Acabei de enfrentar aquele que acredito ter sido o meu maior desafio nas corridas de montanha deste ano, a Super Meia Maratona de Extrema ("Super" porque são 24 km e não apenas 21 km como na meia tradicional), valendo como a 1ª etapa do Circuito Brasileiro de Corridas de Montanha.
Confesso que estava bastante receoso, pois além de conhecer bem o absurdo nível de dificuldade desta prova, eu já havia passado por uma experiência traumática em 2007, quando "quebrei" no pasto da morte (para ler o relato de 2007 clique aqui), e depois em 2008 quando sofri muito para conseguir completar o percurso com o tempo de quase 5 horas (para ler o relato de 2008 clique aqui).
Esta foi a minha 5ª participação em Extrema, mas a primeira com o prognóstico de chover forte durante a prova. Faltando uns 10 minutos para a largada o Reginaldo (atleta de elite) descobriu que a lanterna dele não ligava e eu então oferecia a minha de reserva. Acho que ela acabou lhe trazendo sorte, pois não é que ele foi o 1º lugar na categoria geral? (Brincadeira, não foi sorte não! O cara é bom mesmo!)
A largada foi dada às 18 horas da praça central e não do ginásio de esportes como no ano passado. Este ano eu resolvi levar comigo um pequeno banquete: 6 barras de cereais, 8 saches de gel, um pacote de amendoim, um pacote de batatas palha assadas e 1 litro de isotônico. Fora isto estava com um celular, um GPS e muitas pilhas de reserva. Acho que minha camelback devia estar pesando uns 3 quilos. Sabe como é que é: Prevenir é melhor que remediar.
Logo abaixo você pode ver o mapa do percurso e na sequência a altimetria da prova:
Com cerca de 1 hora e meia cheguei ao topo do Pico dos Cabritos (mais ou menos Km 7), de onde eu pude avistar os primeiros lampejos de raios. Era a chuva avisando que não demoraria em chegar. As primeiras gotas caíram enquanto eu descia a estrada de terra, deixando o piso bem escorregadio, o que me valeu alguns tombos.
Na entrada do pasto da morte estava bem cansado, mas como eu não deixei de me hidratar e "lambiscar" alguma coisa para comer a cada 20 minutos, cheguei relativamente bem para enfrentar o trecho mais difícil de toda a prova: "A Subida dos Desesperados". Foi neste exato momento que despenca o maior toró (desgraça pouca é bobagem). Se já é muito difícil subir aquele morro seco, imaginem o que foi ter que subir naquelas condições. Passei a mão em um pedaço de tronco de árvore e comecei minha escalada utilizando-o o tempo todo como uma espécie de picareta para alavancar o impulso de subida. Com parte da força sobre os braços, pude aliviar um pouco a tensão sobre as pernas já bem cansadas.
Chegando lá em cima já considerei a prova por concluída. Estava tão feliz por ter conseguido superar o trecho mais difícil da prova que desci cantarolando os 6 km que ainda faltavam até a chegada.
Cruzei a linha de chegada comemorando muito esta vitória sobre mim mesmo e nem dei bola para o fato de ter sido quase um dos últimos com um tempo de 4 horas, 19 minutos e 45 segundos.
Termino este relato com uma frase que ouvi de um atleta da Equipe Cavalaria já na parte de asfalto da descida final (mais ou menos km 22):
Poucos podem, mas não querem,
Nós podemos e queremos."
Fotos: www.corridasdemontanha.com.br
Cleiton parabéns pelo post e por terminar a prova, vi sua chegada essa prova foi incrivel, foi minha primeira de muitas corridas de montanha.
ResponderExcluirCleiton,
ResponderExcluirParabéns por mais essa conquista e superação!
Oi, Cleiton! Parabéns por ter feito uma prova tão... extrema! Rsrs. Ah, tá faltando a minha frase no final: "A Mayumi não pode e não quer!" Rsrsrs. Brincadeira! É para poucos mesmo!
ResponderExcluir