segunda-feira, 31 de maio de 2010

Corrida de Montanha em São Bento do Sapucaí

por Cleiton Heredia


Uma das coisas boas de participar das Corridas de Montanha está no fato de todo ano conhecer algum lugar novo e maravilhoso. Eu já conhecia Santo Antonio do Pinhal e Sapucaí-Mirim, mas nunca tinha ido adiante para conhecer São Bento do Sapucaí.

Antes de chegar a São Bento do Sapucaí, passamos (eu e minha esposa que me acompanhou) por Santo Antonio do Pinhal e eu fiquei admirado em ver como aquele município cresceu. A cidade adquiriu um charme todo especial com um comércio de aconchegantes restaurantes e pousadas (todos lotados nestes finais de semanas friorentos). Até parecia uma mini Campos de Jordão (só que bem mini mesmo).


A viagem foi muito agradável por entre estradas tranquilas e arborizadas. O sol brilhava forte no meio daquela tarde de sábado, mas o friozinho da montanha estava ali só aguardando o momento certo de se manifestar.

Cheguei em cima da hora, mas com tempo de retirar o kit, se trocar e fazer um pequeno aquecimento. Na hora do briefing fiquei sabendo que seriam duas voltas de 6 km e para ser bem sincero, não gostei nem um pouco da idéia, pois com isto já sabia que não iríamos nos aventurar muito para dentro do mato. Mas como não conhecia nada da região, eu fiquei na expectativa.


A largada desta prova valendo como a 3ª etapa da Copa Paulista de Corridas de Montanha foi dada às 16 horas com aproximadamente uns 100 atletas participantes. Logo de cara fomos afrontados com uma forte subida que levava ao cruzeiro luminoso da cidade. Após aquela sinuosa subida entramos na trilha e foi aí que a diversão começou.

Corremos entrecortando vales e colinas tendo de ambos os lados um dos mais incríveis visuais que já tive a oportunidade de desfrutar em uma corrida de montanha. De um lado avistávamos a pequena São Bento de Sapucaí incrustada entre as montanhas da Serra da Mantiqueira e do outro podíamos ver uma linda sequência de montanhas iluminadas por aquele maravilhoso sol outonal. Em determinado momento pudemos também avistar não muito distante a famosa e imponente Pedra do Baú.


A prova foi muito dura, pois as subidas e descidas eram todas bem íngremes. Porém, a emoção de ver ao longe aquela fila de corredores subindo e descendo uma linda sequência de montanhas verdinhas sob o céu azul, enchiam os meus olhos e fazia com que eu me esquecesse de todo o sofrimento.

Ao concluir a primeira volta já tinha mudado de opinião com relação a ter que fazer duas voltas, pois a primeira passagem por aquele cenário encantador foi tão gratificante que eu não via a hora de poder passar novamente por aquele local mágico. E a segunda vez foi ainda melhor, pois pude correr presenciando o sol se pôr lentamente por entre as montanhas. Juro que fiquei com vontade de sentar e ali ficar apenas contemplando. Só não o fiz por que o meu lado competitivo insistia em me manter em movimento.


Terminei a prova em tal estado de graça sublimada que nem me lembrei de conferir o meu tempo. É como se eu tivesse ido dar uma pequena voltinha no paraíso.

Como a cidade estava com todas suas pousadas lotadas, aproveitei e dei uma esticadinha com a minha esposa até Campos do Jordão onde pudemos fechar com chave de ouro um final de semana perfeito e inesquecível.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

1ª Semifinal do Concurso de Mágicos do Programa Silvio Santos

por Cleiton Heredia


Durante vários meses eu estive postando aqui as apresentações dos mágicos que competiram na fase eliminatória deste concurso. Abaixo você tem um resumo de cada uma destas etapas com o link para a postagem onde poderá rever as apresentações:


27/09/09 - 1ª Etapa Classificatória

1- Mágico Gurguren - CLASSIFICADO
2- Mágico Marcelo Beutrin
3- Gabriela Magic
4- Mágico Bruno Bráz

25/10/09 - 2ª Etapa Classificatória

1- Magos de Preto
2- Mágico Giovanni Bright
3- Maga Diny
4- Mágico Gustavo Vierini - CLASSIFICADO

15/11/09 - 3ª Etapa Classificatória

1- Mágico Dimmy
2- Mágico Ambrósio
3- Mágico Cleiton Heredia
4- Mágico Raphael Fire - CLASSIFICADO

22/11/09 - 4ª Etapa Classificatória

1- Mágico Ed
2- Mágico Hugo Zaragossa
3- Mágico Gabriel Louchard - CLASSIFICADO
4- Maga Cláudia

13/12/09 - 5ª Etapa Classificatória

1- Alfredo Munhoz
2- Xica Lisboa
3- Mágico Renner
4- Mágico Bianconi - CLASSIFICADO

03/01/10 - 6ª Etapa Classificatória

1- Mágico Klauss
2- Mágico Vinicius Ruriki
3- Mágico Wagner Alves - CLASSIFICADO
4- Mágico Moisés Lima

17/01/10 - 7ª Etapa Classificatória

1- Mágico Andrély
2- Mágico Nicolas
3- Mágico Ricardo Malerbi - CLASSIFICADO
4- Mágico Rigoletto

31/01/10 - 8ª Etapa Classificatória

1- Mágico Wander Rabelo
2- Mágico Rafael Almeida
3- Mágico Rubadel
4- Mágico Pyong - CLASSIFICADO

28/02/10 - 9ª Etapa Classificatória

1- Melvin Wise - CLASSIFICADO
2- Myke - CLASSIFICADO
3- Rafael Bogomoltz
4- Edson Iwassaki

11/04/10 - 10ª Etapa Classificatória (Não tenho os vídeos)

1- Mágico Rokan
2- Mágico Pedrão - CLASSIFICADO
3- Mágico Thibau
4- Mágico Mr. Rapha

Neste domingo, dia 23/05/10, foi ao ar a 1ª Semifinal aonde apresentaram-se os seguintes mágicos classificados:

1- Mágico Gurguren - FINALISTA
2- Mágico Gustavo Vierini - FINALISTA
3- Mágico Gabriel Louchard
4- Mágico Mike
5- Mágico Raphael Fire

As apresentações dos dois primeiros mágicos surpreenderam bela beleza visual e aprimorada técnica. Não foi a toa que se classificaram como os primeiros dois finalistas que concorrerão ao prêmio de 100 mil reais.

