por Cleiton Heredia
Enquanto apreciava o pôr do sol de um bonito final de tarde de inverno, o agnóstico refletia sobre tudo que lhe havia acontecido naqueles últimos dias, principalmente na necessidade que construíram em cima de sua recente mudança: agnóstico ateísta para agnóstico teísta.
Se recapitularmos o início desta história, nós veremos que a mudança do nosso agnóstico foi mais uma estratégia para evitar todo o preconceito e distanciamento que sentia das pessoas, do que propriamente uma decisão fundamentada em algum tipo de argumento lógico ou de evidência factual. Acreditar ou não acreditar era uma opção pessoal que em nada alterava o seu agnosticismo, porém poderia fazer uma grande diferença na forma como as pessoas passariam a vê-lo. Pelo menos esta era sua esperança.
Ele então ponderou consigo mesmo:
"Se eu tivesse que escolher uma divindade específica entre os milhares que existem, qual deveria ser a escolha mais lógica e racional? Bem, eu nasci em uma parte do mundo onde a religião predominante é a monoteísta, portanto não faria muito sentido proceder a uma escolha por entre as divindades de religiões politeístas. Mesmo porque não me sentiria nenhum pouco confortável tendo que admitir como possibilidades de escolha: Zeus, o deus da mitologia grega; Thor, o deus da mitologia nórdica; ou o Grande Juju da Montanha, o deus de algumas tribos da África Central".
Ele continuou:
"Como eu nasci em um país predominantemente cristão, acho que seria muito sensato escolher a divindade cristã. Nada contra a divindade dos judeus ou dos mulçumanos, mas porque complicar as coisas se eu posso simplificar?"
O agnóstico chega então a uma conclusão:
"A escolha mais sensata no meu caso seria escolher o Deus dos cristãos!"
Ele imediatamente liga de seu celular para o amigo que havia lhe dito que de sua escolha dependeria o seu futuro eterno e anuncia todo faceiro:
- "Como você me disse que não basta acreditar em Deus, mas é preciso definir qual Deus em que se acredita, eu farei minha escolha pelo Deus dos cristãos!"
Do outro lado da linha veio uma pergunta que caiu como um balde de água gelada na sua cabeça:
- "Mas de qual segmento do cristianismo estamos falando?"
- "Hã?!? Como assim? Eu preciso ser ainda mais específico do que isto?" - perguntou o agnóstico surpreso.
A resposta do seu amigo foi curta e grossa:
- "Claro que sim! O erro se infiltrou no cristianismo e hoje os vários segmentos cristãos adoram divindades com características bem diferentes umas das outras, porém um só segmento adora o verdadeiro Deus".
O agnóstico desligou o telefone com a nítida impressão que as coisas pareciam estar se complicando cada vez mais para o seu lado.
Continua...
Esta historia seria engraçada se não fosse tragica...
ResponderExcluirSe eu estivesse no lugar do agnostico, diria que não sigo religiões especificas, sigo a Deus. Poucos iriam querer saber melhor meu posicionamento(eu acho).
abraços.
Repito: "há deus parta todos". Basta que o adorador seja um alfaiate. Aí ele fará um deus sob medida para si...
ResponderExcluirEnéias
"...Basta que o adorador seja um alfaiate. Aí ele fará um deus sob medida para si..."
ResponderExcluirEssa coisa de alfaiate me lembra um post interessante sobre o conto " A roupa nova do Rei"...
Segue abaixo...
https://deusilusao.wordpress.com/2010/09/09/deus-esta-nu/
Um abraço
Adinan