quinta-feira, 19 de maio de 2011

"Eu não posso imaginar o que seria da minha vida sem Deus!" (Parte 1)

por Cleiton Heredia


O título desta postagem é algo que ouvimos com certa frequência de pessoas religiosas. Eles acreditam que a vida religiosa é a melhor maneira de se viver e não entendem como alguém em sã consciência pode conseguir viver sem Deus. Para eles a vida sem Deus não faz o menor sentido, pois é triste e deprimente.

Na ótica daquele que crê em Deus, um ateu não passa de um louco transviado que deve amargar a mais miserável de todas as formas de viver. Não é para menos que ateus como o Dr.Drauzio Varella precisem às vezes fazer certos desabafos como o que se segue:

"Não sou religioso. Respeito todas as crenças, mas os religiosos não têm nenhum respeito pelas pessoas sem fé. Quando digo que não tenho religião, acham que sou imoral. É como se eu tivesse parte com o diabo".

Muito embora os religiosos estejam convictos da impossibilidade de se viver de forma plena sem a crença em uma divindade qualquer (na verdade não é bem "uma divindade qualquer", pois cada um tem a sua como referencial de verdade), será que do ponto de vista dos ateus existiria algum tipo de vantagem em se viver sem crer em um Deus?

Os ateus entendem que sim! E como exemplo de uma destas vantagens eles mencionam o fato de poder tomar decisões baseados num contexto específico sem estar limitado à visão dogmática de uma divindade específica.

Vamos entender um pouco melhor isto fazendo uma simples pergunta: Em que circunstância seria correto mentir? A maioria dos religiosos, baseado nos preceitos do seu Deus, responderia: "Nunca!"

Para um religioso, especialmente os fundamentalistas, a mentira é algo condenável por Deus em qualquer circunstância. A Bíblia cristã, por exemplo, está repleta de exemplos e admoestações contra a mentira. Porém, para alguém que não está preso aos ditames de uma divindade, a mentira pode não ser algo condenável dependendo das circunstâncias envolvidas.

Vamos imaginar que você estivesse vivendo no tempo da 2ª guerra mundial em algum país da Europa ocupado por tropas nazistas, e estivesse escondendo em sua casa uma família de judeus. Se soldados de Hitler chegassem até a sua porta e te perguntassem se você estava abrigando judeus, seria correto mentir?

Nestas circunstâncias qual seria a decisão moral mais apropriada? Salvar vidas das mãos de um ditador tirano e cruel ou entregá-las a sua própria sorte só para não quebrar a lei do seu Deus?

Nestas circunstâncias um ateu que estivesse disposto a proteger a vida daquela família, mentiria prontamente sem o menor peso na consciência. Os ateus estão livres para fazer o que é certo para a humanidade ao invés de estarem presos à ótica forçada de fazer o que é correto para agradar a uma divindade.

Mas isto pode parecer tremendamente subversivo para a mentalidade religiosa que imediatamente irá extrapolar este relativismo para questões extremadas como, por exemplo, roubar, adulterar ou matar.

Na próxima postagem eu falarei mais sobre isto.

8 comentários:

  1. As culturas religiosas estão escudadas na omissão e na mentira (engodo). Isso é indiscutível. Existem pessoas sinceras (até certa medida), mas desacredito totalmente nos conglomerados da fé.

    Enéias

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  2. Cleiton

    A raça religiosa é a mais mentirosa e a que menos cumpre os preceitos de seus livros sagrados, seja ele qual for. Mentem descaradamente utilizando seus conhecimentos "sagrados". É só ver no que se tornou a igreja e hoje e o que ela vem sendo desde a criação da famigerada católica. Depois ficam com aquele ar de compaixão, com a sobrancelhas levantadas e as mãos unidas como se estivessem orando ou rezando. É a raça mais perigosa, hipócrita, política e podre que se possa existir.
    Tive muito mais amigos sinceros fora da igreja do que dentro dela. Se eles forem do diabo, como dizem os religiosos, que eu vá para o inferno, pelo menos vou feliz ao invés de aguentar esses falsos com caras de amélias (desculpe-me se alguma Amélia ler isso, nada contra o nome ou a pessoa que o leva).
    Para os religiosos isso pode soar como rebeldia ou alguma frustração que tive na igreja, mas a opinião deles de mais nada me serve. A investigação mais racional e manos emocional nos leva a outros lugares mais altos.
    Grande abraço.

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  3. onde está escrito MANOS quis dizer MENOS.

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  4. Realmente, se você perguntar para um religioso “em que circunstância seria correto mentir?”, ele será forçado a responder que em nenhuma circunstancia, contudo, nós sabemos que ele vai estar mentindo ao dizer isso, pois, como qualquer outro ser humano o religioso vive mentindo para si mesmo, para a Receita Federal, para seu pastor, seu conjuge e filhos... Enfim, o religioso é tão mentiroso quanto qualquer ateu, mas com um agravante: é que o hipocrita condena a mentira. Nós, os lúcidos, não, pois sabemos que a sociedade e a propria civilização seriam impensaveis sem uma pitada de mentira. Por falar nisso: existe alguma religião que se sustente sem a mentira como um de seus pilares? Eu desconheço.

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  5. Prezado Cleiton,
    Vc é um cara estudioso e inteligente. Sugiro que vc (e os comentaristas acima, se tiverem interesse) leia o livro para ateus "Como conhecer Deus" de Deepak Chopra. Este livro, escrito com bases cientificas, tem sido elogiado por várias personalidades mundiais, não necessariamente religiosas, como Larry King da CNN, Mikhail Gorbachev da ex-URSS, Shirley MacLaine atriz, seu colega Uri Geller, e muitos outros. À propósito, a mentira não me parece critério para caracterizar um religioso. São Pedro, por ex, mentiu 3 vezes para Jesus, e nem por isso perdeu sua santidade. Abraço.
    Josemil

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  6. Prezado Josemil (Delgado),

    Não li o livro "Como conhecer Deus", mas assisti ao filme nele baseado, que acredito conter a essência do pensamento de Deepak Chopra.

    Minha singela opinião daquilo que é apresentado por Chopra: Panteísmo científico.

    O entendimento de Deus por ele defendido pode fazer um certo sentido na cultura indiana onde ele cresceu, bem como nas religiões orientais que muito valorizam a dimensão do deus interior. Porém, o mesmo se aplicado ao conceito judaico-cristão de Deus, transforma-se em uma verdadeira heresia.

    Para mim não passa de mais um conceito curioso e interessante, fruto da prodigiosidade da mente humana na tentativa de compreender o universo em que vive.

    Obrigado por sua participação e um forte abraço.

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  7. Deus, através de seu filho Jesus, mostrou indignação especial contra uma classe específica de pessoas: os religiosos! Ladrões não são problema, nem prostitutos(as), nem mentirosos(as), etc.
    Pq?
    O que interessa a Deus é sinceridade: eu fiz, eu sinto, eu sou verdadeiramente, porém não quero ou não sou feliz com isso e precisar de ajuda além da capacidade humana...
    Enquanto o religioso se esconde atrás de uma falsa "santidade", seguindo preceitos, doutrinas humanas e rituais metódicos inúteis que não mudam nada interiormente. E Jesus veio trazer boas novas referentes à "vida eterna" com Deus. De que adianta preservar sua vida com mentira hoje e morrer amanhã de qualquer maneira sem revelação sobre si mesmo!

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