segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Houdini contra a Bruxa Loira da Rua Lime (8)

por Massimo Polidoro

(Continuação)

A ÚLTIMA SESSÃO


Uma última sessão espírita foi planejada para 27 de agosto. Essa tarde Munn, Prince, o Dr. Crandon, Mina, e Houdini jantaram juntos fora de Boston. A médium, sabendo que Houdini estava prestes a denunciá-la desde o Keith’s Theatre em Boston, protestou que ela não queria que filho de doze anos lesse que sua mãe era uma fraude.

- “Então não seja uma fraude”, Houdini lhe disse.

Ela respondeu que se ele apresentasse erroneamente os fatos alguns de seus amigos entrariam em cena e lhe dariam uma boa surra. Houdini insistiu que ele não iria apresentar erroneamente nada (Houdini, p. 21).

O Dr. Comstock tinha inventado um artifício para imobilizar a médium para a última sessão espírita do comitê. Era uma caixa baixa em que Margery e um investigador, sentando-se um na frente do outro, poriam os seus pés. Uma tábua, ligada à caixa, seria trancada em cima dos joelhos, prevenindo a retirada dos pés. Os lados da caixa permaneceram abertos permitindo qualquer possível “estrutura psíquica” operar. As suas mãos foram seguradas pelo investigador e a caixa com o sino foi colocado fora da caixa-controle, tudo estava pronto para a sessão espírita começar.

Enquanto esperando para algo acontecer, o Dr. Crandon observou:

- “Algum dia, Houdini, você verá a luz e se isto for ocorrer esta noite, eu alegremente darei dez mil dólares à caridade”.

- “Pode acontecer”, Houdini respondeu, “mas eu duvido”.

- “Sim senhor” o Dr. Crandon repetiu, “se você se converter este noite eu alegremente darei $10.000 a alguma instituição de caridade” (pp. 21-22).


Foi uma “sessão vazia”, isso é, nada aconteceu. Houdini não se converteu e o Dr. Crandon manteve seus $10.000 (que Houdini interpretou como uma tentativa de suborno).

O artifício do Dr. Comstock, obviamente melhor que o usado por Houdini, mostrou que quando a médium era imobilizada e controlada por um investigador (em vez que por seu marido), os fenômenos desapareciam. Como de costume acontece em tais casos: quando os controles são 0% os fenômenos são 100%; quando controles são 100% os fenômenos são 0%.

Enquanto Margery não ganhou o prêmio da Scientific American a dúvida sobre sua honestidade pela investigação do comitê não foi suficiente para destruí-la aos olhos do público. Malcolm Bird renunciou à Scientific American depois do anúncio de Houdini num programa de rádio: “Eu publicamente denuncio aqui Malcolm Bird como sendo cúmplice de Margery!” Depois de renunciar, Bird passou seu tempo promovendo Margery.

Continua...

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