quarta-feira, 26 de março de 2008

Parte 4 - OS ANOS 90

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Principais Acontecimentos

1990 - O Iraque invade o Kuwait, e nos EUA, nasce o primeiro serviço comercial de acesso à rede por linha discada (300 mil computadores interligados), e inicia-se o Projeto Genoma Humano.
1991 - Começa a Guerra do Golfo, A URSS se desfaz, e no Brasil a FAPESP faz a primeira conexão com a Internet.
1992 - Rebelião no Presídio do Carandiru (Pavilhão 9) em São Paulo acaba com 111 presos mortos, e em Brasília acontece o afastamento do Presidente Fernando Collor por processo de impeachment, assumindo em seu lugar Itamar Franco.
1993 - Bill Clinton é eleito como 42º presidente dos EUA, e um carro bomba explode no estacionamento do World Trade Center.
1994 - Ayrton Senna morre em acidente no GP de Ímola (Itália), Brasil conquista seu Tetra-Campeonato Mundial de Futebol, e o Ministro da Fazenda de Itamar Franco, Fernando Henrique, lança o Plano Real.
1995 - Fernando Henrique Cardoso toma posse como Presidente do Brasil, Terremoto em Kobe (Japão) mata mais de 6 mil pessoas, e o DVD é inventado, enquanto isto, a internet não para de crescer (mais de 6 milhões computadores).
1996 - A Câmara aprova a CPMF com objetivo de melhorar a Saúde Pública no Brasil, e nasce o primeiro mamífero clonado (ovelha Dolly).
1997 - Bill Clinton começa seu 2º mandato como Presidente dos EUA, um acidente automobilistico controverso mata a Princesa Diana, e o resto do mundo enfrenta uma grave crise financeira iniciado com a queda da Bolsa de Valores de Hong Kong.
1998 - A Sonda espacial Galileu envia dados de uma das luas de Júpiter indicando um provável oceano líquido debaixo de camadas de gelo, Fernando Henrique é reeleito Presidente do Brasil, e Bill Clinton se envolve em escândalo sexual com a estagiária Monica Lewinsky.
1999 - O Euro começa a ser usado em transações eletrônicas em 11 países da Europa, enquanto nos Estados Unidos, Bill Clinton enfrenta um processo de impeachment.

VAMOS AGORA PARA UM FLASHBACK VISUAL DOS ANOS 90...

MODA







CINEMA

Uma Linda Mulher (1990)

Ghost - Do Outro Lado da Vida (1990)

O Silêncio dos Inocentes (1991) - 11º lugar no Ranking dos Filmes mais Violentos

Cães Danados (1992) - 10º lugar no Ranking dos Filmes mais Violentos

A Lista de Schindler (1993)

O Parque dos Dinossauros (1993)

A Casa dos Espíritos (1993)

Tempo de Violência (1994)

Um Sonho de Liberdade (1994)

Forrest Gump - O contador de Histórias (1994)

Velocidade Máxima (1994)

Coração Valente (1995)

Os Setes Pecados Capitais (1995) - 12º lugar no Ranking dos Filmes mais Violentos

Missão Impossível (1996)

Pânico (1996)

Independence Day (1996)

Titanic (1997)

O Advogado do Diabo (1997)

O Resgate do Soldado Ryan (1998) - 15º no Ranking dos Filmes mais Violentos

Central do Brasil (1998)

O Show de Truman (1998)

Armagedom (1998)

Outra História Americana (1998) - 1º lugar no Ranking dos Filmes mais Violentos

Matrix (1999)

O Sexto Sentido (1999)

Beleza Americana (1999)

A Bruxa de Blair (1999)


INFORMÁTICA E TECNOLOGIA

Computadores com Processador Pentium (mau lançavam um modelo e já aparecia outro mais rápido no mercado)

Os telefones celulares se popularizam cada vez mais (foi aí que começaram a dizer que celular é que nem celulite - Qualquer bundão tem!)

Windows 95 estoura no mercado (95% dos computadores do mundo utilizavam este sistema)

Foi também 1995 que apareceu o 1º filme completamente gerado por computadores

Surge o sistema World Wide Web (WWW)...

...e a internet ganha o mundo.

