sexta-feira, 18 de abril de 2008

Papa Global

No dia 18/04/08 o Papa fez o seu tão esperado discurso na ONU onde fez uma eloquente defesa pelos direitos humanos, conclamando todas as demais nações ao "dever primário de proteger sua própria população de graves e constantes violações dos direitos humanos".

Disse também que a ONU tem o "dever" de intervir para proteger a população diante de crises humanitárias e violações de direitos, quando os próprios Estados não tomam essa atitude: "Se os países são incapazes de garantir essa proteção, a comunidade internacional deve intervir através dos meios jurídicos disponíveis nas Nações Unidas".

Bento XVI prosseguiu advertindo, no entanto, que qualquer ação por parte da comunidade internacional deve respeitar "os princípios que orientam a ordem internacional", que por sua vez "não devem jamais ser interpretados como uma imposição desautorizada ou uma limitação da soberania".

Não é a primeira vez que um Papa discursa na ONU, pois antes dele, seu antecessor João Paulo II lá esteve nos anos de 1979 e 1995. O primeiro Papa a visitar a ONU foi Paulo VI em 1965.

Mas interessante mesmo foram as palavras de boas-vindas do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon: "Sua Santidade, de muitas formas, sua missão é a nossa". E logo depois concluiu agradecendo ao Papa por sua confiança no trabalho da ONU: "Sua Santidade, estas são metas fundamentais que compartilhamos e agradecemos por suas orações enquanto nos encaminhamos para a sua concretização".

PONDERAÇÕES

Para quem esperava alguma bombástica declaração "profética" que sugerisse uma iminente imposição de um decreto dominical, a decepção deve ter sido grande. Ao invés de conclamar um maior respeito ao "sábado cristão" (domingo), o Papa falou de direitos humanos e, pasmem, de respeito à liberdade religiosa.

Por outro lado, sua postura de autoridade perante as Nações Unidas, bem como o respeito e reconhecimento de todos desta autoridade, nos leva a uma profunda admiração. Quem em todo mundo possui tal autoridade? O Papa já não é somente o líder de um segmento cristão, mas é o Papa do mundo. Ele não dirige mais somente seus fiéis na Igreja Católica Apostólica Romana, mas conduz todas as demais religiões do planeta na busca da convivência pacífica e da "verdade" comum. Ele é o Papa amigo dos Estados Unidos e conselheiro-mor na ONU. Ele é o Papa global.

Agora imaginem vocês se uma terrível e surpreendente catástrofe de amplitude global acontecesse e a população do planeta a entendesse como juízos divinos sendo derramados. Quem vocês acham que seria o líder espiritual a ser ouvido neste momento de caos e desespero? Dalai Lama? O presidente do Conselho Mundial das Igrejas? O presidente da Conferência Geral da IASD? O único ser neste planeta que seria ouvido e respeitado é o pai (papa) de todos - o Papa Global.

Bem, quanto ao tal decreto dominical, se é que ele um dia virá, deve estar sendo conduzido hoje de maneira sorrateira nos bastidores.

FONTE:

http://afp.google.com/article/ALeqM5i60ck_aaiwCBLm7XvFtUro6buT_w

http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI2756937-EI8141,00-Papa+ONU+deve+intervir+diante+de+crises+e+violacoes.html

http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI2757159-EI294,00-Ban+vincula+missao+da+ONU+a+mensagem+do+papa+em+favor+da+paz.html

3 comentários:

  1. Cleiton:

    Mais uma vez houve muita fumaça e pouco fogo. Com João Paulo II o temor dos ASD era bem maior. Bento XVI não está pensando nisso.

    O dia que entendermos, de forma efetiva, o que é ser o remanescente pararemos com essa algaravia.

    Abraços.

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  2. Cleiton,

    O Papa é Pop!
    O Pop não poupa ninguém... Toda catedral é populista...

    Isso é o que diz a música da banda Engenheiros do Havaii.

    O Papa é um politico antes de tudo, portanto, vai falar o que as pessoas querem ouvir. Quando o mundo estiver maduro e quiser ouvir sobre um decreto dominical, ele falará a respeito.

    Se é que essa profecia realmente se cumprirá da maneira como os adventistas acreditam.

    Abraços.

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  3. Enéias, onde alguns vêem muita fumaça e pouco fogo, outros vêem um estupim sendo embebido em combustível altamente inflamável apenas esperando a primeira faíca para detonar uma rápida explosão.

    Ricardo, concordo contigo! Na verdade, de acordo com os escritos de Ellen White, não será o Papa (ou o poder que ele representa) que estará à frente do decreto dominical, mas sim os líderes protestantes dos EUA que conduzirão as massas num clamor popular para a imposição deste decreto, formando assim a "imagem da besta" e posteriormente dando "fôlego" para que esta imagem fale. O Papa, político oportunista que é, aguarda o momento certo para se pronunciar, mas antes disto provavelmente já está manipulando os bastidores (todo político esperto faz isto).

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