sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Cirurgia Psíquica - Verdade ou Fraude? - Parte 1

por Cleiton Heredia


A Cirurgia Psíquica, também conhecida como Cirurgia Espiritual, Espacial, Etérica ou Mediúnica, é realizada por uma pessoa, normalmente sem qualquer habilitação profissional para exercer a medicina, denominada curandeiro, médium, pai de santo ou coisa que o valha.

A base de todo o processo está na alegada pretensão do tal "cirurgião" incorporar (ser possuído) pelo espírito de algum suposto médico famoso do passado. É por esta razão que eles costumam avisar que não curam nada, mas quem cura são os espíritos, que se manifestam por meio do corpo do cirurgião, e a fé do paciente.

Este tipo nada convencional de cirurgia pode ser dividido em dois grupos básicos: cirurgias invisíveis e cirurgias visíveis. As invisíveis acontecem apenas na esfera espiritual e, como o próprio nome já diz, ninguém consegue ver nada. Para quem assiste é muito parecido com as brincadeiras de médico das crianças onde tudo acontece apenas no imaginário ou faz-de-conta.

Já as visíveis são bem mais impressionantes. As pessoas conseguem ver o sangue escorrendo e "tumores" sendo retirados de supostos buracos feitos no corpo do paciente. Algumas vezes são utilizadas ferramentas rudimentares, como facas ou estiletes sem qualquer tipo de assepsia, e incisões reais são feitas no corpo paciente. O vídeo logo abaixo mostra uma cirurgia deste tipo:

Atenção: Cenas Fortes



As cirurgias mediúnicas são muito difundidas nas Filipinas e também no Brasil, onde, muitas vezes, acabam se tornando um tipo de negócio bem lucrativo.

OS PRIMÓRDIOS

No Brasil, este tipo de procedimento começou a ficar conhecido nos anos 50, quando José Pedro de Freitas alcançou fama como "Zé Arigó" ao incorporar o espírito de um tal Dr.Fritz que, segundo ele afirmava, era um médico alemão muito habilidoso que teria morrido durante a Primeira Guerra Mundial.

A primeira pergunta que surge na cabeça de qualquer pessoa que sabe pensar é: Porque incorporar o espírito de um médico que viveu em uma época aonde os conhecimentos da medicina eram tão rudimentares se compararmos com a medicina de hoje? Porque não incorporar o espírito do maior neurocirurgião do século XX, Harvey William Cushing, morto em 1939, e continuar suas pesquisas descobrindo novas doenças assim como ele descobriu a doença que leva o seu sobrenome?

Falando nisto, nunca vi qualquer médium que se atrevesse a incorporar o espírito de gênios como Albert Einstein ou Wolfgang Amadeus Mozart. Por que será? Que prova mais contundente a favor do espiritismo seria o fato de ver alguém que nem terminou o primário demonstrando a Teoria da Relatividade ou uma pessoa que não conheça nada de música sentando num piano e tocando de forma magistral a Sonata nº 11. Bem, deixa prá lá! Vamos voltar ao assunto.

Zé Arigó montou então uma clínica na cidade de Congonhas, no interior de Minas Gerais, e ao longo de 30 anos de "carreira", operou cerca de dois milhões de pessoas, mas também sofreu dois processos por exercício ilegal de medicina, um dos quais lhe resultou em sete meses de cadeia.

Ele não cobrava nada pelas cirurgias que realizava, mas, por outro lado, sua família era dona das duas principais farmácias da cidade de Congonhas, onde os pacientes eram gentilmente convidados a comprar as ervas e remédios que ele mesmo receitava, e também eram donos de um hotel onde muitas pessoas, oriundas de todos os cantos do Brasil, ficavam hospedadas para poder se consultar com ele. Mas isto deve ser apenas uma mera coincidência, pois o importante é saber que ele não cobrava um centavo sequer pelas consultas.

Depois que ele morreu, outros surgiram alegando operarem sob a direção espiritual do Dr.Fritz. Foram eles, o ginecologista Edson Queiroz, os médiuns baianos Edivaldo de Oliveira Silva e seu irmão Oscar Wilde, o engenheiro eletrônico Rubens Faria Júnior, um tal de Mauricio Magalhães preso em flagrante acusado de exercício ilegal da medicina, charlatanismo e formação de quadrilha, e mais recentemente o Dr.Fritz está se manifestando através de uma mulher, a médium de cura, psicógrafa, taróloga e parapsicóloga, Aylla Harard.

Na próxima postagem eu vou lhe mostrar como um mágico pode produzir os mesmos impressionantes efeitos visuais que acontecem em uma cirurgia psíquica visível.

Aguardem!

Mas enquanto você espera vai curtindo aí a magnífica Sonata nº 11 em Lá maior do incomparável e não espiritualmente incorporável, Mozart.

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