terça-feira, 27 de maio de 2008
Jesus: Lenda ou Fato?
Estou entretido numa pesquisa pessoal onde procuro descobrir se Jesus realmente existiu ou simplesmente não passa da mais poderosa lenda urbana a que se tem notícia?
Segundo o teólogo da UMESP (Universidade Metodista de São Paulo), Gabriele Cornelli:
“Não é preciso comprovar a existência de Jesus arqueologicamente, pois existem várias evidências históricas. Além da literatura cristã primitiva temos testemunhos do Talmude, um dos textos sagrados do judaísmo, e de Josefo, o primeiro historiador judeu. Do ponto de vista histórico, é mais do que suficiente”.
O texto do historiador judeu Flávio Josefo, mencionado acima, encontra-se em sua obra intitulada “Antiguidades Judaicas” (95 d.C.):
“Por esse tempo apareceu Jesus, um homem sábio, que praticou boas obras e cujas virtudes eram reconhecidas. Muitos judeus e pessoas de outras nações tornaram-se seus discípulos. Pilatos o condenou a ser crucificado e morto. Porém, aqueles que se tornaram seus discípulos pregaram sua doutrina. Eles afirmam que Jesus apareceu a eles três dias após a sua crucificação e que está vivo. Talvez ele fosse o Messias previsto pelos maravilhosos prognósticos dos profetas”. (Josefo, “Antiguidades Judaicas” XVIII,3,2).
Este texto, que é uma tradução de uma versão árabe e talvez seje o que mais se aproxima do original, é colocado em dúvida sob acusação de interpolação por um escritor cristão, pois acredita-se que Josefo, na qualidade de judeu, nunca iria se reportar a Jesus desta maneira. Os eruditos se dividem em suas opiniões quanto à autenticidade deste texto, o que já não acontece quanto às supostas referências de Josefo a respeito da ressurreição e da messianidade de Jesus, onde todos são unânimes em admitir interpolações posteriores.
Em outros lugares de sua obra, Josefo também registra a execução de São João Batista (XVIII,5,2) e o martírio de São Tiago o Justo (XX,9,1), referindo-se a este como “o irmão de Jesus que era chamado Cristo”.
Os teólogos chamam a atenção para o verbo “ser” no passado, na expressão “Jesus que ERA chamado Cristo”, pois acreditam que esta forma testemunha contra uma possível adulteração cristã já que um cristão certamente escreveria “Jesus que É chamado Cristo”.
E o Talmude, o que diz?
Esta coleção de antigos escritos rabínicos, que constituem a base da autoridade religiosa para o Judaísmo tradicional, não faz referência explícita ao nome de Jesus, porém os rabinos identificam o personagem em questão como o próprio. São referências nada simpáticas nem a Jesus nem à sua Igreja, e por este motivo tidas como isentas de adulteração por parte dos cristãos. É interessante observar que ao mencionar os milagres realizados, estes não são negados como fábulas contadas entre o povo, mas são relacionados como frutos de artes mágicas do Egito:
“Na véspera da Páscoa eles penduraram Yeshu [...] ia ser apedrejado por prática de magia e por enganar Israel e fazê-lo se desviar [...] e eles o penduraram na véspera da Páscoa.” (Talmude Babilônico, Sanhedrim 43a).
A favor do Cristo histórico existem também algumas referências de autores pagãos tais como a correspondência política entre o procônsul na Ásia Menor no ano de 111 d.C., Plínio, o jovem, e o imperador Trajano:
“...[os cristãos] têm como hábito reunir-se em um dia fixo, antes do nascer do sol, e dirigir palavras a Cristo como se este fosse um deus; eles mesmos fazem um juramento, de não cometer qualquer crime, nem cometer roubo ou saque, ou adultério, nem quebrar sua palavra, e nem negar um depósito quando exigido. Após fazerem isto, despedem-se e se encontram novamente para a refeição...” (Plínio, Epístola 97).