Os e-mails viram uma mania

Surge uma epidemia de Vírus de Computador

O CD passa a ser regravável (CD-RW) e aparece também o DVD

É desenvolvido o Winamp que possibilita ouvir músicas no formato MP3

A IBM lança sua linha Thinkpad de Notebooks

A ameaça do Bug do milênio vem a tona com a aproximação do ano 2000


MÚSICA



















SERIADOS DE TV

Barrados no Baile (1990)

Parker Lewis (1990)

Twin Peaks (1992)

Melrose (1992)

Power Rangers (1993)

Arquivo X (1993)

Friends (1994)

Babylon 5 (1994)

Castelo Rá-Tim-Bum (1994)

Xena (1995)

O Mundo de Beakman (1995)

Buffy, A Caçadora de Vampiros (1997)

Sex and City (1998)

O Mundo Perdido (1999)


DESENHOS

Os Simpsons (1990)

Sailor Moon (1992)

Beavis and Butt-Head (1993)

Sonic (1993)

Cavaleiros do Zodíaco (1994)

O Laboratório de Dexter (1995)

Pokémon (1996)

South Park (1997)

Johnny Bravo (1997)

O Rei do Pedaço (1997)

Cowboy BeBop (1998)

Dragon Ball Z (1999)

Digimon (1999)

Uma Família da Pesada (1999)

Bob Esponja (1999)


BRINQUEDOS












VÍDEO GAMES

Os games continuaram evoluindo, e de jogos 2D...

...passamos para os incríveis jogos 3D


Começa a geração de Jogos de Tiro em Primeira Pessoa (FPS-First Person Shooter) que definitivamente fez a cabeça de toda uma geração de crianças e jovens.

Wolfenstein (O pioneiro - 1992)

Doom (1993)

Quake (1996)

Duke Nukem (1996)

Shadow Warrior (1997)

Blood (1997)

Half Life (1998)

Counter Strike (Mod de Half Life - 1999) - Um dos mais jogados até hoje

Unreal Tournament (1999)

Os Jogos de tiro em Terceira Pessoa (TPS-Third Person Shooter) foram aperfeiçoados e também eram muito apreciados.

Metal Gear (1998)

E surgiram também jogos em que poderia se escolher jogar em Primeira ou Terceira Pessoa.

Rainbow Six (1998)

Os Jogos de Luta ganharam muito mais cores e movimentos.

Street Figher 2

Fatal Fury

The Kinf of Fighters

The Last Blade

Marvel vs. Capcom

A estratégia dos jogos de Simulação conquistaram um público bem específico.

Sim City

Civilization

Age of Empires


Um Resumo da Década de 90:

O colapso do comunismo e o fim da guerra fria foram seguidos pela globalização do capitalismo e da democracia. Para muitos países e organizações os anos 90 foram "tempos prósperos", pois com a popularização do computador pessoal e da internet, grandes novas oportunidades de mercado surgiram. Por outro lado, os movimentos ambientais ampliaram os gritos em favor da natureza ameaçada pelo capitalismo consumista.

As tendências do estilo na moda chamam a atenção pelas roupas largas, desbotadas, e cheias de quadriculados. Cabelos grandes e desarrumados, camisas de flanela e jeans rasgados (ou bermudões) também fazem parte do “uniforme” grunge. A juventude também começa aderir cada vez mais ao de tatuagens e piercings. O preto se torna cor dominante em moda e o mundo gótico conquista muitos jovens. Depois de 1996 começa entre as meninas a moda de mostrar a barriga e o umbigo.

O cinema desta desta década produziu 5 dos 15 filmes classificados como os mais violentos de todas as épocas, com destaque para o 1º lugar ocupado por "Outra História Americana" (se bem que esta classificação publicada em http://www.ew.com/ew/gallery/0,,20058602,00.html pode vir a ser questionada). As cenas de morte se tornam muito mais rebuscadas como as do filme "Seven", e de forte impacto pertubador como nos filmes "Hannibal" e "O Silêncio dos Inocentes". O realismo de filmes como "Coração Valente" e "O Resgate do Soldado Ryan" fazem com que o espectador veja a cena como se dela estivesse participando (o sangue chega a respingar na tela). Com a tecnologia digital, filmes como "Matrix", "Titanic", "Armagedom" e "Independece Day" misturam cenas reais com cenas virtuais de forma tão perfeita que não é mais possível ao espectador distinguir entre uma e outra.

Na música, o som hardcore punk, heavy metal e rock alternativo do final dos anos 80 se ramificaram dando origem ao som "grunge" que, comercialmente falando, foi muito bem sucedido nos anos 90. As bandas de garotinhos e garotinhas bonitinhas proliferavam e faziam a cabeça da gurizada adolescente, que se encantavam com toda aquela coreografia sensual, ao mesmo tempo em que disfarçava a péssima qualidade musical daquela música descartável.

