sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Houdini contra a Bruxa Loira da Rua Lime (12)

por Massimo Polidoro

(Continuação)

SUSPEITAS E MAIS SUSPEITAS


Um investigador após outro permaneceu insatisfeito com as sessões espíritas de Margery e depois de Dingwall e o grupo de Harvard foi a vez de Joseph Benelux Rhine ficar decepcionado.

Um professor na Universidade de Duque em Durham, Carolina do Norte, Rhine iria eventualmente, em 1935, desbravar o estudo sistemático da parapsicologia num cenário formal de laboratório.

Ele foi convidado pelo sempre entusiasmado Bird à Rua Lime em 1 de julho de 1926, e os Crandons o saudaram com a hospitalidade costumeira. Desde o início Rhine e sua esposa sabiam que teria sido impossível testar os fatos como gostariam. Por exemplo, eles não podiam examinar a substância com as luzes ligadas e Crandon impediu Rhine de examinar os vários instrumentos que encheram o local de sessão espírita que eram supostamente para documentar e medir este ou aquele fenômeno. Ainda o professor foi capaz de notar que as cordas de um artifício que supostamente era feito para prender a médium tinha sido retiradas, permitindo liberdade completa de movimento. Quando Rhine viu Margery chutando com o pé um megafone durante uma sessão espírita para dar a impressão que estava levitando a fraude era clara.


Se ele tinha podido detectar todas estas coisas em uma sessão espírita, Rhine perguntou, por que Bird com três anos de experiência não teve quaisquer suspeitas? Poderia ele ser cúmplice da médium? Bird negou as acusações dizendo que aquelas eram as “opiniões pessoais” de Rhine, mas o professor perguntou-se o que podia ter levado a homens como Bird ou Carrington jogar o jogo da médium, e observou:

"É evidentemente de muita grande vantagem a um médium, especialmente se fraudulento, ser pessoalmente atraente; ajuda no “negócio de pegar mosca”. Nosso relatório seria incompleto sem menção do fato que este “negócio” alcançou o ponto de fato beijar e abraçar em nossa sessão, no caso de um dos admiradores mais ardentes da médium. Deste homem podia ser esperado detectar trapaça nela?" (Rhine, J. B e RHine, L. E., 1927).


Isto parcialmente podia explicar os motivos de Bird e colegas, mas que tal o Dr. Crandon? Se ele era um cúmplice também ele certamente não podia ser motivado pelo desejo de uma aventura com a médium já que ela já era sua esposa. Rhine ofereceu o seguinte motivo:

"(Crandon) gradualmente descobriu que ela o estava enganando, mas já tinha começado a gozar a notoriedade que isto lhe deu, grupos de sociedade admiradora iam a seu lar para ouvir suas palestras e ser entretida, o interesse e fama despertada neste país e Europa, etc. Isto foi especialmente apreciado por ele em vista de perda decidida de posição e prestígio sofrida em anos recentes" (Rhine, J. B e Rhine, L. E., 1927).

A publicação do relatório de Rhine no Journal of Abnormal Social Psychology causou os protestos inevitáveis pelos defensores de Margery. Sir Arthur Conan Doyle comprou espaço nos jornais de Boston e inseriu um descortês aviso tarjado em preto declarando simplesmente: "J. B. Rhine é um idiota".

Continua...

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