sábado, 10 de outubro de 2009

Houdini contra a Bruxa Loira da Rua Lime (6)

por Massimo Polidoro

(Continuação)

A SEGUNDA SESSÃO


Na noite seguinte, Margery concordou em realizar a sessão espírita no conjunto de hotel em que o Dr. Comstock permaneceu. Desta vez, o grupo sentou-se ao redor de uma mesa, com Houdini à esquerda da médium.

‘Walter’mandou que todo o mundo se afastasse da mesa de modo que ele talvez reunisse a força necessária para levantá-la. “Isto”, comentou Houdini, “era simplesmente outro estratagema da parte da médium, para quando todo o restante voltasse ela voltasse também e isto lhe desse espaço suficiente para dobrar a sua cabeça e empurrar a mesa para cima” (Houdini, p. 9).

Houdini pôde confirmar sua teoria quando, depois de soltar a mão de Munn, ele começou a tatear ao redor embaixo da mesa até que ele sentiu a cabeça da médium. O mágico cochichou a Munn que podia denunciá-la e expô-la imediatamente mas o redator propôs esperar e a sessão espírita continuou.


Era então a vez da caixa-sino. Outra vez ela foi colocada entre pés de Houdini, outra vez Margery pôs o seu tornozelo contra o do mágico e outra vez, na escuridão, Houdini, que tinha enrolado a calça da sua perna como a noite anterior, sentiu-a esticar seu pé para tocar o sino. A fivela da liga de Houdini, no entanto, tinha pego a meia da médium, impedindo-a de chegar à caixa.

- “Você tem ligas, não tem?” ela perguntou.
- “Sim”, Houdini respondeu.
- “Bem, a fivela me machuca”.

Depois de jogar a liga fora, Houdini sentiu que a perna da mulher esticar outra vez e o sino ressoar cada vez que seus músculos se estendiam. A sessão espírita terminou, Crandon deixou o lugar e o comitê discutiu o que tinha acontecido. Houdini contou aos outros sobre sua descoberta e deu uma demonstração prática. O comitê, no entanto, decidiu esperar até que eles estivessem em Nova Iorque antes de emitir um comunicado para a imprensa. Entretanto, era necessário que os Crandons não soubessem sobre as descobertas de Houdini.


Munn e Houdini deixaram Nova Iorque e Bird permaneceu como um convidado com os Crandons por mais três dias. Mais tarde ficou-se sabendo que ele tinha contado a Mina e a seu marido o que Houdini tinha descoberto e o que o comitê pretendia fazer. Desse momento em diante Margery ficaria em guarda.

Chegando em Nova Iorque, Munn rasgou um artigo da Scientific American por Bird em que ele elogiava as capacidades de Margery. Ele, no entanto, não podia parar os jornais de informar as declarações de Bird. Algumas manchetes que apareceram nos jornais do dia eram:

“Médium de Boston Confunde os Peritos;
“Cientistas Confusos Com as Revelações, Poder Psíquico de Margery Estabelecido”;
“Peritos em Vão Procuram Trapaça em Demonstração Espiritualista”;
e então um que fez o mágico ferver com cólera: “Houdini o Mágico Desconcertado”.

Continua...

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