No Brasil alguns pelejavam para fazer música "descente", enquanto outros enchiam facilmente os bolsos de dinheiro colocando dançarinas de bundinha arrebitada para ficarem rebolando, ou, faziam letras escraxadas repletas de palavrões e sexo (rock satírico). Para estas bandas a música era só um detalhe. Nas festinhas de aniversário de crianças era comum ver os infantes cantando: "Neste raio de suruba, já me passaram a mão na bunda, ainda não comi ninguém", ou o que era pior, ver uma meninha de apenas sete anos com uma saia curtinha dançando e catando "vai descendo na boquinha da garrafa".

Os seriados de TV apostam em séries que mostram a vida de jovens bonitos, ricos, rebeldes e cheios de conflitos existenciais. Os costumes e ideologias das vidas fictícias destes jovens são assimiladas por toda uma geração que passa a vê-los como uma espécie de referencial desejável. Entre as crianças, a nova febre "Power Rangers" hipnotiza a "mulecada" da mesma forma que os heróis japoneses da década passada. Seriados do tipo "Arquivo X" apostam em enredos enigmáticos cujos mistérios podem durar várias temporadas sem solução.

Já nos desenhos, a invasão japonesa se intensifica, conquistando de tal forma as crianças e adolescentes, que eles eram capazes de saber decor o nome de dezenas de "Pokémons" com suas respectivas evoluções, poderes e golpes (e olha que era monstro que não acabava mais). Esta avalanche de desenhos japoneses trouxe também, se bem que de forma subliminar, a disseminação de vários conceitos orientais culturais ("Dragon Ball Z": a morte é preferível do que a vergonha da derrota), filosóficos ("Cavaleiros do Zodíaco: Energia Vital do Universo fluindo através do ser), e até religiosos ("Cavaleiros do Zodíaco": Vida após a morte, Reencarnação, Mundo dos Espíritos).

Começaram também a serem produzidos os chamados "desenhos adultos", tais como: "Os Simpsons", "South Park", "O Rei do Pedaço", entre outros. O grande problema é que estes desenhos acabam sendo visto também pelas crianças que não possuem maturidade suficiente para entender sua linguagem satírica e paródica, nem muito menos sua temática envolvendo conceitos muitas vezes complexos demais para elas. Em especial, "Os Simpsons" caiu no gosto da rapaziada, que curte as idiotices do egoísta e contraditório Homer, as sacanagens de Bart, a conivência de Marge, e os conflitos existenciais de Lisa, sem perceberem que eles representam o estereótipo de uma sociedade hipócrita em franca decadência.

Os fabricantes de brinquedos, cada vez mais preocupados em lucrar, se concentraram em produzir somente aqueles itens vinculados a algum desenho, filme ou seriado de sucesso. Durante a febre Pokémon os "cards" (cartões com o desenho do monstro e sua ficha técnica) eram disputados à tapa pela gurizada, pois a palavra de ordem era "Pegue Todos!" Coitados dos pais que tinham que acabar bancando todo este modismo alucinado.

E por último, mas não menos importante, está o estonteante progresso dos games devido ao extraordinário avanço da tecnologia dos computadores. Com processadores cada vez mais rápidos e eficientes, foi possível se criar jogos cada vez mais complexos e de grande apelo visual. Surgem os Jogos de Tiro em Primeira Pessoa onde o jogador não se limita simplesmente a controlar um terceiro na execução das ações, mas ele próprio é o personagem que realiza estas ações (nestes jogos as ações se resumem em atirar, esfaquear, esmurrar, chutar com a intenção de derrubar, eliminar e matar).

Quando tive contato pela primeira vez com um jogo deste tipo (FPS) confesso que fiquei inicialmente chocado ao mirar um rifle para a cabeça de um personagem virtual e puxar o gatilho (clicar o mouse), para então explodi-la com um tiro certeiro (head shoot) vendo todo aquele sangue espirrar pelas paredes e até partes de órgãos humanos saírem rolando pelo chão. Nem mesmo os meus 33 anos de idade me impediram de entrar em um breve choque após minha primeira execução virtual. Mas foi por pouco tempo! Depois de algumas horas de jogo e uma centena de mortes, já nem ligava mais para toda aquela violência e sangue. Até achava que quanto mais realista o jogo, melhor para jogá-lo de forma vivencial.

Hoje, aqueles que possuem contatos com estes games são jovens 20 anos mais jovens do que eu na época, com a diferença que a tecnologia atual possibilita cenas ainda mais realistas e impressionantes. Mas irei deixar para falar disto na próxima postagem, quando iremos tratar desta quase primeira década do século 21.

Antes que alguém me acuse de estar jogando toda a culpa da atual onda de violência nos filmes, desenhos e games, quero apenas lembra-los de que não penso assim. A mídia de forma geral tem sua parcela de contribuição, mas seguramente não é a única culpada.