quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Sorte ou Azar - Será que isto existe?

por Cleiton Heredia



Você acredita em sorte ou azar?

Pessoas místicas ou supersticiosas não somente acreditam como também adotam atitudes e se cercam de objetos que, acreditam elas, possuem a propriedade de atrair boas coisas (sorte) e repelir as más (azar).

Encontramos aos montes pessoas que por pensar assim, não passam debaixo de escadas, fazem questão de adentrar num local específico com o pé direito, fazem figa ou o sinal da cruz, usam amuletos místicos ou religiosos, recorrem a benzedeiras, deixam a Bíblia aberta em casa num determinado livro, batem três vezes na madeira, colocam a mesma cueca para assistir seu time disputar a final do campeonato, queimam incenso, colocam a escultura do elefante de traseiro virado para a porta, tomam banho de sal grosso, e por aí vai.

Por outro lado, existe uma minoria de pessoas céticas que preferem sempre questionar racionalmente a eficácia de se adotar certos rituais ou utilizar determinados objetos. Porém, mesmo estes algumas vezes são pegos proferindo frases como: "Que sorte a minha ter encontrado este emprego!", ou então: "Ultimamente estou numa maré de azar. Tudo que faço dá errado!"

Tudo bem, mesmo que no caso destes céticos tais frases possam ser apenas força de expressão, pois não acreditam racionalmente nisto, o fato é que de forma inconsciente acabam demonstrando uma certa contradição entre aquilo que sua razão aprova e aquilo que a sua experiência vivencia.

O psicólogo britânico Richard Wiseman, que também é mágico, pesquisou as diferenças psicológicas entre pessoas que se consideravam incrivelmente sortudas ou azaradas.

Wiseman descobriu que as pessoas que acreditam serem sortudas realmente aumentam as chances de obterem melhores resultados. Não por algum mecanismo sobrenatural, mas simplesmente porque ao esperar mais oportunidades boas, uma pessoa se torna mais aberta a inúmeras oportunidades, sejam elas boas ou ruins.

Por outro lado, os que se consideram azarados acabam diminuindo as possibilidades fortuitas, por temer que estas sempre lhe causem prejuízo, e com isso acabam bem menos propensos a serem beneficiados pelas várias oportunidades que lhe aparecem.

Em outras palavras, se você conceder o mesmo número de oportunidades para alguém que se julga sortudo e para outro que se considera um azarado, o "sortudo" será muito mais beneficiado que o "pé-frio". Mas isto acontece não porque um tenha sido abençoado com o dom da sorte e o outro tenha sido marcado com o estigma do azar. Nada disto!

A diferença entre estas duas pessoas está na sua atitude mental frente aos fatos aleatórios da vida. Simplesmente isto!

Foi por isso que o sociólogo americano, William Isaac Thomas, disse: "Se as pessoas definem uma situação como real, ela se torna real em suas consequências".

E mais, vivemos em mundo de causa e efeito, de ação e reação. Se você é uma pessoa imprudente, impulsiva e que frequentemente se coloca em situações de potencial risco, não poderá se queixar dos problemas que suas escolhas lhe trarão alegando ser um cara muito azarado.

Por exemplo, se você é casado e decidiu trair sua esposa com a vizinha, não pode reputar ao azar o fato dela ter engravidado, o marido dela ter descoberto e estar agora querendo te matar. Isto não tem nada haver com azar e sim com burrice de sua parte!

O mesmo se aplica aos motoristas que dirigem como loucos ou à dona de casa estabanada. Se bateu o carro ou quebrou a louça, isto não foi fruto do azar, mas apenas consequência de ser uma pessoa que age de forma a estar se colocando constantemente em situações de risco. É apenas uma questão de estatística.

Tenha sempre uma atitude mental positiva e "boa sorte"!

4 comentários:

  1. É justamente a noção de que vivemos em um mundo reinado pela causa e efeito que dá origem a tais superstições. É a famosa falácia ergo hoc propter hoc, ou "depois disso, logo por causa disso".

    Tal qual uma criança, que julga ser o sol feito para permitir que ela enxergue. Tendemos a achar que somos, de alguma forma, causa de algo, ou que ao menos, tenhamos poder de afetar esse algo. É por isso que, ao realizar uma ação qualquer (usar uma cueca de cor tal, bater na madeira ou mesmo desejar muito que chova), tendemos a achar que o que vem depois é consequência dessa ação.

    Uma experiência interessante que nos permite sentir isso em nós mesmos é tentar imaginar-se fazendo uma aposta num jogo de dados. Você deve adivinhar o resultado. O que lhe dá mais segurança: falar o resultado dos dados antes ou depois da jogada (supondo que seja jogado em um local secreto)? Mesmo sem explicação racional, a maioria tende a preferir escolher seu palpite antes da jogada dos dados.

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  2. Para mim, a grosso modo, é assim:

    Sorte = estar no lugar certo na hora certa.
    Azar = estar no lugar errado na hora errada.

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  3. Acredito que o pensamento positivo aumenta as chances de resultados favoráveis. Isso não é sorte.

    Sorte e azar, no sentido que a maioria entende, não são objetos de minha crença.

    Abraços.

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  4. Olá Cleiton,

    Uma grande verdade isso. Procuro pensar assim: Não existe sorte ou azar. Existe apenas oportunidades bem aproveitadas ou mal aproveitada.
    As vezes, uma pomba conseguir a proeza de fazer coco em você. Isso pode te levar ao ato de comprar uma camisa nova e, nesse percursos outras tantas oportunidades poderiam acontecer positivamente. Realmente, depende da mente e como interpretamos o que é sorte ou azar!
    Abraço, gostei do texto!

    Roberto Passos

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