Uma outra referência é encontrada nos escritos de um dos mais famosos historiadores romanos chamado Cornélio Tácito (55-117 d.C.), que também era governador da Ásia em 112 d.C., onde lemos:
“O fundador da seita foi Crestus, executado no tempo de Tibério pelo procurador Pôncio Pilatos. Essa superstição perniciosa, controlada por certo tempo, brotou novamente, não apenas em toda a Judéia... mas também em toda a cidade de Roma...” (Tácito, “Anais” XV,44).
Este texto encontra-se numa carta que trata sobre o incêndio criminoso de Roma, onde acredita-se que apesar de ter sido Nero o responsável, a culpa foi colocada em cima dos cristãos.
Um outro texto é o que está na carta de Mara Bar-Serapião (73 d.C. ?), um sírio escrevendo ao seu filho Serapião sobre a busca da sabedoria, onde menciona um tal “rei dos judeus” identificado por muitos como Jesus. Diz ele:
“Que vantagem tem os judeus executando seu sábio rei?... O rei sábio não morreu; ele vive nos ensinos que deu.”
Celso, o filósofo neoplatônico e grande inimigo do cristianismo também menciona Cristo em seus escritos.
A literatura cristã primitiva também é utilizada como evidência testemunhal do Cristo histórico. Os evangelhos e as várias epístolas neo-testamentárias são as principais delas. Mas existem outras posteriores tais como os escritos de Júlio Africano (220 d.C.). Este menciona um historiador samaritano de nome Talo (52 d.C.), que é considerado como o primeiro gentio a mencionar Cristo indiretamente:
“O mundo inteiro foi atingido por uma profunda treva; as pedras foram rasgadas por um terremoto, muitos lugares na Judéia e outros distritos foram afetados. Esta escuridão Talo, no terceiro livro de sua história, chama, como me parece sem razão, um eclipse do Sol”.
É prudente observar que não existe nada na história sobre os escritos de Talo, a não ser alguns fragmentos preservados nos escritos de Júlio Africano.
Mais evidências indiretas podem ser encontradas na defesa do cristianismo feita pelo jurista e teólogo Tertuliano, que menciona uma correspondência entre Tibério e Pôncio Pilatos sobre Jesus (Apologia,2), e também no desafio do filósofo cristão Justino, o Mártir, ao imperador Antonino Pio para que consultasse os arquivos imperiais deixados por Pilatos sobre a morte de Jesus Cristo (Apologia 1.48).
Os documentos históricos acima mencionados nos dão informações suficientes para sabermos apenas que Jesus foi um homem que viveu no primeiro século, chamado Cristo, Filho de uma mulher judia, operador de milagres que reuniu em torno de si vários seguidores que o adoravam como Deus. Este homem foi crucificado sob o governo de Pôncio Pilatos. Porém, sua identidade como Filho de Deus e Salvador da humanidade ficam circunscritas aos escritos essencialmente de origem cristã.
Minha conclusão pessoal pelas pesquisas que tenho realizado (essencialmente modestas) é que a existência do personagem histórico chamado Jesus é praticamente irrefutável. Um dos argumentos mais fortes que vejo a favor deste fato é que, caso Jesus nunca houvesse existido e tudo não passasse de pura lenda ou crendice popular, isto seria muito facilmente refutado por aqueles que viveram bem próximo ao tempo e local onde tudo se originou. No entanto, tudo o que encontramos são referências combatendo sua pessoa e refutando sua doutrina, mas nenhuma deixando dúvida quanto a sua existência.
Como a verdade não teme investigação, continuo pesquisando e principalmente aguardando comentários que venham pesar do outro lado da balança.
Postado por
Cleiton Heredia
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Olá Cleiton,
ResponderExcluirTrinta e seis anos após a morte de Jesus Cristo a cidade de Jerusalém foi destruída pelos romanos, e com ela todo e qualquer registro da época que pudesse autenticar a veracidade a respeito desse personagem.
A Judéia foi arrasada, e para um povo desmoralizado deve ter sido muito fácil abraçar uma religião que valorizava o pobre, a mulher, o estrangeiro, as crianças, os doentes e desesperados, e ainda por cima abria a porta do Céu para todo aquele que confessasse Jesus Cristo como Senhor. Tudo muito conveniente. Assim, não consigo imaginar momento histórico mais propicio para a pregação das boas novas. E não é que o negócio pegou! Desenvolveram até uma pregação voltada especialmente para os gentios. E o Império de ferro se curvou perante a cruz.
