quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Era uma vez um agnóstico... (Parte 1)

por Cleiton Heredia


Era uma vez um agnóstico ateu que se sentia muito solitário por causa de todo o preconceito que o seu ateísmo gerava. Um dia, já cansado de ser tratado com indiferença e de ser julgado como uma pessoa de má índole, ele resolve adotar a linha filosófica de um agnóstico teísta, entendendo que isto não violaria sua sinceridade intelectual, uma vez que a diferença entre os dois segmentos resume-se em uma simples ação subjetiva de querer ou não acreditar.

Mal havia ele feito sua mudança quando foi abordado por um amigo religioso que lhe fez o seguinte questionamento: - "Em qual Deus você passou a acreditar?"

- "Como assim?" - perguntou o agnóstico já com medo daquele tipo de conversa.

O amigo então passou a explicar: - "Cada segmento teísta tem o seu Deus específico. Os monoteístas, por exemplo, podem ser judeus, mulçumanos ou cristãos, e não pense você que aquela besteira popular de que Deus é um só, corresponde à realidade. O conceito de Deus defendido por cada um destes três grupos é tão radicalmente diferente que eles chegam até a matar e morrer por estas diferenças!"

Se pensarmos bem, o amigo do agnóstico até que foi bem compassivo, pois ele poderia ter complicado bem a situação mencionando as religiões politeístas, aumentando assim de três para milhares de divindades possíveis.

O agnóstico então perguntou ao seu amigo: - "Mas eu sou obrigado a fazer uma escolha?"

- "Claro que sim!" - respondeu ele com os olhos arregalados e um sorriso estranho no rosto - "É esta sua escolha que determinará onde você passará a eternidade. Se ao lado do único Deus verdadeiro ou do lado do Diabo que inventou todos os demais deuses falsos".

Eles se despediram e lá seguiu o agnóstico o seu caminho com o coração pesado e remoendo o seguinte pensamento: "Para as pessoas que acreditam em Deus, não basta querer acreditar em Deus, mas é também necessário escolher e declarar o tipo de Deus em que se acredita!"

Esta história não termina aqui. Amanhã eu continuo.

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