sexta-feira, 15 de outubro de 2010

A Travessia do Mar Vermelho - Mito ou Fato? (Parte 2)

por Cleiton Heredia

Para esta análise que faremos, eu estarei me baseando no interessante trabalho de pesquisa que o Sr.Paulo da Silva Neto Sobrinho publicou com o título: "Mar Vermelho: a travessia que não existiu".

Antes de analisarmos as informações contidas na apresentação que publicamos na postagem anterior vejamos quem é a autoridade arqueológica que o documento apresenta como o autor das descobertas: Ronald Eldon Wyatt.

"Wyatt (1933-04/08/1999) foi um arqueólogo amador contestado por suas supostas descobertas arqueológicas à respeito de localidades bíblicas. Contudo, o único objeto arqueológico aceito ter pertencido ao templo de Salomão, o 'Pomo de Marfim', foi encontrado por ele." (Wikipédia).

Este contestado arqueólogo era Adventista do Sétimo Dia (segmento cristão protestante) e ficou famoso por seu descobrimento da Arca de Noé, no sítio do navio encontrado na Região do Monte Ararat da Turquia, a muitos pés acima do nível do mar.

Seus outros achados que supostamente confirmariam como verdadeiras as histórias narradas no Antigo e Novo Testamento da Bíblia são:

- Descobrimento dos restos da Sodoma e Gomorra;
- Descobrimento do Monte Sinai com a rocha que Moisés partiu para que fluísse a água;
- Descobrimento do lugar em que os israelitas cruzaram o Mar Vermelho durante o êxodo (que é o alvo do nosso estudo aqui);
- E a mais "fantástica" descoberta de todos os tempos: o descobrimento da Arca do Concerto relacionada ao verdadeiro lugar da crucificação de Cristo, que incluiu a descoberta de sangue seco, que quando foi analisado, resultou ser como nenhum outro sangue encontrado jamais nesta terra - O sangue do próprio Filho de Deus!

Bem, se você é uma pessoa que se preocupa com a veracidade dos fatos, já deve ter percebido que mesmo sendo considerado como um arqueólogo amador, Wyatt deveria estar entre os mais consagrados arqueólogos do século caso suas descobertas fossem ratificadas pelos verdadeiros cientistas e estudiosos nesta área.

No entanto, se formos buscar o verdadeiro conhecimento científico por trás das genuínas descobertas arqueológicas, ou pelo menos daquelas que são reconhecidas com autenticidade pela comunidade científica veremos que "seus achados revolucionaram o estudo do antigo Israel e jogaram sérias dúvidas sobre as bases históricas de muitas narrativas bíblicas, como as peregrinações dos patriarcas, o êxodo do Egito e a conquista de Canaã, e o glorioso império de Davi e Salomão". E mais, "agora é evidente que muitos eventos da história bíblica não aconteceram numa determinada era ou da maneira como foram descritos. Alguns dos eventos famosos da Bíblia jamais aconteceram inteiramente".

As informações entre aspas do parágrafo acima foram ditas por dois dos principais arqueólogos em atividade: Israel Finkelstein e Neil Asher Silberman. Finkelstein é diretor do Instituto de Arqueologia Sonia e Marco Nadler, da Universidade de Tel Aviv, em Israel e Silberman é diretor de interpretação histórica do Centro Ename de Arqueologia Pública e Apresentação do Legado Histórico, na Bélgica, além de contribuir regularmente como editor para a revista Archaeology.

Na próxima postagem começaremos a analisar as informações contidas na apresentação.

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