Assisti neste final de semana ao filme "Nosso Lar" inspirado na obra psicografada do médium brasileiro Chico Xavier. Esperei passar na TV a cabo porque tinha uma impressão de que jogaria meu dinheiro fora caso fosse assisti-lo no cinema. Meus pressentimentos estavam corretos!
Apesar do filme ser, até o momento, a mais cara produção cinematográfica da história do cinema nacional (cerca de 20 milhões), eu achei que o filme deixou muito a desejar pelo roteiro monótono, narração repetitiva e diálogos excessivamente explicativos em tons de sermão.
O ponto alto do filme foi, em minha opinião, os cenários digitalizados pela empresa canadense Intelligent Creatures que procuram retratar a Colônia Espiritual, tal como foi concebida em desenhos e ilustrações mediúnicas. As tomadas aéreas são muito bem feitas e ricas em detalhes, porém o mesmo não se pode dizer dos takes internos.
A trilha sonora também decepcionou, mas só decepcionou porque eu esperava bem mais do grande nome por trás dela: Philip Glass, o mesmo que compôs a bela trilha sonora do filme "O Ilusionista". Sou fã das músicas dele, mas acho que ele não deveria estar nos seus melhores dias. A fotografia contou com o trabalho do suíço Ueli Steiger que imprimiu à obra um tom bem parecido a aquele que costumamos ver nas ilustrações de literatura religiosa (tipo aquelas da Torre de Vigia da Assembléia de Deus).
Está mais do que óbvio que o filme tem o claro propósito de disseminar a doutrina espírita, mas no meu caso "o tiro saiu pela culatra". Eu nunca havia lido o livro "Nosso Lar", mas já conhecia a doutrina espírita o suficiente para considerá-la fantasiosa demais para mim. Porém, após ver este filme com todos aqueles detalhes da vida após a morte, eu mudei meu conceito de fantasioso para absurdo. Até mesmo minha filha, com apenas 13 anos, elencou uma série de contradições enquanto assistia ao filme do meu lado.
Espero que meus amigos espíritas não se ofendam comigo, pois expresso aqui apenas meu ponto de vista assim como faria com qualquer outra doutrina religiosa. Entendo que aceitar como verdade aquilo que o filme mostrou é um ato de fé, assim como aceitar que Deus é um e três ao mesmo tempo ou acreditar que um dia Jesus vai voltar. Religião depende de fé, mas eu confesso que não tenho fé suficiente para ser um espírita e acreditar em coisas daquele tipo.
Segue abaixo o trailer:
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