terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Reflexões sobre a existência de Deus


Não reparem, mas as últimas cinco postagens são fruto de uma compulsão mental que tive logo após ter assistido o filme "Eu sou a lenda".

Neste filme, Robert Neville (interpretado por Will Smith) vive sozinho em Nova York após um misterioso evento que destrói quase todos os seres humanos. Em uma parte do filme o personagem deixa bem claro que não acredita na existência de Deus.

A argumentação sugerida pelo enredo é a velha e batida questão: Se existe um Deus todo-poderoso, porque ele permitiu que tudo isto acontecesse?

Muitas e muitas pessoas que presenciaram grandes tragédias reais acontecendo ao seu redor já fizeram este tipo de questionamento. Ele deve ter se repetido na mente de pessoas que viveram em meio de povoados devastados pela peste negra durante idade média e por outros que viveram em meios aos horrores das guerras mundiais.

No entanto, não vemos qualquer indício deste tipo de pensamento sendo esboçado no registro bíblico do dilúvio onde é relatado que só sobreviveram 8 seres humanos. Aquilo é que foi tragédia! A história bíblica do dilúvio faz a história do filme acima parecer "café pequeno".

Tudo parece ser muito simples para nós que vivemos milhares de anos distantes e aceitamos a explicação bíblica de que em todo o planeta só existiam 8 pessoas que "mereceram" ou tiveram a "graça" de serem salvas, enquanto todos os demais eram seres humanos maus, pervertidos e irrecuperáveis que mereciam serem mortos.

Porém, se fossemos um dos sobreviventes na arca de Noé e tivéssemos conhecido de perto vários daqueles homens, mulheres e crianças que morreram afogadas, será que em algum momento não seríamos tentados a fazer o mesmo questionamento?

Não estou querendo colocar em dúvida a justiça de Deus ao realizar (ou permitir) extermínios em massa, muito embora Abraão já tenha feito isto no caso da destruição das cidades de Sodoma e Gomorra. Muito menos quero levar a discussão para o porque que Deus permite o sofrimento, pois, neste caso, geralmente estaremos cogitando porque coisas ruins acontecem para "pessoas boas".

Todos estes questionamentos já partem da suposição de que Deus existe, e eu na verdade estou querendo refletir neste momento se existe algum tipo de situação que me levaria a cogitar a existência de Deus.

Deus existe?

Em que condições esta pergunta é mais satisfatoriamente respondida? Em tempos de paz e bonança quando temos tempo e recursos para calmamente pensar no assunto, ou em tempos de tragédia e desolação quando enfrentamos uma dura realidade que pode contradizer todas nossas teorias?

Os cinco artigos que se seguem são algumas formas diferentes de tentar encarar e responder a mesma questão: Deus existe?

2 comentários:

  1. Bom texto, boa proposta.

    Precisarei de tempo para ler os cinco artigos. O ponto de vista de Descartes já me é familiar e também o exarado pelo professor Rubens Alves. Acredito que no final poderemos (e devemos) postar comentários resultantes do estudo de sua proposta.

    Até mais.

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  2. "Deus existe?" Boa pergunta. Existe resposta? Sim, não uma, mas várias, o que se constitui num grande problema. Nenhuma dessas respostas parece ser satisfatória, prova disso é que a pergunta continua viva e incomodando a muitos.

    E se fosse encontrada "a" resposta definitiva? Vamos supor que ficasse provado, de modo cabal, que Deus existe. Como isso afetaria a nossa vida? Ficaríamos satisfeitos com essa descoberta (respota) e colocaríamos um ponto final à questão ou começaríamos a fazer novas perguntas?

    Uma outra possibilidade: E se pararmos de fazer essa pergunta, como ficará nossa vida? Melhor ou pior?

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