Quanto aos registros históricos que você mencionou, todos são questionáveis. Alguns por terem como base tradições, outros porque foram descaradamente manipulados, e os de Flávio Josefo em especial me fazem rir. Até parece que um judeu ao ver seu povo sendo massacrado acharia tempo para engrandecer um personagem cuja simples menção só trazia mais opróbrio sobre seu milenar sistema religioso. Essa não dá para digerir nem com Coca-Cola.
Outros registros são questionáveis pelo fato do grande distanciamento entre as datas em que foram escritos e os fatos por eles narrados, e nesse balaio incluo os Evangelhos, cujos manuscritos mais antigos datam do segundo século de nossa era. Não há garantia nenhuma quanto à historicidade dos fatos neles descritos.
Obviamente, crer no personagem Jesus de Nazaré é o cerne do cristianismo. Mas religião é isso mesmo. Ter fé nas coisas que não se vêem e que não se podem provar.
Ricardo,
ResponderExcluirSeus argumentos são muito interessantes e merecedores de reflexão cuidadosa.
Vamos iniciar pela destruição de Jerusalém no ano 70 d.C. Os romanos realmente arrazaram com tudo; em especial com o símbolo máximo da nação judaica, o templo. Porém a de se convir que algumas pessoas conseguiram escapar ilesas levando consigo a verdade sobre os fatos que posteriormente seriam narrados; especialmente aqueles com relação a Jesus.
Outro ponto relevante é o fato de que a história de Jesus não se restringe a Jerusalém. Jesus, também conhecido como Jesus de Nazaré, perambulou por toda a Galiléia, de forma que muitas outras cidades em todo território israelita também foram testemunhas de suas pregações e milagres.
Concordo plenamente quanto a conveniência da pregação cristã em relação ao peculiar momento histórico, porém isto não precisa ser necessariamente entendido como se tudo não passasse de uma lenda, mas podemos também considerar que simplesmente foi a pregação certa surgindo no momento certo.
Também concordo que vários registros históricos são frutos de posterior interpolação ou mesmo fraude literária, mas e quanto aos outros registros que desfavorecem e até difamam Jesus e o cristianismo? Seriam eles frutos de uma conspiração engenhosamente elaborada para forjar fatos imaginários?
Você também está correto quando data no 2º século o manuscrito mais antigo dos evangelhos, pois o mais antigo e incontestável manuscrito é um segmento de João 18:31-33, 37 e 38, conhecido como fragmento John Rylands, datado entre 117 e 138 d.C.
Porém, a bem da verdade, não podemos esquecer os nove discutíveis fragmentos encontrados entre os manuscritos do Mar Morto datados entre os anos de 50 e 70 d.C.
Apreciei seus argumentos que sem dúvida pesam do outro lado da balança, mas na minha opinião ela continua ainda pendendo para a veracidade histórica de Jesus.
Salve!
ResponderExcluirA eterna busca pelo Cristo histórico para tentar se chegar ao Deus pessoal.
Não basta ao homem ter convicção da existência de um ser superior. Mister se faz saber se Deus está preocupado com cada um de nós...
A busca do homem (criacionista) está em saber, no final, se Deus está buscando redimir essa humanidade desgraçada pelas mazelas da vida...
Achar o Cristo histórico dará a convicção de uma possibilidade de vida eterna? Não basta isso. Depois de comprovada a sua existência há que se provar a sua divindade...
Às vezes chega a ser deprimente.
SDS
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirCleiton: cancelei um comentário porque foi salvo de forma duplicada. Aproveito para concluir meu raciocínio:
ResponderExcluirCristo histórico - Deus encarnado - Plano de salvação.
É preciso ter MUITA fé. E como diz um amigo nosso: "fé-demais-não-cheira bem".
SDS
Infelizmente para sua investigação, sua opinião não conta quando o assunto é a historicidade de Jesus. Num estudo sério o que vale são os fatos.
