sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

A Verdade sobre as Calorias (1ª Parte)

Cleiton Heredia


Responda rápido, o que engorda mais: uma fatia de bolo de chocolate ou uma barrinha de cereais?

Está em dúvida? Então eu vou lhe fornecer mais uma informação para lhe ajudar na resposta: A fatia de bolo tem 251 quilocalorias e a barrinha de cereais, 300 Kcal.

Agora ficou mais fácil decidir! Se a fatia de bolo possui menos caloria que a barrinha de cereais, então o bolo engorda menos. Certo?

Errado!

Bem, não quero confundir sua cabeça, mas apenas lhe dar algumas informações sobre como pode ser enganoso tomar decisões com base na quantidade de calorias que nós lemos registradas nas tabelas nutricionais contidas nos rótulos dos alimentos.


A contagem de caloria é confiável?

Aquela contagem de calorias que nos lemos nos rótulos é feita com base em um sistema antigo (fim do século 19) desenvolvido pelo químico americano Wilbur Olin Atwater. Seu método consistia em queimar uma pequena amostra do alimento e medir a energia liberada na forma de calor (energia bruta). Depois disto ele calculava quanto desta energia foi perdida por não ter sido digerida pelo organismo analisando as fezes e a urina. Subtraindo a energia bruta da energia perdida, ele estimava a quantidade de energia que o organismo consumia (caloria).

O problema que alguns nutricionistas vêem neste método é que nosso organismo não queima a comida, ele a digere. E para digerir o alimento, nosso organismo gasta energia. Portanto, dependendo do alimento, a quantidade de caloria que o corpo extrai pode reduzir de 5% a 25% (cálculo estimado pelo nutricionista britânico Geoffrey Livesey).

Aqueles que fazem regime podem achar isto legal, pois se a caloria real é menor que a indicada nos rótulos isto não prejudicará sua dieta. Certo?

Errado!

Aguarde a continuação...

2 comentários:

  1. Opa! Calorias! Pois é, caro, há muito mito difundido por aí a respeito da alimentação saudável. Ora vemos alguém a condenar o ovo, o café, o chocolate etc... Depois dizem que não, que o chocolate é bom por isso, o café, por aquilo etc.. Ou seja, isso é recorrente, tenho percebido assim.

    Acredito que muitos desses boatos são, na verdade, promovidos pela indústria de alimentos. São empresas cotadas na Bolsa, que têm a obrigação legal de aumentar os lucros de seus acionistas e que, para isso, têm de vender mais e mais comida. Ou seja, em nome de verdinhas, eles publicam a mentira e escondem a verdade, em pelo menos grande parte dos casos.

    A ciência têm evoluído -- e muito, diga-se de passagem. Por que, então, eles se utilizariam de métodos tão arcaicos de medição de calorias? Seria este método mais barato? Ou será que é esse método que lhes dá os números desejados?

    A comparação que você fez, meu caro, seria uma boa ilustração. E também um "incentivo" para aumentar os lucros das grandes confeiteiras.

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  2. A ciência têm evoluído - e muito, diga-se de passagem .Por que, então, eles se utilizariam de métodos tão arcaicos de medição de calorias?

    Muitos nutricionistas reconhecem que o sistema de contagem de calorias de Atwater não é perfeito, porém o defendem com o argumento de que ele facilita o cálculo aproximado de quilocalorias. Eles dizem também que uma revisão de um sistema mundialmente tão reconhecido e usado exigiria muita pesquisa e resultaria num sistema de rotulagem bem mais complicado, sendo que o reflexo de melhorias na saúde pública seria mínimo.

    A nutricionista da Universidade de Nova York, Marion Nestle, diz: "Existem erros, mas não são erros graves; e, afinal, ninguém consegue mesmo calcular calorias direito, então, que diferença faz?"

    Em 2002 a FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação) reuniu um grupo internacional de nutricionistas na tentativa de mudar o atual sistema de rotulagem dos alimentos levando em consideraçao o gasto de digestão. A conclusão deles foi que os problemas e dificuldades advindos desta mudança superam os benefícios.

    Muitos nutricionistas continuam achando que o sistema de Atwater precisa ser revisto, mas o assunto continua em debate.

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