava encerrando suas visitas semanais para colecionar as impressões digitais daqueles que tinham participado em sessões espíritas de 1923 a 1924 quando examinou as impressões do Dr. Caldwell, o dentista de Crandon. Uma vez em casa para comparar as impressões com aquelas de ‘Walter’fez uma descoberta atordoante. Ele cuidadosamente examinou ambas as séries de impressões para estar seguro, mas não havia nenhum erro: as impressões digitais que Margery alegava terem pertencido a ‘Walter’eram idênticas em cada aspecto às do Dr. Caldwell! Dudley não contou menos que 24 correspondências absolutas. Claramente, a médium tinha tomado as amostras de cera em que o Dr. Caldwell tinha pressionado seu polegar para mostrar a Mina o procedimento e feito moldes impressos. Era fácil pressionar os moldes na cera na escuridão e obter a ilusão que uma entidade estrangeira ao círculo de assistentes era a autora.


Dudley informou à ASPR sobre a sua descoberta, mas W. H. Button, então presidente da ASPR, respondeu que ele não estava interessado em publicar a notícia. A imagem da Sociedade estava por então demais ligada com a da médium desde que freqüentemente tinham-na defendido e tinha escondido informação desagradável sobre ela.

Prince, que tinha deixado a ASPR por esta razão e tinha fundado a Sociedade de Boston para Pesquisa Psíquica (BSPR - Boston Society for Psychical Research), tinha tido o suficiente. Aceitou a revelação de Dudley e um artigo foi publicado no diário de Sociedade (Vol. XVIII, outubro, 1932).

O escândalo que se seguiu teve efeitos desastrosos. Não era nenhum mero caso de alguém alegando ver a médium usando o seu pé para mover uma mesa; desta vez a prova de fraude era incriminadora e definitiva.

sábado, 17 de outubro de 2009

Houdini contra a Bruxa Loira da Rua Lime (13)

por Massimo Polidoro

(Continuação)

MALCOM BIRD CONFESSA


O que tinha acontecido a Bird? Depois de 1931 seu nome desapareceu da lista de contribuintes da ASPR (American Society for Psychical Research). Desapareceu e nada jamais foi ouvido dele. As hipóteses sobre seu destino variaram de ciúme pessoal dentro da Sociedade a sua aceitação a uma tentativa de uma oferta de trabalho.

Há muito pouco tempo com a descoberta de alguns documentos inéditos, tem alguns novos fatos concernentes ao relacionamento entre Bird e Margery sido divulgados. Prince, em cujos arquivos os documentos foram achados, sugeriu sobre isto em 1933 num artigo em que ele escreveu para a Scientific American:


"Há cerca de dois anos (…) ele (Bird) entregou a seus empregadores um longo artigo alegando a descoberta de um ato de fraude e reconstruiu sua visão do caso para admitir um fator de fraude bem desde o início. Este artigo não foi impresso e muito poucos dos crentes na Europa ou América sabem de sua existência" (Príncipe, 1933).

Aqui estão alguns trechos desta relatório/confissão por Bird à Board of Trustees da ASPR (Maio de 1930):


"Desde maio de 1924 quando eu primeiramente concluí que o caso era um de mediunidade genuína, minhas observações nunca foram dirigidas em qualquer sentido largo em direção à descoberta de fraude, e mesmo menos em direção a sua demonstração. Como fui junto com minhas sessões espíritas, aqui e ali eu fiz, como uma questão de rotina, observações que algum episódio particular fosse normal em sua causação. Todo que o relatório presente aponta fazer é familiarizar à Board com os dados sobre quais é baseada minha própria mente, a declaração que eu fiz sempre que qualquer ocasião surgisse para fazê-lo: que os fenômenos de Margery não são cem por cento supernormais. Não é agora possível eu declarar positivamente se o episódio ocorreu em julho ou em agosto de 1924… A ocasião foi uma de visitas de Houdini a Boston para sessão. … Ela procurou uma entrevista privada comigo e tentou me levar a concordar, em caso os fenômenos não ocorressem, que eu mesmo tocaria a caixa-sino, ou produzisse algo mais que talvez passasse como atividade por ‘Walter’. Esta proposta era claramente o resultado de estado mental forjado de Margery. Não obstante parece a mim de importância superior, em que mostra que ela, plenamente ciente e normal, numa situação onde ela pensou que talvez tivesse de escolher entre fraude e uma sessão espírita vazia; e estava disposta a escolher fraude" (Tietze, p. 137).