ResponderExcluirQuanto às pessoas que escaparam da destruição de Jerusalém, se não deixaram nada que tenha sido “comprovadamente” escrito naquele mesmo tempo, seus contos já não valem de nada. Não passam de especulações históricas.
Citar que Jesus perambulou por outras terras, só piora a situação em relação à historicidade do personagem. Se realmente ele foi tão atuante entre outras comunidades, onde estão os registros escritos por essas populações a respeito do judeu que curava e fazia milagres?
Quanto aos demais documentos, muito poucos a bem da verdade, que citam alguém chamado Jesus, todos eles podem ser contestados. Alguns podem estar se referindo a outra pessoa com o mesmo nome. Outros podem ter sido fabricados sim senhor. Você acha que manipular informação é coisa da sociedade moderna? Nunca ouviu ou leu a respeito de registros de povos da Mesopotâmia ou do antigo Egito a respeito de vitorias que nunca existiram?
Agora, para o bem do cristianismo seria muito bom que os fragmentos do Mar Morto relativos às passagens do Novo Testamento não se confirmem. Não se esqueça que utensílios e moedas ali encontrados remontam a historia daquele lugar para séculos a.C. Alguém poderia dizer que tudo a respeito de Jesus de Nazaré tenha sido meticulosamente planejado por uma comunidade judaica separada do judaísmo ortodoxo de Jerusalém. Tudo com o propósito de levar esperança para uma marginalizada parcela da sociedade. Para piorar a situação, no ano 68 d.C. a comunidade responsável pelos manuscritos do Mar Morto deixou de existir por ação do exercito romano, então, como explicar a presença de trechos de livros que ainda não haviam sido escritos?
O Jesus histórico está muito longe de ser comprovado. Mas para o cristianismo isso pouco importa, mesmo porque dos ensinos de Cristo já não se encontra mais nada que não tenha sido maculado pela vontade dos homens.
Enéias,
ResponderExcluirA busca pelo Cristo histórico não precisa estar necessariamente relacionada com questões religiosas, muito embora eu reconheça que é muito difícil tal separação.
Da mesma forma que um historiador em busca da verdade pesquisa sobre a real existência de Moisés e Maomé, também pode-se empreender o mesmo em relação a Jesus, sem necessariamente querer nesta busca encontrar ou reafirmar a motivação para se viver.
Não entendi se você considera "deprimente" minha preocupação com tal assunto, ou com o fato do homem estar sempre a procura de algo que transcenda este mundo temporal e material e que lhe faça crer que a vida tem um propósito.
Não entendi se você considera "deprimente" minha preocupação com tal assunto, ou com o fato do homem estar sempre a procura de algo que transcenda este mundo temporal e material e que lhe faça crer que a vida tem um propósito.
ResponderExcluir===
A preocupação é com o ser humano.
Abraços.
Ricardo,
ResponderExcluirNum estudo sério o que vale são os fatos.
Quais fatos você apresentou?
1) Que Jerusalém foi destruída e por isso fica impossível confirmar a historicidade de Jesus?
Muitos pesquisadores sérios tais como Norman Geisler, Frank Turex, Alister McGrath, Frank Morrisson, Simon Greenleaf questionariam sua argumentação um tanto simplista demais. A metodologia científica, a pesquisa forense e a crítica textual aplicadas à vida de Jesus mostram que sua historicidade pode ser confirmada de forma muito mais confiável do que muitos personagens que hoje ninguém discute sua historicidade.
Isto sem falar que 36 anos é tempo demais, pois veja o que diz Paul Althaus: “[a ressurreição de Cristo] não poderia, em Jerusalém, subsistir nem por um dia, nem por uma hora, se o fato de que o túmulo estava vazio não tivesse sido constatado e firmado, por todos os envolvidos na questão.” Die Wahrheit des Kirchlichen Osterglaubens, pág. 22.
2) Que todos os registros históricos que citam nominalmente a Jesus podem ser contestados?