Os três outros mágicos na sequência apresentaram bons números, mas que ficaram pequenos em comparação ao espetáculo dos dois primeiros.

Abaixo estão os vídeos com as apresentações desta 1ª Semifinal (no primeiro vídeo a apresentação começa com a pegadinha do Mágico Nicolas e aos 4 min e 55 segundos inicia-se o concurso):






Aguardemos a 2ª e última Semifinal.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Dupla de Ilusionistas THE JOKERS continuam aterrorizando no Programa Silvio Santos

por Cleiton Heredia

Os ilusionistas Nicolas e Cláudia (The Jokers) estão se especializando em fazer pegadinhas onde as vítimas acabam sempre levando um bom susto (se é que existe susto "bom").

Unindo de forma muito criativa as artes mágicas com cenas do cotidiano, eles produzem diversas situações bizarras que garantem as mais cômicas reações para quem assiste.

Nos últimos dois programas dominicais do Sr.Abravanel foram ao ar duas das melhores pegadinhas que eles já produziram:

1) A Cabeça no Vidro


2) O Defunto que Levita

sábado, 22 de maio de 2010

Religião, um Freio Social?

por Cleiton Heredia


Já ouvi alguns argumentarem que a religião tem o seu propósito positivo na sociedade, pois mesmo que a esperança que apregoa não se concretize de fato, ela age como um freio social, ou seja, incentiva a prática do viver correto e reprime o mal no ser humano.

Será?


Acho que isto pode ser questionado de inúmeras formas. Em primeiro lugar o conceito de certo e errado pode variar bastante de religião para religião. Por exemplo, para um mulçumano fundamentalista extremista matar milhares de pessoas inocentes em nome de Alá pode ser a coisa certa a se fazer, enquanto para os familiares cristãos que perderam seus entes queridos naquele atentado, tal atitude é interpretada como o cúmulo da maldade.

A idéia da religião como um freio social pode também ser questionada pelos crescentes casos de pedofilia entre alguns líderes religiosos de um importante segmento da cristandade, ou mesmo por outros líderes igualmente religiosos que são pegos em falcatruas visando o enriquecimento pessoal.


Não matar e não roubar são duas coisas básicas em qualquer sociedade minimamente civilizada, mas pelo que temos visto a religião tem sido muitas vezes impotente para impedir que tais atos sejam praticados por aqueles que a difundem e a defendem como a solução para os males da humanidade.

Se religião fosse um freio social eficiente teríamos entre as sociedades que a praticam de forma majoritária uma situação de quase completa isenção de violência e atos desonestos. Em contrapartida, as sociedades menos religiosas deveriam ser as mais problemáticas. Porém, segundo as pesquisas do sociólogo norte-americano Phil Zuckerman, os países menos religiosos do mundo são os mais justos, mais éticos, possuem forte economia, baixa taxa de criminalidade, os mais altos índices de qualidade de vida, altos padrões de vida e igualdade social.


O argumento de que existem boas e más pessoas em qualquer segmento da sociedade, inclusive entre aqueles que se dizem religiosos, é para mim mais um argumento contra a religião ser um eficaz freio social. Se nós encontramos em qualquer lugar bons e maus políticos, bons e maus policiais, bons e maus advogados, bons e maus médicos e também bons e maus religiosos, o que dá o direito à religião de sustentar a fama de ser um freio social?

Na verdade a religião nunca foi e nem será de fato um freio social funcional. Ela apenas possui um discurso que leva as pessoas a acreditarem nisto. Ela apenas chama de bem aquilo que outros chamam de mal. Ela apenas tem o poder de "santificar" um ato socialmente errado colocando na frente dele a suposta vontade soberana de uma divindade construída a imagem e semelhança da vontade soberana de seus adoradores.

O único freio social verdadeiramente eficaz é o CARÁTER!


Não adianta um pai ou mãe se iludir achando que criar seus filhos dentro de uma religião lhes garantirá que sejam cidadãos de bem. Eles só serão cidadãos de bem se tiverem caráter. As chances de um pai e mãe de caráter gerar e criar filhos que tenham caráter é muito grande, independente se são ou não religiosos. Pais de caráter só não obtém 100% de eficácia em produzir filhos com caráter por que ainda existe a questão do livre arbítrio.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

CURSO PARA HOMENS


OBJETIVO PEDAGÓGICO:

Permitir aos homens desenvolver a parte do corpo da qual ignoram a existência (cérebro).

ORGANIZAÇÃO CURRICULAR EM 4 MÓDULOS:

Módulo 1: Introdução (Obrigatório)

1. Aprender a viver sem a mamãe (2.000 horas)
2. Minha mulher não é minha mãe (350 horas)
3. Entender que não se classificar para o Mundial de Futebol não é a morte (500 horas)

Módulo 2: Vida a dois

1. Ser pai e não ter ciúmes do filho (50 horas)
2. Deixar de dizer impropérios quando a mulher recebe suas amigas (500 horas)
3. Superar a síndrome do "o controle remoto é meu" (550 horas)
4. Não urinar fora do vaso (1.000 horas - exercícios práticos em vídeo)
5. Entender que os sapatos não vão sozinhos para o armário (800 Horas)
6. Como chegar ao cesto de roupa suja (500 horas)
7. Como sobreviver a um resfriado sem agonizar (450 horas)

Módulo 3: Tempo livre

1. Passar uma camisa em menos de duas horas (exercícios práticos)

Módulo 4: Curso de cozinha

1. Nível 1 (principiantes): Os eletrodomésticos (ON/OFF = LIGA/DESLIGA)
2. Nível 2 (avançado): Minha primeira sopa instantânea sem queimar a panela
3. Exercícios práticos: Ferver a água antes de por o macarrão

CURSOS COMPLEMENTARES:

POR RAZÕES DE DIFICULDADE, COMPLEXIDADE E ENTENDIMENTO DOS TEMAS OS CURSOS TERÃO NO MÁXIMO 3 ALUNOS.

