terça-feira, 30 de setembro de 2008

Espiritismo Moderno ou Ilusionismo Antigo – Parte 2


Dez anos depois que as “irmãs Fox” começaram a ouvir aquelas “estranhas” batidas, mais precisamente em 18 de abril de 1857, Hippolyte Léon Denizard Rivail, mais conhecido pelo pseudônimo de Allan Kardec, publicou “O Livro dos Espíritos – Princípios da Doutrina Espírita”. Na sequência, em janeiro de 1861, publicou “O Livro dos Médiuns – Guia dos Médiuns e dos Evocadores” e em abril de 1864 surge sua mais famosa obra: “O Evangelho Segundo o Espiritismo”. Desta forma consolidava-se o espiritismo moderno cujos ensinamentos atraem tantos até os dias atuais.

O que muitos não sabem é que o Prof. Rivail (Allan Kardec) começou a se interessar pelo assunto quando seu amigo Fortier contou para ele sobre o fenômeno das “mesas girantes” (mesas que se moviam “sozinhas” em várias direções e também falavam e até respondiam à várias questões).


Quase nada sabemos sobre Fortier, a não ser que era na época um famoso
magnetizador.
Esta era a designação que recebia um seguidor dos ensinamentos de Franz Anton Mesmer, “descobridor” do magnetismo animal ou fluido vital que é entendido como um estado particular de vibração do fluido universal. Esta teoria foi rejeitada com desdém e animosidade pela sociedades médicas por volta dos anos de 1780, bem como, a pedido do rei da França, analisada criteriosamente por eminentes membros da Academia de Ciências de Paris, tais como: Jean-Sylvain Bailly (astrônomo que calculou a rota do cometa Halley), Joseph-Ignace Guillotin (médico e cientista político inventor da guilhotina), Benjamin Franklin (cientista que ficou famoso por causa de suas experiências com a eletricidade) e Antoine-Laurent Lavoisier (pai da química moderna que enunciou o princípio da conservação da matéria). Estes em apenas quatro meses concluiram que as proposições de Mesmer não passavam de imaginação e auto-sugestão dos pacientes (isto sem falar que redigiram um relatório secreto e o enviaram para a polícia alertando para o ambiente potencialmente licencioso das clínicas mesmeristas).


Bem, voltemos ao Prof. Rivail. Ele começou a frequentar as reuniões onde o fenômeno das “mesas girantes e falantes” acontecia e, como não conseguiu encontrar uma explicação naturalmente racional para o fenômeno (não descobriu o truque), começou a acreditar que tudo acontecia devido à intervensão dos espíritos.

Desta forma, mais uma vez, a base para o surgimento de doutrinas e ensinamentos espíritas se estrutura na incapacidade de algumas pessoas explicarem algo devido a sua falta de conhecimento pleno da realidade racional e paupável por traz do aparente sobrenatural.

Hoje conheço vários mágicos capazes de fazerem não somente mesas levitarem, mas também objetos absurdamente mais pesados como um vagão de trem. É claro que tudo é feito com uma elaborada técnica de ilusionismo, cujos princípios básicos para a produção deste efeito já eram conhecidos na época por alguns ilusionistas.

Como exemplo, abaixo estão dois vídeos de um dos melhores mágicos ilusionistas do mundo, David Copperfield:

1) Levitação da mesa:


2) Levitação e desaparição de uma Ferrari:


Assustador, não é mesmo? Imagine para onde voariam seus pensamentos caso não soubesse se tratar de um show de mágicas?

Continua...

2 comentários:

  1. Cleiton:

    Acredito que a impossibilidade de explicar certas coisas serviram não apenas para o espiritismo...

    Abraços.

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  2. Esses números do D. Copperfield são sensacionais.Incrível!
    Isso realmente nos faz questionar muito do que foi rotulado como sobrenatural.

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