segunda-feira, 25 de maio de 2009

O Ministério dos Crentes adverte: Questionar pode ser prejudicial à sua fé (Parte 3)


O debate que me envolvi no site adventistas.com e que fez com que eu revisasse os meus mais profundos alicerces de fé envolvendo a Bíblia como um todo, bem como toda a história de minha igreja desde seu surgimento, foi a Trindade.

Fiquei chocado ao saber que os principais e mais eminentes pioneiros que fundaram minha denominação religiosa pensavam completamente diferente dos teólogos que formavam a base teológica da minha atual igreja.

Descobri que minha igreja nos seus primórdios não era trinitariana, muito pelo contrário, era uma igreja anti-trinitariana que combatia esta doutrina como uma reminiscência da apostasia liderada pela Igreja oficial do Estado na Europa Medieval, uma trágica conseqüência da era de trevas pela qual passou o cristianismo na idade média.

Fui fundo em minha pesquisa da história da Igreja Cristã desde seu nascimento, bem como principalmente no estudo sistemático através de toda a Bíblia em relação a este tema. Graças à internet, tive acesso aos documentos originais extraídos diretamente dos arquivos da General Conference of Seventh-day Adventists (o quartel general onde se encontra a sede administrativa mundial da IASD) por Ennis Meier, que os fotografa sigilosamente, digitalizava e os colocava na rede através de seus sites (alvorada.us, adventistas.net e adventistas.ws).

Relutei muito em aceitar que meus professores no teológico e líderes atuais haviam escondido de mim um assunto assim tão importante, e por isto fui à busca deles (mediante literatura oficial) para ver como se defenderiam e principalmente como argumentariam biblicamente para sustentar uma doutrina que a cada dia se tornava para mim menos bíblica e mais política.

Quando tomei consciência de como seus argumentos eram especulativos, fracos, repletos de inferências, e até infantis (para não dizer ridículos); e também quando entendi toda sórdida conspiração ocorrida no ano de 1980 para inserir a doutrina da trindade nas crenças fundamentais dos adventistas; não tive mais dúvida e tornei-me, ainda que secretamente, um adventista não trinitariano.


Esta era a única forma de, naquele momento, continuar sendo coerente com minha própria consciência, sem ter que me expor e começar a ser caçado como um herege pela minha própria igreja. Fui criticado por alguns amigos virtuais que já haviam assumido publicamente sua oposição ao trinitarianismo, porém o meu receio nunca foi em relação a uma inevitável disciplina eclesiástica (exclusão), mas sempre querendo evitar escândalo entre meus irmãos de fé e também entre minha própria família.

Na igreja continuava como um fiel membro ativo e nunca traí a confiança de meus líderes usando o meu cargo, influência e livre acesso ao púlpito para fazer proselitismo de minhas novas convicções. Procurei ser acima de tudo, ético, porém comecei a evitar ensinar ou pregar sobre o tema em questão para não violar minha consciência.

Eu era um homem em conflito. Foi nesta fase meio complicada que tive uma idéia que viria em parte diminuir um pouco minha angústia de conhecer uma verdade, mas evitar declará-la abertamente por forças das circunstâncias.

Criei um site e assumi uma identidade secreta.

Para continuar lendo clique ---> Parte 4

3 comentários:

  1. Cleiton,

    Como seu fã eu exijo que essa série não acabe tão cedo. Se vira amigo, e prolonga essa história. Quera todos os detalhes (rs).

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  2. Cleiton:

    Importante a sua maneira de expor e a sua coragem.

    Abraços!

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  3. "RELIGIÃO É O ÓPIO DO POVO.", MAX, ESTAVA CERTO. E EU COMO ADVENTISTA ACHAVA QUE NÃO. QUE BURRO QUE EU ERA

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