1. A eletricidade e eu: vantagens econômicas de contratar um técnico competente para fazer reparos;
2. Cozinhar e limpar a cozinha não provoca impotência e nem homossexualidade (práticas em laboratório);
3. Porque não é crime presentear com flores, embora já tenha se casado com ela;
4. O rolo de papel higiênico: Ele nasce ao lado do vaso sanitário? (biólogos e físicos falarão sobre o tema da geração espontânea)
5. Como abaixar a tampa do vaso passo a passo (teleconferência);
6. Porque não é necessário agitar os lençóis depois de emitir gases intestinais (exercícios de reflexão em dupla);
7. Os homens dirigindo, podem SIM, pedir informação sem se perderem ou correr o risco de parecerem impotentes (testemunhos);
8. O detergente: doses, consumo e aplicação (práticas para evitar acabar com a casa);
9. A lavadora de roupas: Esse grande mistério!
10. Diferenças fundamentais entre o cesto de roupas sujas e o chão (exercícios com musicoterapia);
11. A xícara de café: Ela levita, indo da mesa à pia? (exercícios dirigidos por Mister M);
12. Analisar detidamente as causas anatômicas, fisiológicas e/ou psicológicas que não permitem secar o banheiro depois do banho.

PÓS GRADUAÇÃO:

1. Bebendo água no copo e não na jarra

domingo, 16 de maio de 2010

The Atheist Experience

por Cleiton Heredia


The Atheist Experience é um programa semanal produzido pela Atheist Community of Austin (Texas - EUA), transmitido por TV a cabo e direcionado a um público não-ateu.

A Comunidade Ateísta de Austin é uma entidade de ensino sem fins lucrativos com a finalidade de desenvolver e apoiar a comunidade de ateus, proporcionando oportunidades de socialização e amizade, promovendo o ponto de vista secular, estimulando a cultura atéia positivamente, defendendo o princípio da primeira emenda que separa o Estado da Igreja, opondo-se à discriminação contra os ateus e trabalhando com outras organizações na busca de objetivos comuns.

Assista logo abaixo um dos programas que foram ao ar:



Confira agora alguns momentos com o melhor participante de todos os tempos:


E também outro momento hilário com o participante mais tapado de todos os tempos:


Bem que poderíamos ter programas como este aqui no Brasil.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Acabo de Perder a Fé na Fé

por Cleiton Heredia


O título desta postagem é na verdade o título do primeiro artigo escrito por Dan Barker para a Freethought Today em junho de 1984, e que mais tarde se transformou no 3º capítulo do seu livro "Perdendo a fé na fé: De Pastor a Ateu" (Título original: Losing faith in faith: From Preacher To Atheist)

Eu me identifiquei tanto com a experiência relatada por este pastor que se tornou um ateu que em alguns trechos senti como se fosse eu mesmo narrando a minha própria história.

O artigo esta reproduzido na íntegra logo abaixo, porém fiz questão de negritar as partes onde ocorreu uma completa identificação comigo. Espero que você, meu parente ou amigo cristão que me conhece, ao lê-lo possa compreender que não me transformei num monstro pervertido por abandonar o adventismo, depois o cristianismo e por último o teísmo. Minhas convicções mudaram, mas não o meu caráter!

Boa leitura!

Acabo de Perder a Fé na Fé
por Dan Barker

A religião é uma coisa poderosa. Poucos conseguem resistir a seus encantos e poucos verdadeiramente se livram do seu abraço. Ela é a sereia que excita o viajante errante com canções de amor e, uma vez que obtenha sucesso, transforma uma mente em pedra. É uma armadilha Venusiana. Sua atração é como aquela de drogas ao viciado que, esperando ficar livre e feliz, torna-se preso e miserável.

Mas a parte mais triste da dependência é o fato de que a maioria dos participantes é de vítimas voluntárias. Eles acreditam estar felizes. Acreditam que a religião manteve suas promessas e não têm o desejo de procurar em outro lugar. Estão profundamente apaixonados pela sua fé e foram cegados por aquele amor - cegados a ponto de estarem preparados para o sacrifício sem fazer perguntas.

Sei que isso é verdade porque fui um dos discípulos de Cristo por dezenove anos, e minha excisão subseqüente foi/é traumaticamente dolorosa.

Meu pai foi um músico profissional durante os anos 40. Em um de seus concertos, conheceu uma vocalista e continuaram juntos (sorte minha). Eles se casaram e, quando eu era um bebê de colo, ambos encontraram a religião verdadeira. Meu pai jogou fora sua coleção de gravações originais de Genn Miller (ai!), deu as costas à sua vida "pecadora" e entrou num seminário para tornar-se pastor. Ele acabou não terminando pela dificuldade de criar três garotos. Mas viveu sua fé através de sua família e missas diárias em igrejas locais.

A espiritualidade dos meus pais era tanta que às vezes tinham dificuldade em encontrar uma igreja que preenchesse suas necessidades. Então, procuramos a igreja por muitos anos. Não me lembro de todas as igrejas, mas fomos batistas, metodistas, nazarenos, pentecostais, fundamentalistas, evangélicos, "crentes-na-bíblia" e carismáticos.

