quinta-feira, 24 de abril de 2008

Bando de gente mal educada!


Hoje estou revoltado!

Nestes últimos dias tenho sido obrigado a depender do transporte público (metrô, trem e ônibus) para me dirigir ao trabalho, pois meu carro está no mecânico aguardando uma peça chegar.

Mas minha revolta não é por que estou sem carro, e sim por causa da falta de educação, cortesia e civilidade típica do povo brasileiro.

Tudo bem, reconheço que existe uma superpopulação no horário de pico fazendo uso destes transportes, de forma que os recursos disponíveis são insuficientes para todos ao mesmo tempo. Mas isto não é desculpa para a grosseria e selvageria manifestada por muitos usuários.

Por exemplo: se existe uma multidão se dirigindo pelos corredores do metrô, porque é tão difícil para alguns entenderem que não adianta empurrar ou forçar passagem? Por que será que insistem em cortar fila e tentarem burlar a organização natural orientada pelo bom senso?

O problema é cultural. Já viram como os japoneses agem em situações semelhantes? Todos caminham de forma disciplinada, cada um espera sua vez, respeitam os mais idosos, são civilizados.

Já o brasileiro, que tragédia! No trem estava tocando música clássica. Tudo bem, nem todos são obrigados a gostar de música clássica (isto também é uma questão cultural). Aí chega o "manézão" com seu celular ou mp3 comprado a prestação nas Casas Bahia e começa a escutar sua música predileta tão alto, que mesmo com fone de ouvido, todos ao seu lado são obrigados a ouvir aquele barulho que ele chama de música. E ai daquele que for reclamar, pois acabará ouvindo: "Tá incomodado? Então vai de táxi ou compra um carro!" Desrespeito total e total falta de discernimento sobre o que é viver em comunidade.

Eta povinho! Não se ofenda, pois sei que você que lê este blog faz parte de uma minoria que não compartilha do subdesenvolvimento cultural deste país.

6 comentários:

  1. Cleiton,

    Hoje, dia de meu rodízio, peguei metrô e trem, mas em horário alternativo. No trem, após umas duas ou três estações, consegui até sentar.

    Na maioria das vezes que dependo do transporte público, no entanto, o cenário é outro, isto é, bem mais próximo do que você descreve em seu texto.

    ResponderExcluir
  2. Pois é: uma vez eu ouvi um comentário de uma pessoa que dizia querer colaborar. Como os demais não faziam o mesmo, ela se sentiu prejudicada.

    Para não levar desvantagem cada um se vira como pode.

    Nivelamento por baixo.

    ResponderExcluir
  3. Locomoção de ônibus e trem estão lhe fazendo bem: o blog está com textos diários...

    ResponderExcluir
  4. No Brasil não há um povo, há um aglomerado de gente ocupando o mesmo território.

    Como pode haver respeito se as pessoas não se identificam?

    Há uma luta de classes, cores, culturas, sexo e por ai vai.

    No Brasil a luta é sempre para determinar quem será a presa e o quem será o caçador em determinda situação.

    ResponderExcluir
  5. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  6. Irmao, lamento provocar uma fissura nessa porcao do inconsciente coletivo tupiniquim que insiste acreditar que a ausencia de educacao e civilidade sao exclusivas a alma nacional.

    A cena descrita nao difere em nada do que ja vivenciei, so pra ficar na limitada experiencia pessoal dos lugares em que passei minimamente um mes, como USA, Italia, Inglaterra, Alemanha e Holanda. Som alto? Empurra-empurra? Gente atropelando pra te passar? Adicione a isso adolescente gritando, ninguem oferecendo lugar a gravida ou idoso (a Carol conta no dedos de uma mao as oportunidades em que ofereceram assento a ela em 8 meses de gravidez), motorista que sequer te olha pra dar alguma informacao (e quando da!)... A cena e uma viagem corriqueira em Londres, tao reverenciada por sua educacao britanica-pra-ingles-ver! Na Italia a coisa dobra em proporcoes.

    A deterioracao dos valores mais basicos e uma das caracteristicas mais visiveis deste novo mundo globalizado, asseptico e frio, cada vez mais individualista e materialista. Talvez na Suica e Escandinavia (lugares muuuuuito entediantes, diga-se de passagem) ainda exista a sociedade que tantos pensem ser o oposto a nossa. Pura ilusao...

    Grande abraco.

    ResponderExcluir