Continua...

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Houdini contra a Bruxa Loira da Rua Lime (12)

por Massimo Polidoro

(Continuação)

SUSPEITAS E MAIS SUSPEITAS


Um investigador após outro permaneceu insatisfeito com as sessões espíritas de Margery e depois de Dingwall e o grupo de Harvard foi a vez de Joseph Benelux Rhine ficar decepcionado.

Um professor na Universidade de Duque em Durham, Carolina do Norte, Rhine iria eventualmente, em 1935, desbravar o estudo sistemático da parapsicologia num cenário formal de laboratório.

Ele foi convidado pelo sempre entusiasmado Bird à Rua Lime em 1 de julho de 1926, e os Crandons o saudaram com a hospitalidade costumeira. Desde o início Rhine e sua esposa sabiam que teria sido impossível testar os fatos como gostariam. Por exemplo, eles não podiam examinar a substância com as luzes ligadas e Crandon impediu Rhine de examinar os vários instrumentos que encheram o local de sessão espírita que eram supostamente para documentar e medir este ou aquele fenômeno. Ainda o professor foi capaz de notar que as cordas de um artifício que supostamente era feito para prender a médium tinha sido retiradas, permitindo liberdade completa de movimento. Quando Rhine viu Margery chutando com o pé um megafone durante uma sessão espírita para dar a impressão que estava levitando a fraude era clara.


Se ele tinha podido detectar todas estas coisas em uma sessão espírita, Rhine perguntou, por que Bird com três anos de experiência não teve quaisquer suspeitas? Poderia ele ser cúmplice da médium? Bird negou as acusações dizendo que aquelas eram as “opiniões pessoais” de Rhine, mas o professor perguntou-se o que podia ter levado a homens como Bird ou Carrington jogar o jogo da médium, e observou:

"É evidentemente de muita grande vantagem a um médium, especialmente se fraudulento, ser pessoalmente atraente; ajuda no “negócio de pegar mosca”. Nosso relatório seria incompleto sem menção do fato que este “negócio” alcançou o ponto de fato beijar e abraçar em nossa sessão, no caso de um dos admiradores mais ardentes da médium. Deste homem podia ser esperado detectar trapaça nela?" (Rhine, J. B e RHine, L. E., 1927).


Isto parcialmente podia explicar os motivos de Bird e colegas, mas que tal o Dr. Crandon? Se ele era um cúmplice também ele certamente não podia ser motivado pelo desejo de uma aventura com a médium já que ela já era sua esposa. Rhine ofereceu o seguinte motivo:

"(Crandon) gradualmente descobriu que ela o estava enganando, mas já tinha começado a gozar a notoriedade que isto lhe deu, grupos de sociedade admiradora iam a seu lar para ouvir suas palestras e ser entretida, o interesse e fama despertada neste país e Europa, etc. Isto foi especialmente apreciado por ele em vista de perda decidida de posição e prestígio sofrida em anos recentes" (Rhine, J. B e Rhine, L. E., 1927).

A publicação do relatório de Rhine no Journal of Abnormal Social Psychology causou os protestos inevitáveis pelos defensores de Margery. Sir Arthur Conan Doyle comprou espaço nos jornais de Boston e inseriu um descortês aviso tarjado em preto declarando simplesmente: "J. B. Rhine é um idiota".

Continua...