Por muitos anos formamos um time musical familiar e nos apresentamos em muitas igrejas do Sul da Califórnia - nada demais - meu pai tocava trombone e rezava para os outros, minha mãe cantava solos, eu tocava piano, meus irmãos tocavam vários instrumentos e nós todos nos unimos para cantar aquelas harmonias evangélicas famosas. Foi uma experiência boa para nós crianças. Minha infância foi repleta de amor, diversão e propósito. Eu me sentia verdadeiramente privilegiado em ter nascido na "verdade" e com quinze anos me comprometi com uma vida inteira de pregação cristã.

Meu comprometimento durou dezenove anos. Ele deu à minha vida um sentimento de propósito, destino e compleição. Passei anos viajando pelo México em trabalho missionário - pequenos vilarejos, selvas, desertos, grandes arenas, rádio, televisão, parques, prisões e encontros de rua. Passei outros anos evangelizando pelos Estados Unidos, ministrando e cantando em igrejas, ruas, de porta em porta, campi de faculdades e onde quer que fosse possível encontrar uma platéia.

Eu era um "executador da palavra e não somente um ouvinte". Estudei numa faculdade cristã, fiz mestrado em Religião/Filosofia, fui ordenado e servi numa capacitação pastoral em três igrejas californianas. Eu pessoalmente levei várias pessoas a Jesus Cristo, e convenci vários jovens a levarem em consideração o serviço cristão em tempo integral.

Servi por um tempo como um bibliotecário para o coral de Kathryn Kuhlman de Los Angeles, observando os "milagres" em primeira mão. Eu mesmo fui até instrumentador em algumas curas.

Por anos dirigi o "King´s Children", um grupo musical cristão local que se apresentava várias vezes, incluindo um breve período num programa cristão de televisão local.

Por quinze anos trabalhei com Manuel Bonilla, o maior artista musical gospel no mundo de língua hispânica. Eu era seu principal produtor/arranjador, e trabalhar com ele me deu a oportunidade de aprender a produzir muitos outros álbuns cristãos, incluindo alguns meus.

Escrevi mais de cem músicas cristãs que são publicadas ou gravadas por vários artistas, e dois dos meus musicais infantis continuam a ser campeões de vendas em todo o mundo. ("Mary Had A Little Lamb", um musical cristão, e "His Fleece Was White as Snow", para a páscoa, ambos publicados e distribuídos pela Manna Music. Pode-se ver o simbolismo religioso: Cristo, o cordeiro de deus que tornou-se o sacrifício final para o pecado).

Eu poderia continuar listando meus feitos cristãos, mas acho que você pode ver que eu era muito sério sobre minha fé, e que sou bem capaz de analisar a religião de dentro para fora.

Na noite da sexta-feira passada dirigi um estudo sobre a bíblia na minha própria casa. A abri a todos os que vieram e anunciei que iria aceitar todos os pontos de vista com o propósito de examinar os documentos com ceticismo ao invés de fé. As oito pessoas que chegaram (para minha surpresa) eram cristãos que souberam de minha presente situação ateística e estavam curiosos sobre as minhas intenções. Meu aliado mais próximo era meu irmão, um agnóstico teísta [Darrell agora é um livre-pensador ativista]. Um rapaz, teólogo, informou-me que seu propósito era converter-me de volta à fé.

Foi uma noite divertida e cheia de vida e muita informação foi trocada, mas percebi algo interessante. Eles estavam mais preocupados com meu ateísmo que com a bíblia em si. A discussão manteve-se numa análise da minha conversão ao ateísmo.

Estavam intrigados que alguém que já foi tão fortemente religioso pôde radicalmente "cair fora" e não se sentir envergonhado. Continuavam procurando por alguma causa profunda e psicológica, um desapontamento escondido, amargura secreta, tentação ou orgulho. Eram como doutores espirituais tentando remover um tumor ou catarata causadora de cegueira.

Um deles sugeriu que eu tinha sido cegado por Satanás - o Diabo estaria tão intimidado com o meu firme testemunho cristão que necessitava neutralizar o inimigo, me tirar da jogada. Isso foi muito lisonjeante, mas foge do assunto.

O assunto em questão é que o mérito de um argumento não depende do caráter de quem fala. Todos os argumentos deveriam ser pesados por si mesmos, baseado nas suas provas e consistências lógicas.

Antes do estudo começar um rapaz disse "Dan, conte-nos o que fez com que perdesse sua fé". Então eu contei.

Eu não perdi minha fé, eu desisti dela propositalmente. A motivação que me levou a ministrar é a mesma que me levou a sair. Eu sempre quis compreender. Mesmo quando criança eu procurei fervorosamente a verdade. Raramente me contentava em aceitar as coisas sem examiná-las, e o fiz intensamente. Fui um aprendiz muito sedento, um bom estudante, e um bom pregador por causa dessa vontade. Sempre peguei as coisas separadamente e depois as coloquei juntas novamente.

Como fui ensinado e acreditava que a cristandade era a resposta, a única esperança para o homem, dediquei-me a entender tudo o que possivelmente pudesse. Devorei cada livro, cada sermão, e a bíblia. Rezei e obedeci os ensinamentos da bíblia. Havia decidido que colocaria todo o meu peso sobre a verdade da escritura. Essa atitude, tenho certeza, deu a impressão de que eu era um nó abaixo, de que poderia merecer a confiança de líder e autoridade cristã. Os cristãos estavam contentes em me deixar assumir um lugar de liderança e encarei isso como uma confirmação do meu chamado sagrado.

Mas minha mente não adormeceu. Em minha sede por conhecimento, não me limitei aos autores cristãos mas curiosamente desejei entender a razão por trás do pensamento não-cristão. Imaginei que a única forma de verdadeiramente captar um assunto era observá-lo de todos os lados. Se me limitasse a livros cristãos provavelmente seria um cristão hoje. Li filosofia, teologia, ciência e psicologia.

