sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Ponto e Contra-Ponto - Parte 2


Na primeira parte desta série consideramos uma argumentação que os criacionistas consideram praticamente como irrefutável na defesa de seus conceitos. Nesta segunda parte iremos considerar a contra-argumentação dos evolucionistas que ajuda-nos a compreender que o irrefutável só permanece quando se desconhece ou despreza o que o outro lado tem a nos dizer.

Veja por exemplo o caso da molécula de hemoglobina. Os especialistas e química orgânica dizem que não faz muita diferença tirar o ácido aspártico e substituí-lo por um glutâmico. Eles afirmam que isto não fará, na maioria dos casos, a molécula funcionar pior.


O que precisamos entender é que na maioria dos casos a enzima possui um sítio ativo com geralmente mais ou menos cinco aminoácidos, e é este sítio o responsável para fazer as coisas acontecerem. Mas e os outros aminoácidos? O restante está comprometido com dobrar a molécula, bem como ligá-la e desligá-la. Portanto, não será preciso explicar todas as 100 posições de aminoácidos na proteína, pois bastará apenas cinco deles para fazerem as coisas funcionarem.

Vinte elevado a potência cinco (cerca de três milhões) é um número bem mais razoável e compreensível para que as coisas aconteçam de forma aleatória desde que se considere o tempo necessário para esta ocorrência. No caso das reações que mencionamos no começo, mantendo aquela velocidade, tudo estaria concluído em apenas um oceano em menos de uma semana.


É isto que os evolucionistas acreditam. Eles não são uns loucos irrazoáveis e malucos desvairados que defendem a idéia de que no oceano primitivo todas as moléculas do ser humano se juntaram aleatoriamente ao mesmo tempo, possibilitando que alguém saísse nadando da água.

A argumentação deles é razoável à medida que pedem que consideremos a possibilidade de algum evento estatisticamente provável dar início à vida, permitindo assim que o inquestionável mecanismo de seleção natural faça sua parte escolhendo os experimentos naturais que funcionam e incentivando-os, deixando de lado aqueles que não são funcionais.


É claro que ainda muitos pontos cruciais ficam para serem elucidados tais como os que meu amigo Frank Carvalho relacionou em seu Blog “Filosofando” através do artigo “Mentes são como pára-quedas: só funcionam corretamente quando estão bem abertas” (10/01/09), e que aconselho a leitura.

Antes que você me acuse de abandonar as fileiras do criacionismo e converter-me ao evolucionismo, peço que aguarde a conclusão no próximo e último capítulo desta série.

Continua...

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