segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Espiritismo Moderno ou Ilusionismo Antigo – Parte 11

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“É preciso um ilusionista para identificar outro ilusionista” – Harry Houdini.


Houdini, o investigador psíquico, seguiu adiante em seu serviço de utilidade pública denunciando as falcatruas dos espiritualistas através de artigos publicados na Popular Science Monthly, Scientific American e nos jornais diários.

Ele também deu conferências expondo as técnicas utilizadas pelos espíritas na tentativa de forjar o sobrenatural e até chegou a participar de um comitê responsável em investigar e avaliar as pretensões de médiuns e sensitivos que pretendiam reivindicar prêmios por suas supostas habilidades genuínas.

Enquanto Robert-Houdin, Kellar e Maskelyne se empenhavam em reproduzir efeitos “ocultos” através de meios naturais, Houdini, de forma ainda mais ousada, protagonizou o desmascaramento de médiuns nos próprios palcos onde apresentavam os seus shows.

No ano de 1925, Houdini ampliou seus shows de palco, que antes se dividiam em dois atos (grandes ilusões e fugas), acrescentando um terceiro ato onde expunha os truques de médiuns fraudulentos.


Houdini não media esforços para ver os pretensiosos médiuns desmascarados em seus ardis. Conta a história que para descobrir o truque utilizado pela médium de Boston “Margery”, que pretendia ganhar o prêmio de US$ 2.500,00 oferecido pela Scientific American, ele passou um dia inteiro com sua perna direita enfaixada, provocando com isso um inchamento e assim deixando-a bem dolorosa e sensível, para então poder perceber o momento exato em que a Srª.Crandon deslizaria levemente sua perna por baixo da mesa da sessão (coisa de gênio!).

Em sua busca pela verdade, chegou oferecer US$ 10.000,00, que seriam entregue às instituições de caridade, caso algum espiritualista apresentasse qualquer médium do mundo que conseguisse exibir algum fenômeno físico que ele não pudesse reproduzir ou explicar através de meios naturais. Tal atitude ficou conhecida na época como “O Desafio de Houdini”.


No entanto, Houdini sabia também usar de cautela para não espantar por completo as mentes supersticiosas e preconceituosas. O programa de seu show sob o subtítulo de “Os Mortos Retornam?” trazia: “Ele não é um cético e respeita os crentes genuínos. Ele não diz que não há nada dessas coisas, mas que nunca conheceu um médium genuíno”.

Desta forma, ao analisar a vida e obra do grande Houdini, podemos estabelecer uma interessante metáfora: Assim como na primeira fase de sua vida, Houdini se especializou em libertar-se das algemas, prisões e camisas de força literais, na segunda fase se especializou em proporcionar libertação figurada àqueles que estavam aprisionados nas mentiras do espiritismo e presos nas algemas da superstição.

Continua...

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