sexta-feira, 11 de março de 2011

Fé para não crer em Deus?

por Cleiton Heredia


Entre os blogs que acompanho diariamente está o do meu amigo virtual Carlos H. Barth: Leite com Manga faz Mal?

Nesta última terça-feira (09/03/11), ele publicou uma interessante postagem que me levou (mais uma vez) à reflexão: Ateísmo: Crença na Descrença?

Recomendo a leitura deste texto, bem como de outros que existem por lá, pois são todos muito bem escritos e de uma profundidade filosófica ímpar.

Mas voltando ao texto acima mencionado, segue o que lá deixei em forma de comentário:

Eu ouço muito isto: "É preciso mais fé para crer que Deus não existe do que para crer que Ele existe".

Os defensores deste tipo de pensamento baseiam-se na idéia de que sem Deus muitas coisas básicas ficariam sem explicação. Por exemplo: Como explicar a origem do universo e a origem da vida se não for valendo-se do conceito de um criador divino?

Como os cientistas "ainda" não possuem todas as respostas (se é que um dia as terão), o crente* entende que os ateus precisam de muita fé para aceitar a existência de um universo aparentemente inexplicável em muitos pontos, caso a hipótese de Deus seja desconsiderada.

O que o crente não entende é que o ateu não precisa de fé para poder conviver com a ausência de algumas respostas. Ele simplesmente aprende a se conformar com a sua limitação de conhecimento e também aprende a esperar pelas respostas que, quem sabe, um dia virão.

Aliás, o ateu prefere conviver sem algumas respostas a ter que aceitar qualquer suposta solução que trará consigo outras perguntas muito mais difíceis de serem respondidas (para não dizer, impossíveis).

* A palavra "crente" é usada nos meus textos, não no sentido pejorativo, como alguns querem entender, mas apenas como uma forma sucinta de identificar uma pessoa que acredita em qualquer tipo de divindade sobrenatural (teístas, deístas, panteístas, etc.)

3 comentários:

  1. Estou de volta e acompanhando seu blogue. Ótimo texto.

    Enéias

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  2. Não conhecia seu blog. Achei bem interessante. Gosto de apreciar e pensar sobre o que pensam as outras pessoas. É isso ae.

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  3. Que bom que tenha gostado, Mary! Para mim é uma honra tê-la como leitora. Esteja a vontade para tecer comentários (críticas/sugestões/pontos de vista diferentes) sempre que desejar. Abs.

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