Estudei evolução e história natural. Li Bertrand Russell, Thomas Paine, Ayn Rand, John Dewey e outros.

Primeiramente ri desses pensadores mundiais, mas no final comecei a descobrir fatos intrigantes - fatos que deram descrédito à cristandade. Tentei ignorar esses fatos porque eles não se integravam à minha visão de mundo religiosa.

Por anos passei por um intenso conflito interno. Por outro lado, estava feliz com a direção e sensação de preenchimento da minha vida cristã; e por outro lado tinha dúvidas intelectuais. A fé e a razão começaram uma guerra dentro de mim. E eu continuava escalando. Gritava para Deus por respostas, e nenhuma vinha. Como a mulher que apanha e se mantém com esperança, acreditei que deus um dia viria para mim. Ele nunca veio.

A única resposta que me havia sido proposta era a fé, e eu gradualmente cresci para odiar o cheiro dessa palavra. Finalmente percebi que a fé é uma saída, um abandono, uma derrota - admissão de que as verdades da religião são impossíveis de se saber através de provas e da razão. São apenas as afirmações não demonstráveis que requerem a suspensão da razão, e fracas idéias que requerem fé. Acabo de perder minha fé na fé. Contradições bíblicas tornaram-se mais e mais discrepantes, apologias mais e mais absurdas e, quando finalmente descartei a fé, as coisas se tornaram mais e mais claras.

Mas não imagine que foi um processo fácil. É como se rasgasse toda a minha percepção de realidade em pedaços, transformando em frangalhos o tecido do significado e esperança, traindo os valores da existência. Doeu. E muito. Era como cuspir na minha mãe, ou como jogar um de meus filhos pela janela. Era sacrilégio. Todas as minhas bases para o pensamento e para os valores tiveram de ser reestruturadas. Some a esse conflito interno o conflito externo da reputação e você terá uma guerra desestabilizante. Será que realmente eu queria descartar o respeito que tão cuidadosamente havia construído em tantos anos com tantas pessoas importantes?

Posso entender porque as pessoas se mantêm na sua fé. A fé é confortante. Ela dá muitas "respostas" às angústias da vida. Minha vida cristã era relativamente positiva e não vejo um motivo externo/cultural que me fizesse rejeitá-la. Continuo a dividir muitos dos valores cristãos que fui ensinado (embora não mais os chame de "cristãos" - eles são meus valores); e muitos dos meus amigos próximos são indivíduos cristãos decentes a quem amo e respeito.

Os cristãos sentem profundamente que seu estilo de vida é o melhor possível. Sentem que sua atitude para com o resto do mundo é de amor. Foi assim que me senti. Eu não podia entender por que as pessoas seriam críticas da cristandade a não ser que fossem internamente motivados por influências satânicas "mundanas". Eu pretendia amar todos os indivíduos enquanto odiava o "pecado" que havia nelas, como Cristo supostamente fez. (Fomos ensinados de que ele era o maior exemplo de amor).

Era um mistério para mim como alguém poderia ser cego às verdades do evangelho. Afinal, não queremos todos amor, paz, felicidade, esperança e significado da vida? Cristo era a única resposta, eu achava, e imaginava que todos os não-cristãos seriam levados por outras coisas, como cobiça, egoísmo, orgulho mau, ódio e ciúmes. Encarei a caricatura que a mídia tinha da situação mundial como prova desse fato. Para mim, transformar-me em uma daquelas criaturas sem deuses era quase impossível, e resisti o quanto pude. (Desde então descobri que a ética não tem nada a ver com religião, pelo menos não numa correlação positiva).

Não houve um ponto específico de virada para mim. Um dia eu simplesmente percebi que já não era cristão, e alguns meses depois tive a coragem de divulgar tal fato. Isso foi no último janeiro, seis meses atrás. Desde então tenho sido bombardeado por todos meus amigos e parentes de que gosto. Eu agradeço sua preocupação e sinceramente espero manter um diálogo aberto.

Por exemplo, enquanto eu digitava este artigo, recebi uma ligação distante de uma antiga amiga cristã que tinha ouvido falar de meu "defeito". É difícil lidar com ligações assim. Ela estava indignada, e estou certo de que neste momento ela está rezando por mim, ou chamando outros para se juntar a ela na oração. Eu amo essa pessoa, a respeito e espero não causar-lhe nenhuma dor. Ela me contou que havia lido um artigo que escrevi ao meu jornal local. (Como chegou à região dela é um mistério). Entendo sua preocupação e simpatizo com ela já que sei exatamente o que está pensando.

Eu fui pastor por muitos anos, e acho que tudo isso já foi "limpo" de mim. Eu gostaria de influenciar outros que possam estar lutando como eu lutei - influenciá-los a ter a coragem de pensar. A pensar deliberadamente e claramente. A não aceitar nenhum fato sem examiná-lo criticamente e manter-se abertos a perguntas honestas, a onde quer que elas levem.

Um pouco mais sobre Dan Barker:

Dan Barker (nascido em 25 de junho de 1949) é um proeminente ativista ateu estadunidense que foi pastor, compositor e músico protestante durante 19 anos, até deixar o cristianismo, em 1984.

Formou-se em Teologia pela Azusa Pacific University e foi ordenado ao ministério pela Standard Community Church, na Califórnia, em 1975. Foi pastor associado à Religious Society of Friends (onde os membros são conhecidos como Quakers), uma Assembleia de Deus e uma Igreja Independente Carismática. Recebe até os dias de hoje royalties de seus populares musicais infantis, "Mary Had a Little Lamb" (1977), e "His Fleece Was White as Snow" (1978), ambos publicados pela Manna Music, que foram apresentados em muitos países. Em 1984 ele informou aos seus amigos e fiéis que havia se tornado ateu.

