segunda-feira, 16 de junho de 2008

O Grande Truque


Ontem assisti (por duas vezes seguidas) ao filme “O Grande Truque” (The Prestige) e apesar do final apresentar algo fantástico demais para o meu gosto, apreciei muitíssimo. É claro que sou suspeito em minha crítica positiva, pois sou um aficionado por truques de mágica. Mas independente da apreciação por mágicas, o filme é muito bom, com atores de primeira linha (Hugh Jackman que fez o Wolverine no X-Men, Christian Bale que interpretou o Batman no Batman Begins e Michael Caine que dispensa qualquer comentário com mais de 90 filmes e ganhador de dois Oscar), um diretor aclamado (Christopher Nolan) e uma trama intrincada cheia de suspense e mistério.

O filme traz uma definição interessante de um grande truque: segundo Cutter (Michael Caine), o ingeneur do mágico Angier (Hugh Jackman), “Todo grande truque consiste em três atos. O primeiro é chamado A Promessa: o mágico mostra uma coisa comum, mas naturalmente... provavelmente não é. O segundo truque é chamado A Virada: o mágico transforma a coisa comum em algo extraordinário. Agora, se você está procurando o segredo, não vai descobrir. Por isso, há um terceiro ato: O Grande Truque (The Prestige). É a parte em que ocorre a mudança, em que as vidas ficam por um fio e você vê alguma coisa impressionante pela primeira vez na vida.”.


Outra declaração memorável está no conselho que o mágico Borden (Christian Bale) dá a um garotinho: “Nunca revele o segredo de um truque. As pessoas nunca irão te valorizar pelo segredo, pois é o truque que as impressiona. Seu segredo é tudo!” Por isso amigos, quando virem um mágico fazendo um truque, não fiquem insistindo para que ele lhes revele como foi que fez, pois se ele for um bom mágico, nunca lhes revelará.

Na maioria das vezes o segredo por traz de um impressionante truque é algo tão simples e compreensível que chega a ser decepcionante. Revelar o segredo de um truque é como chegar para uma criança de 3 anos que está radiante de alegria por ter ganhado uma balinha do Papai Noel, e arrancar sua barba na frente dela dizendo que ele não passa de um velho aposentado. Que decepção para a criancinha! Que maldade para com o pobre Papai Noel! Nunca faça isto com um mágico, especialmente se for eu quem estiver realizando a mágica (rs).


Falando nisto, gostei muito dos comentários do irmão do diretor do filme, o roteirista Jonathan Nolan:

“O público de uma apresentação de mágico sabe que vai ter um truque. Se as pessoas realmente pensassem que uma mulher seria serrada ao meio, ficariam aborrecidas e nunca iriam se divertir. Assim, sabem que é um truque, mas também querem ser enganadas; por isso, o terceiro ato, O Grande Truque (The Prestige), é tão importante. O mundo real é rígido, não há nele muito mistério, mas as pessoas querem mesmo é que aconteça a mágica. Se conhecêssemos todas as regras, se o mundo funcionasse assim, você tem um trabalho, guarda dinheiro e então morre, quem ia querer viver neste mundo? Acho que todos nós iríamos preferir que o universo tivesse algumas surpresas, algumas cartas na manga”.

Portanto, quando tiver assistindo a um truque de mágica, aprecie aqueles momentos onde o impossível é apresentado bem diante de seus olhos, e entenda que o objetivo principal não é te enganar, mas sim te entreter.

3 comentários:

  1. I could give my own opinion with your topic that is not boring for me.

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  2. Cleiton:

    Assisti a esse filme e também ao Ilusionista. Gostei dos dois. Eu até não sou muito ligado a esses tipos de temas, mas devo concordar que o filme ao qual se refere é ótimo.

    SDS

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  3. Olá Cleiton,

    Eu assisti o filme em questão. Pena que no final o grande truque não era um truque coisa nenhuma, mas uma grande marmelada.

    Por falar em mágica, você poderia me dizer como fez o truque do jornal? (rs)

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