Você não contestou com argumentação criteriosa e embasamento documental nenhum dos documentos que citei em minha postagem. Apenas limitou-se de forma jocosa a descrê-los com base em sua opinião pessoal. Gostaria muito que me apresentasse os pesquisadores e historiadores que compartilham de suas idéias. Qual a metodologia de crítica textual que você utilizou para rir da declaração de Flávio Josefo?
Veja bem meu amigo, uma coisa é dizer o que pensa, outra bem diferente é fornecer ampla base científica e documental para aquilo que se fala.
3) Que o fato das narrativas da vida de Jesus terem como palco toda a palestina e Judéia só piora a situação de sua historicidade pela falta de documentos narrando isto?
Este tipo de argumentação é controverso, pois quanto mais amplamente Jesus fosse conhecido, maior número de pessoas poderiam contestar os fatos caso estes não passassem de pura invenção.
É por este motivo que o Dr. John Warwick Montgomery afirma: “A idéia de que os cristãos primitivos pudessem ter criado tal história e depois a houvessem divulgado perante aqueles que poderiam tê-los refutado ... supera os limites da credibilidade” History and christianity, pág. 78.
4) Que os manuscritos neo-testamentários achados nas cavernas do Mar Morto são frutos de uma conspiração meticulosamente planejada por separatistas judeus devido a narrarem fatos que só apareceriam em manuscritos escritos em data posterior?
Novamente apelo para que apresente os fatos histórico-documentais que apóiam este argumento.
Como vê, você fala que um estudo sério baseia-se em fatos, mas não os apresenta. Isto leva-me a concluir que sua refutação expõe apenas aquilo que você pensa, mas está longe de ser uma refutação baseada em estudo sério.
Realmente, o fato de Jerusalém ter sido destruída não significa que todas as evidências sobre o Jesus de Nazaré histórico também tenham sido destruídas com ela. Contudo, eu nunca fui apresentado a nenhuma dessas evidências irrefutáveis, nem você, caso contrário não seria necessário estar estudando o assunto à procura de provas históricas a respeito desse personagem, pois certamente elas poderiam ser encontradas facilmente em qualquer enciclopédia.
ResponderExcluirMeu amigo, os religiosos são maioria nesse planeta, e são eles que costumam perseguir e matar seus opositores. Tenho certeza de que se houvesse alguma prova cabal sobre a historicidade do personagem Jesus de Nazaré, a beata Fátima Bernardes, ancora do Jornal Nacional, seria a primeira a divulgá-la, em horário nobre, com um sorriso de orelha a orelha. Sabe por que isso ainda não aconteceu? Porque não há evidência que não possa ser refutada a esse respeito.
Não são os opositores das invencionices que tem a obrigação de provar que elas não passam de embustes, mas os que defendem sua veracidade é que tem que apresentar documentação irrefutável a seu favor.
De minha parte, estou confortavelmente sentado em frente ao meu microcomputador esperando tais provas.
Ricardo,
ResponderExcluirSaindo do campo das evidências e caindo no das provas, sou obrigado a concordar contigo que não existe qualquer tipo de prova cabal e irrefutável que feche a questão de forma definitiva.
Até me arrisco a dizer que estas provas nunca serão encontradas, pois estamos falando de alguém cujos restos mortais não podem ser encontrados, quer seja porque ressuscitou de fato, ou quer seja porque seria o fim do cristianismo.
Por outro lado, se tudo na história precisa de uma prova categórica, precisaremos rever os compêndios de história antiga, pois seguramente pouquíssima coisa do que está lá pode ser provado de fato.
No entanto os livros existem e foram escritos em grande parte com base no peso das evidências que nos darão uma noção daquilo que mais provavelmente tenha acontecido ou existido.
Sim, entramos aqui no campo da fé tão necessária para se crer na historicidade de Jesus, bem como na historicidade de Platão, Confúcio, Gengis Kan, Aristóteles, Hipócrates e muitos outros mais.
É justamente isso o que estou dizendo. Não há prova definitiva a respeito da historicidade de Jesus Cristo. Quanto a Gêngis Khan (Temudjin) você está enganado.