Músico de sucesso no meio evangélico dos Estados Unidos, Barker já compôs mais de duzentas canções. Ele é o atual co-presidente, juntamente com sua esposa Annie Laurie Gaylor, da Freedom From Religion Foundation, uma organização americana de livre-pensadores que promove a separação entre Igreja e Estado. A organização foi fundada com o objetivo de impedir o financiamento da fé por parte do governo estadunidense em iniciativas baseadas na decisão do Supremo Tribunal. Barker é co-proprietário da Freethought Radio, rádio para ateus, agnósticos e livres-pensadores que incluiu entrevistas com Richard Dawkins, Sam Harris, Steven Pinker, Julia Sweeney, e Newdow Michael. Sua fundação publicou seu livro Perdendo a Fé na Fé: De Pastor a Ateu, e ele tem escrito inúmeros artigos para Freethought Today, um jornal norte-americano sobre livre pensamento.

Ele é membro da Lenape Lenni (Delaware) tribo de nativos americanos, e em 1991, publicou e editou "Paradise Remembered" , uma coleção de histórias de seu avô quando era menino em território indiano. Pai de Dan, Norman Barker, foi também um músico que tocava trombone. Ele realizou um dueto musical com Judy Garland no filme de 1948 "Easter Parade".

Barker pertence à The Prometheus Society, uma sociedade que exige um dos mais elevados QI do mundo para ingresso na mesma. Para entrar é necessário fazer parte do percentil 99,997 (isto significa que 99,997% das pessoas têm um QI inferior aos membros que compõem essa sociedade).

Barker apareceu no programas de Phil Donahue, Oprah Winfrey, Hannity & Colmes, Povich Maury, Good Morning America, Sally Jessy Raphael e Tom Leykis. Apareceu em dezenas de programas de rádio nacionais e fóruns para discutir e debater temas relacionados ao ateísmo e à separação entre Igreja e Estado. Ele foi destaque em um artigo do The New York Times sobre os ateus, e deu endereços em questões religiosas em vários eventos nos Estados Unidos, incluindo um na Universidade de Harvard.

Em 6 de outubro de 2007, a Freethought Radio, foi apoiada nacionalmente pela Air America. Esta é a primeira rádio atéia estadunidense. A apresentação de uma hora semanal é co-organizada com a sua mulher Annie Laurie Gaylor.

Fonte: Wikipédia

Comentários Finais:

- É lamentável que seus dois livros, Losing Faith in Faith: From Preacher to Atheist (1992) e Godless: How an Evangelical Preacher Became One of America's Leading Atheists (2008), ainda não estejam traduzidos para o português.

- Mudei, mas continuo sempre aberto para novas mudanças quando elas se mostrarem necessárias.

- A Verdade não teme investigação.

domingo, 9 de maio de 2010

7ª Super Meia Maratona de Extrema 2010 - "Veni, Vidi, Vici"

por Cleiton Heredia


Acabei de enfrentar aquele que acredito ter sido o meu maior desafio nas corridas de montanha deste ano, a Super Meia Maratona de Extrema ("Super" porque são 24 km e não apenas 21 km como na meia tradicional), valendo como a 1ª etapa do Circuito Brasileiro de Corridas de Montanha.

Confesso que estava bastante receoso, pois além de conhecer bem o absurdo nível de dificuldade desta prova, eu já havia passado por uma experiência traumática em 2007, quando "quebrei" no pasto da morte (para ler o relato de 2007 clique aqui), e depois em 2008 quando sofri muito para conseguir completar o percurso com o tempo de quase 5 horas (para ler o relato de 2008 clique aqui).

Esta foi a minha 5ª participação em Extrema, mas a primeira com o prognóstico de chover forte durante a prova. Faltando uns 10 minutos para a largada o Reginaldo (atleta de elite) descobriu que a lanterna dele não ligava e eu então oferecia a minha de reserva. Acho que ela acabou lhe trazendo sorte, pois não é que ele foi o 1º lugar na categoria geral? (Brincadeira, não foi sorte não! O cara é bom mesmo!)

A largada foi dada às 18 horas da praça central e não do ginásio de esportes como no ano passado. Este ano eu resolvi levar comigo um pequeno banquete: 6 barras de cereais, 8 saches de gel, um pacote de amendoim, um pacote de batatas palha assadas e 1 litro de isotônico. Fora isto estava com um celular, um GPS e muitas pilhas de reserva. Acho que minha camelback devia estar pesando uns 3 quilos. Sabe como é que é: Prevenir é melhor que remediar.

Logo abaixo você pode ver o mapa do percurso e na sequência a altimetria da prova:



Com cerca de 1 hora e meia cheguei ao topo do Pico dos Cabritos (mais ou menos Km 7), de onde eu pude avistar os primeiros lampejos de raios. Era a chuva avisando que não demoraria em chegar. As primeiras gotas caíram enquanto eu descia a estrada de terra, deixando o piso bem escorregadio, o que me valeu alguns tombos.


Na entrada do pasto da morte estava bem cansado, mas como eu não deixei de me hidratar e "lambiscar" alguma coisa para comer a cada 20 minutos, cheguei relativamente bem para enfrentar o trecho mais difícil de toda a prova: "A Subida dos Desesperados". Foi neste exato momento que despenca o maior toró (desgraça pouca é bobagem). Se já é muito difícil subir aquele morro seco, imaginem o que foi ter que subir naquelas condições. Passei a mão em um pedaço de tronco de árvore e comecei minha escalada utilizando-o o tempo todo como uma espécie de picareta para alavancar o impulso de subida. Com parte da força sobre os braços, pude aliviar um pouco a tensão sobre as pernas já bem cansadas.

Chegando lá em cima já considerei a prova por concluída. Estava tão feliz por ter conseguido superar o trecho mais difícil da prova que desci cantarolando os 6 km que ainda faltavam até a chegada.

