quinta-feira, 30 de outubro de 2008

A Máfia Psíquica - Parte 5


Lamar Keene sabia que mentes pré-dispostas a crer a todo custo aceitam qualquer idiotice como base para suas crenças.

Na verdade, Keene e seus colegas médiuns não tinham lá muita consideração pelos seus clientes, pois os considerava como pessoas de uma qualidade intelectual não tão alta. Nas intimidades dos bastidores nomes como trouxas, otários, tolos e babacas eram usados para se referir a estes clientes.


Para esta "cambada" especializada em iludir e enganar, eles sempre tinham um tipo de truque certo que sabiam que seria eficiente com cada pessoa. Para alguns, bastava um "joguinho besta" de leitura de cartas em envelopes selados (efeito que qualquer mágico de segunda categoria consegue realizar). Para outros que se julgavam mais espertos, fazê-los levitar na cadeira durante a sessão, já era o suficiente para convencê-los da ação dos espíritos (a técnica era simples: em plena escuridão, o médium mais um cúmplice simplesmente erguiam a cadeira do cliente).


Como as sessões espíritas onde acontecem "coisas sobrenaturais" são sempre realizadas num ambiente com pouca (ou nenhuma) luz, fica muito fácil utilizar o recurso de voz direta, mover objetos sobre a mesa, fazê-los voar pela sala e pousarem na cabeça de alguém.

Lembra dos rolos de chifon e gaze usados para simular o ectoplasma? É surpreendente a quantidade de metragem que se consegue amarrotar em um pequeno fardo que pode ser ocultado dentro da roupa do médium. Conta-nos a história que Helen Duncan podia comprimir duas jardas de gaze de algodão de trinta polegadas de largura numa bola suficientemente minúscula para ser ocultada na sua boca.

Bem, embora nos sintamos indignados com todas estas falcatruas, elas são “café pequeno” em comparação com aquela que considerei a mais sórdida, maquiavélica, cruel, inescrupulosa, imoral e suja de todas.

Amanhã falaremos disto.

Continua...

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