ResponderExcluirGêngis Khan reinou de 1206 a 1227.
O conquistador mongol dominou a Ásia. E seus descendentes se estabeleceram na China.
Marco Polo, o viajante veneziano, esteve frente a frente com o neto de Gêngis Khan, Kublai Khan, imperador da China.
Ahá!!! Então toma lá um pouco de sua metodologia argumentativa:
ResponderExcluirDescendentes? Marco Polo de frente com o neto?
Você conhece pessoalmente algum descendente? É possível se comprovar cientificamente de forma irrefutável que estes eram realmente descendentes do Gêngis Khan?
Você esteve de frente com algum neto do G.K. e fez algum exame de DNA para saber se ele era realmente neto ou só estava contando lorota?
Os livros de história falam de um grande conquistador mongol conquistando a Ásia, mas e se isto for apenas uma lenda que se criou entre um povo que queria ser temido por causa de um super-herói militando em suas fileiras?
Como os historiadores chegaram a conclusão que G.K. existiu como um personagem histórico real, se ninguém o filmou, ninguém tirou foto, ninguém gravou sua fala?
Evidências, amigo, evidências!
As pessoas falaram dele, escreveram sobre ele, contaram de seus feitos, e o mundo mudou por causa dele.
Se você aceita Gêngis Khan como um personagem histórico, será obrigado a aceitar também a Jesus, pois a metodologia que confirma a ambos é a mesma: EVIDÊNCIAS.
Olá Cleiton,
ResponderExcluirOlá Ricardo,
Li os argumentos de ambos e achei a discussão muito interessante. Acho que esse assunto mexe com muitos sentimentos entre eles fé e paixão. Eu invejo o conhecimento de vocês(no bom sentido). Tenho alguma noção sobre uma série de "fatos" (diante de tantos questionamentos a respeito de veracidade tenho até medo de usar o termo) como os manuscritos do Mar Morto, etc, mas não tenho a menor condição de discutir com vocês. Sou um curioso, gosto do assunto e minha contribuição e sugerir um livro que li para os amigos. O título é "Jesus viveu na Índia", de Holger Kersten. Provavelmente vocês conhecem o livro, mas se não conhecerem acho que poderia interessar.
Abraço.
Vinicius Carrard
Para Cleiton e os demais.
ResponderExcluirPela lógica vê-se que Jesus realmente deve ter existido, mas também pela lógica vê-se que muito do que se diz a seu respeito é pura lenda e fruto da imaginação de quem escreveu ou narrou.
Lenda ou não, o fato é que Jesus da forma que é retratado é uma das mais importantes referências que se conhece.
O importante é que a fé em Jesus tem modificado e fortalecido a vida das pessoas, apesar das religiões manipularem esse fenômeno segundo suas conveniências.
Resumindo é muito mais provável que Jesus tenha existido do que não. Porém afirmar ser êle filho de Deus dá margem a muitas dúvidas.
A razão de todas as crenças está da grande indagação que o ser humano tem, que é realmente saber o porque da sua existência.
Abre-se então uma enorme brecha para as religiões que tentam explicar e convencer as pessoas. E quando essas explicações se mostram absurdas e até fantasiosas, eles afirmam que é preciso ter fé.
Ou seja ter fé, é abrir mão de raciocinar.
Porém, uma coisa eu sempre falo para os ateus, basta que eles observem a vida em todas as suas formas de manifestação, e verão que é uma criação inteligente, logo teve um criador.
Agora. atribuir a esse CRIADOR, uma série de qualidades, como extrema bondade ou a capacidade de interferir diretamente na vida das pessoas é outra coisa bem diferente.
Uma coisa é certa, se somos criatura, por razões de projeto, jamais conseguiremos entender a razão da criação, pois estaríamos nos nivelando ao criador.
Mesmo assim, de seguirmos os ensinamentos atribuídos a Jesus não teremos nada a perder,daí a enorme importância desse fenômeno Jesus, lenda ou não.
A própria biblia, é quem desmente a história de jesus ter nascido de uma virgem, tem texto de sobra, para comprovar a farsa dessa história copiada de outras lendas
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