Cruzei a linha de chegada comemorando muito esta vitória sobre mim mesmo e nem dei bola para o fato de ter sido quase um dos últimos com um tempo de 4 horas, 19 minutos e 45 segundos.

Termino este relato com uma frase que ouvi de um atleta da Equipe Cavalaria já na parte de asfalto da descida final (mais ou menos km 22):

"Muitos querem, mas não podem,
Poucos podem, mas não querem,
Nós podemos e queremos."



Fotos: www.corridasdemontanha.com.br

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Filmes sobre Viagem no Tempo

por Cleiton Heredia


Voltando ao tema Viagem no Tempo, segue abaixo, para aqueles que gostam, uma lista em ordem cronológica crescente de alguns filmes que tratam deste tema ou de alguma forma contém algo a respeito:

1 - A Máquina do Tempo / The Time Machine (1960)
2 - Planeta dos Macacos / Planet of the Apes (1968)
3 - Um século em 43 minutos / Time After Time (1979)
4 - Em algum lugar no passado / Somewhere In Time (1980)
5 - Nimitz De Volta ao Inferno / The Final Countdown (1980)
6 - Os Bandidos do Tempo / Time Bandits (1981)
7 - O Exterminador do Futuro / The Terminator (1984)
8 - Projeto Filadélfia / The Philadelphia Experiment (1984)
9 - A Máquina do Outro Mundo / My Science Project (1985)
10- De Volta ao Futuro / Back to the Future (1985)
11- Star Trek IV: O Regresso a Terra / Star Trek IV: The Voyage Home (1986)
12- O Vôo do Navegador / Flight Of The Navigator (1986)
13- Peggy Sue - Seu Passado a Espera / Peggy Sue Got Married (1986)
14- Millenium / Millenium (1989)
15- Bill e Ted: Uma Aventura Fantástica / Bill & Ted's Excellent Adventure (1989)
16- De Volta ao Futuro II / Back to the Future II (1989)
17- De Volta ao Futuro III / Back to the Future III (1990)
18- O Exterminador do Futuro 2: Julgamento Final / The Terminator 2: Judgment Day (1991)
19- Bill e Ted: Dois Loucos no Tempo / Bill & Ted's Bogus Journey (1991)
20- Uma Noite Alucinante 3 / Army of Darkness (1993)
21- Feitiço do Tempo / Groundhog Day (1993)
22- Projeto Filadélfia II / The Philadelphia Experiment II (1993)
23- Os Visitantes / Les Visiteurs (1993)
24- Star Trek Generations / Star Trek Generations (1994)
25- O Guardião do Tempo / Time Cop (1994)
26- 12 Macacos / 12 Monkeys (1995)
27- Fenda no Tempo / The Langoliers (1995)
28- Star Trek: O Primeiro Contato / Star Trek: First Contact (1996)
29- Inferno na Estrada / Retroactive (1997)
30- Perdidos no Espaço / Lost in Space (1998)
31- Alta Frequência / Frequency (2000)
32- Feliz Coincidência / Happy Accidents (2000)
33- Duas Vidas / Disney's The Kid (2000)
34- Um Homem de Família / A Family Man (2000)
35- Kate & Leopold / Kate & Leopold (2001)
36- Donnie Darko / Donnie Darko (2001)
37- Loucuras na Idade Média / Black Knight (2001)
38- Minority Report: A Nova Lei / Minority Report (2002)
39- Clockstoppers - Paragem no Tempo / Clockstoppers (2002)
40- A Máquina do Tempo / The Time Machine (2002)
41- O Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas / Terminator 3: Rise of the Machines (2003)
42- O Guardião do Tempo 2: A Decisão de Berlin / Time Cop 2: The Berlin Decision (2003)
43- Efeito Borboleta / The Butterfly Effect (2004)
44- De Repente 30 / 13 Going On 30 (2004)
45- Camisa de Força / The Jacket (2005)
46- Efeito Borboleta 2 / The Butterfly Effect 2 (2006)
47- Crimes do Tempo / Los Cronocrimes (2007)
48- Perguntas Frequentes sobre Viagem no Tempo / F.A.Q. About Time Travel (2009)

Boa diversão!

domingo, 2 de maio de 2010

Treinando na Maratona de São Paulo

por Cleiton Heredia


Hoje foi dia de Maratona em São Paulo e eu aproveitei a oportunidade para fazer um teste para ver como eu me sairia correndo pela primeira vez este ano uma distância superior a 22 quilômetros, bem como treinar para os 24 quilômetros de montanha que terei que enfrentar no próximo sábado à noite.

A largada na Av.Roberto Marinho passando por cima da Ponte Estaiada deve ser uma das mais bonitas do mundo. O visual daquele "rio" de corredores fluindo por sobre a ponte é algo realmente muito bonito de se ver e principalmente de se vivenciar.

Fiz uma corrida bem tranquila num ritmo bem confortável, pois meu objetivo não era correr contra o relógio, mas sim testar minha resistência (meus planos eram correr pelo menos umas três horas).


Mais ou menos no km 10 ouvi logo atrás de mim um corredor gritar: "No pain No gain". Imediatamente reconheci o lema que acompanhou alguns corredores de montanha dos primórdios deste esporte e me virei para ver quem era. Lá estava meu amigo Pedrão, o "Ninja das Montanhas", saboreando um belo sanduíche de mortadela enquanto corria sua maratona. Corremos juntos uns 3 ou 4 km batendo um gostoso papo, mas quando percebi que ele estava puxando um ritmo mais forte do que aquele que eu tinha planejado, eu me despedi e voltei para a minha corrida.

Faltando uns 3 km para a marca dos 25 km reconheci logo adiante, pela camiseta que usavam, dois membros do famoso grupo de corredores de montanha denominado "Cavalaria". Cumprimentamo-nos rapidamente mencionando que nos veríamos no próximo sábado em Extrema.


