quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

"Eu quero acreditar" (3ª parte)

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Depois do seu amigo que acreditava em Papai Noel e daquele outro que acreditava na autenticidade das escrituras contidas nas placas de ouros deixadas pelos judeus americanos há 2.000 atrás, você agora vai se encontrar com um outro amigo.

Caso 3

Imagine que este seu amigo lhe conte esta estória:

Um homem estava sentado em uma caverna no seu canto.
Uma luz brilhante e intensa aparece.
Uma voz diz apenas uma palavra: “Leia!” O homem sente como se estivesse morrendo. Isto aconteceu várias vezes.
Então o homem pergunta: “O que devo ler?”
A voz diz “Leia, em nome do Senhor que criou os humanos de um coágulo. Leia que seu Senhor é o Mais Generoso. Ensinou através do cálamo. Ensinou ao homem o que este não sabia.
O homem correu para casa, para junto de sua esposa.
Enquanto corria para casa, ele viu a face gigantesca de um anjo no céu. O anjo disse que era um mensageiro de Deus. O anjo também se identificou como sendo Gabriel.
Em casa, naquela noite, o anjo apareceu para o homem em seus sonhos.
O anjo apareceu para este homem de novo e de novo. Algumas vezes em sonhos, outras durante o dia como sendo “revelações em seu coração”, algumas vezes precedido por um ribombar de um sino em seus ouvidos (fazendo com que os versos fluíssem de Gabriel diretamente para o homem), e algumas vezes Gabriel simplesmente aparecia em carne e osso. Escribas escreviam tudo o que o homem dizia.
Então, numa noite após 11 anos do primeiro encontro, Gabriel apareceu para o homem com um cavalo mágico. O homem subiu no cavalo, e o cavalo o levou para Jerusalém. Então o cavalo alado levou o homem às sete camadas do paraíso. O homem foi capaz de ver o paraíso e falar com pessoas nele. Então Gabriel o trouxe de volta para a Terra.
O homem provou que esteve mesmo em Jerusalém pelo cavalo alado respondendo corretamente perguntas sobre os prédios e pontos geográficos do local.
O homem continuou recebendo revelações de Gabriel por 23 anos, e então elas pararam. Todas as revelações foram gravadas pelos escribas em um livro que existe até hoje.

(O texto acima está baseado no livro “Understanding Islam”, de Yahiya Emerick)


E aí? O que achou desta estória?

Se você nunca a ouviu antes, achará que não faz sentido algum, da mesma maneira que sentiu sobre as estórias das placas de ouro e do Papai Noel.

Você se sentiria da mesma maneira quando lesse o livro que foi supostamente transcrito por Gabriel, porque grande parte dele é obscuro. Os sonhos, o cavalo mágico, o anjo, a visita ao paraíso, e as aparições de um anjo em carne e osso, tudo lhe pareceria tão fantástico que é bem provável que ignorasse toda esta estória como se não passasse de uma ilusão.


Mas você precisa tomar cuidado! Esta estória é a base da religião muçulmana, praticada por mais de um bilhão de pessoas no mundo todo. O homem é Maomé, e o livro é o Corão (também conhecido como Alcorão). Esta é a estória sagrada da criação do Corão e a revelação de Alá para a humanidade.

Tirando o fato de que um bilhão de muçulmanos professam algum nível de crença nesta estória, pessoas fora da fé muçulmana consideram-na como muito improvável de realmente ter acontecido.

Ninguém, exceto os mulçumanos, acredita nesta estória porque ela tem todos os ingredientes fantásticos de um conto de fadas. Muitos consideram o Corão como um livro escrito por um homem e nada mais. Um cavalo alado que voa para o paraíso? Isso não existe, ou melhor, existe tanto quanto as renas voadoras do Papai Noel.

Se você é cristão, por favor, pare um momento agora e olhe novamente as estórias dos muçulmanos e dos mórmons e responda com toda lucidez e honestidade:

Por que é tão fácil ver essas estórias e perceber que não são reais?

Como você sabe, com certeza absoluta, que mórmons e muçulmanos estão enganados?

Por um acaso não seria usando a mesma lógica que o leva saber que Papai Noel não existe?

Não há evidências de nenhuma dessas estórias. Elas envolvem coisas mágicas como anjos e cavalos alados, alucinações e sonhos. Cavalos não podem voar — nós todos sabemos disso. E mesmo se pudesse, ele voaria para onde? O vácuo do espaço na velocidade da luz? Ou o cavalo de alguma forma se “desmaterializou” e então se “materializou” no céu? Se for isso, então esses processos foram inventados da mesma forma que o trenó mágico e a roupa auto-limpante do bom velhinho. São explicações cada vez mais incríveis para explicar o incrível. A lógica e a razão é que lhe afirma isto, certo?

Um observador imparcial pode ver como são impossíveis essas estórias. Da mesma maneira, muçulmanos podem ver que os mórmons estão enganados, mórmons podem ver que os muçulmanos estão enganados, e cristãos podem ver que ambos estão enganados.

Porém, o que você acha que aconteceria caso tentasse argumentar com um mulçumano usando o raciocínio lógico e a pura razão na tentativa de mostrar que ele está equivocado em suas crenças? Você perderia a cabeça? Não, não! Imagine que o mulçumano não é um extremista radical, mas uma pessoa aberta ao diálogo. Mesmo assim você não conseguiria fazê-lo enxergar as coisas da mesma maneira que você, por uma simples e mesma razão dos casos anteriores:

"ELE QUER ACREDITAR!"


Amanhã a coisa complica de vez. Aguarde.

Continua...


(Texto adaptado de "Understanding religious delusion")

5 comentários:

  1. Hehe, quer dizer que amanhã é a vez dos cristãos?

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  2. Sabia que você leva jeito para o mentalismo, em especial a precognição? (rs)

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  3. Realmente é difícil de me enganar. Algumas pessoas conseguem essa façanha por um período máximo de 18 anos, não mais do que isso. (rs)

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  4. Cleiton,

    Parece uma grande sacola e nela é possível colocar Papai Noel, Saci Pererê, Islã, Cristianismo e a Igreja Maradonista (Maradona).

    Abraços.

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  5. Peraí... como assim.... quer dizer que o papai noel NÂO EXISTE?

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