sábado, 19 de fevereiro de 2011

Filhos - Melhor dentro ou fora da Igreja? (Parte 1)

por Cleiton Heredia


Cresci num contexto religioso aonde os pais se orgulham em ter todos os filhos frequentando à igreja e tomando parte ativa em suas programações. Lembro-me de conversas que ouvia de pais religiosos que diziam com um largo sorriso no rosto: "Todos os meus filhos estão na igreja".

Para estes pais "ter o filho na igreja" é sinônimo de relativa tranquilidade, pois se frequentam a igreja, isto significa que, de acordo com a forma de pensar deles, estes filhos estão em boas mãos e, de certa forma, salvaguardados dos caminhos tortuosos deste mundo de pecado.

Por outro lado, ter um filho "fora da igreja", ou seja, apostatado da fé de seus pais, ainda é visto por muitas famílias religiosas como motivo de decepção e vergonha. O raciocínio é mais ou menos o seguinte: se o filho saiu da igreja, isto significa que foi para o "mundo" e virou um "mundano". No jargão religioso, "estar no mundo" é viver sob o domínio do Diabo, e ser um "mundano" é o mesmo que ser um pecador, mau caráter, pervertido e degradado moralmente.

Mas será que se pode generalizar afirmando que todo aquele que se afasta de alguma comunidade religiosa torna-se uma pessoa pervertida e mau caráter? Por outro lado, será que se pode garantir que todo jovem que frequenta uma igreja tem melhores chances de se tornar uma pessoa do bem do que aqueles que não frequentam?

Estarei desenvolvendo este tema nas próximas duas postagens.

2 comentários:

  1. É bem complicado. Sei, apenas, que se eu tivesse posto uma bitola em minhas filhas seria mais fácil fazê-las girar conforme eu achasse mais interessante. Pelo ponto de vista da liberdade (livre arbítrio) prefiro que cresçam com valores éticos. Isso, ao meu ver, independe de religiosidade.

    Dentro da igreja é mais confortável, isso é fato. Não, porém, garantia de que o conforto durará para sempre. Ainda mais se os olhos forem abertos...

    Enéias

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  2. Fico preocupado com meus filhos dentro dela e sei que contribuí muito para isso. Sei que existem muitas coisas erradas na igreja e fora dela. Não estamos isentos em lugar nenhum. Mas vou respeitar suas individualidades, mostrando que eles não dependem de ninguém para terem alguma coisa na vida: somente deles mesmos. De seus esforços.

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