Terminei meu treino com o hodômetro do GPS registrando 27 quilômetros. Apesar do sol forte foi um bom treino, porém não sei se o suficiente para enfrentar os 24 quilômetros noturnos em Extrema. Ali o que assusta não é a distância, mas o sim o grau de dificuldade das longas subidas e o famigerado "Pasto da Morte" com uma sofrida escalaminhada na sequência. Na verdade eu acredito que nunca estarei devidamente preparado para Extrema.

sábado, 1 de maio de 2010

Viagem ao Passado

por Cleiton Heredia


Como eu havia comentado na postagem anterior, quando consideramos a possibilidade de viajar ao passado a coisa complica bastante.

Alguns podem achar que uma viagem ao passado seja mais simples que uma viagem ao futuro, pois o passado já ocorreu, mas futuro ainda não existe. Porém, esta não é bem a lógica das coisas na física. Se você conseguiu entender que a viagem ao futuro acontece devido à desaceleração do tempo do viajante em relação ao tempo no ponto de referência, então você já sabe não se trata de visitar uma época que ainda está por vir, mas sim vivenciar situações onde o tempo transcorre de forma diferenciada.

Mas e quanto a viajar para o passado?


O primeiro obstáculo que encontramos é a questão dos paradoxos. Caso fosse possível visitar o passado, o que aconteceria caso o meu eu do futuro se encontrasse com o meu eu do passado. Imaginemos que eu viaje para uma hora no passado e converse com o meu eu de uma hora atrás. Neste caso, se o meu eu do passado conversou com o meu eu do futuro, por que no futuro de onde eu vim não tinha qualquer lembrança desta conversa que ocorreu no passado? A coisa piora ainda mais se o eu do futuro assassinar o eu do passado. Como é possível existir um eu do futuro se na verdade ele já foi morto no passado? O eu do passado precisará sobreviver ao assassinato para tornar-se o seu próprio assassino vindo do futuro. Mas se sobreviveu é porque nunca existiu um assassinato.

São paradoxos como estes que nos levam a concluir que o passado não pode ser alterado, pois caso seja, pode inviabilizar completamente o futuro de onde veio a fonte da alteração.

Além da questão dos paradoxos, muitos afirmam ser impossível viajar ao passado, pois para isto seria necessário alcançar velocidades superiores a da luz; coisa que é completamente impossível de acordo com a Teoria da Relatividade. Mas eu não quero me referir a este tipo de viagem ao passado feita de forma similar à viagem ao futuro. A coisa é ainda muito mais maluca!


Estou me referindo à Curva de Tempo Fechada, chamada pelos físicos de CTC (Closed Timelike Curve), que tem sido alvo de intensas pesquisas teóricas nos últimos anos. Para entendermos melhor o que é uma CTC pense num looping de uma montanha russa. Por ela o carrinho avança no tempo e no espaço, porém, devido a uma deformação especial dos trilhos, ele volta para o ponto de onde veio. Uma CTC é mais ou menos isto, ou seja, é uma viagem aparentemente para frente, porém como se move num padrão deformado de espaço-tempo, volta-se ao passado.

Antes de você me acusar de estar assistindo demais a filmes de ficção científica, eu quero lhe dizer que a solução do matemático austríaco naturalizado norte-americano, Kurt Gödel, para as equações da Relatividade Geral admite a possibilidade, do ponto de vista físico, de uma geometria capaz de abrigar as Curvas de Tempo Fechada. Para um maior aprofundamento no assunto recomendo o livro do cosmólogo brasileiro, Mario Novello, "O Círculo do Tempo - Um Olhar Sobre Viagens Não-Convencionais no Tempo" (escrito por sugestão do diretor do Instituto de Ciências da Matéria da Universidade de Lyon, na França, E. Elbaz, a partir de exposições que havia feito em seminários internacionais para físicos).

Só temos um pequeno probleminha: Não sabemos ainda como se constrói uma CTC. Na verdade nem as entendemos teoricamente. Alguns cientistas afirmam que elas não são somente difíceis de serem criadas, mas são impossíveis. Outros, porém, aguardam uma melhor compreensão da matemática envolvida antes de concluírem de que os loopings de tempo são impossíveis.


Mas quem disse que precisamos construí-las. Nós poderíamos de repente encontrá-las por aí em algum canto deste vasto universo. O que eu quero dizer é que não podemos descartar a possibilidade de existir algum lugar do universo onde o campo gravitacional seja tão forte que acabe deformando drasticamente o espaço-tempo de forma que, sobre condições muito especiais, um looping de tempo natural seja criado. Estas entidades são popularmente conhecidas como os buracos de minhoca ou buracos de verme (worm hole).

Portanto, pelo menos de forma teórica, as viagens ao passado não podem ainda ser totalmente descartadas. Os cientistas ainda aguardam uma teoria que seja capaz de refutar de forma definitiva toda e qualquer possibilidade teórica de viajar para o passado, tal como a teoria das supercordas ou a teoria das membranas, ainda em fase de uma melhor compreensão.

Resumindo e concluindo: Viagens ao futuro são teoricamente possíveis e até já foram experimentalmente realizadas (é claro que em uma escala insignificante devido à baixa velocidade possibilitada pela atual tecnologia). Viagens ao passado ainda não foram totalmente descartadas por alguns físicos teóricos, porém já são consideradas como improváveis por grande parte da comunidade científica. Sendo assim precisamos entender que, pelo o que tudo indica, as viagens ao futuro serão sempre viagens apenas de ida.

P.S.: Não tenha formação em física, mas sou apenas um curioso que gosta de pesquisar sobre o assunto. Grande parte de tudo aquilo que foi escrito nesta e nas últimas duas postagens está baseado em um artigo escrito pelo professor de física da Universidade de Surrey, Jim Al-Khalili.