segunda-feira, 7 de março de 2011

Parábola do homem que queria encontrar a verdade sobre Deus

por Cleiton Heredia


Era uma vez um homem muito sincero que saiu pelo mundo a fora tentando descobrir a verdade sobre Deus.

Ele encontrou um grupo de ateus muito inteligentes e começou a freqüentar suas reuniões semanais. Em cada reunião eram apresentadas evidências e mais evidências de que Deus não passa de uma ilusão humana.

Após assistir em silêncio algumas reuniões, ele começou a participar contribuindo com suas idéias e pensamentos sobre o assunto. Como era uma pessoa sincera em sua busca da verdade, começou a questionar cada evidência apresentada confrontando com outras evidências que contradiziam e colocavam em dúvida os alicerces do ateísmo.

As argumentações de objeção daquele homem eram tão coerentes e sólidas que alguns daquele grupo começaram a rever seu posicionamento e depois de algum tempo deixaram de freqüentar às reuniões. Alguns chegaram a abandonar o ateísmo e se tornaram agnósticos; outros foram ainda mais longe, pesquisando e estudando, até tornarem-se teístas.

Não passou muito tempo, aquele grupo de ateus começou a se incomodar com aquele homem e a tratá-lo de forma diferente. O homem percebeu, mas não se importou com aquilo, pois tinha como prioridade cavar fundo em busca da verdade.

Porém, um belo dia em uma reunião, um ateu não agüentando mais suas argumentações, explodiu: "Você é um idiota cabeça dura e ignorante. Não vê que todos aqui já temos plena certeza daquilo que defendemos e você com estas objeções ridículas está causando confusão e discórdia em nosso meio?".

Aquele homem se retirou chateado e continuou sua jornada em busca da verdade. Mais adiante ele encontrou um grupo de fervorosos cristãos muito sinceros e pensou: "Aqui será diferente".

Fez amizade com aquele grupo simpático e começou a freqüentar suas reuniões semanais. A cada reunião eles louvavam a Deus e estudavam a Bíblia de forma sistemática e reverente.

Não demorou muito e aquele homem começou a participar dos estudos ali promovidos. Como era uma pessoa que sinceramente buscava a verdade, começou a questionar cada evidência apresentada confrontando com outras evidências que contradiziam e colocavam em dúvida os alicerces do cristianismo.

As argumentações de objeção daquele homem eram tão sensatas e lógicas que alguns daquele grupo começaram a rever seu posicionamento e depois de algum tempo deixaram de freqüentar às reuniões. Alguns chegaram a abandonar o cristianismo e se tornaram agnósticos; outros foram ainda mais longe, pesquisando e estudando, até tornarem-se ateus.

Não passou muito tempo, aquele grupo de cristãos começou a se incomodar com aquele homem e a tratá-lo de forma diferente. O homem percebeu, mas não se importou com aquilo, pois tinha como prioridade cavar fundo em busca da verdade.

Porém, um belo dia em uma reunião, um cristão não agüentando mais suas argumentações, explodiu: "Você está sendo um instrumento nas mãos do diabo. Não vê que todos aqui já temos plena certeza daquilo que defendemos e você com estes pensamentos heréticos e objeções fruto de rebeldia teimosa está causando confusão e discórdia em nosso meio?".

Aquele homem mais uma vez se retirou chateado e continuou sua jornada em busca da verdade. Mais adiante encontrou um grupo de judeus ortodoxos muito zelosos e pensou: "Aqui será diferente".

Mas a mesma história se repetiu.

O mesmo aconteceu com o grupo dos budistas, dos espíritas kardecistas, dos hinduístas, dos xamanistas e dos xintoístas.

A história sempre se repetia até que um dia encontrou um grupo de mulçumanos fundamentalistas e finalmente chegou ao fim de sua jornada em busca da verdade sobre Deus.

Morreu decapitado.

Texto publicado originalmente em 18/02/08

2 comentários:

  1. oi cleiton, beleza de texto!!

    esse aí sou eu mesmo(e você também?) mas sem morrer decapitado no final...rssss

    mas essa busca feita desse jeito não tem mesmo um bom fim. o mistério da vida que nos toca(ou não ou que finje não tocar) de maneiras diversas e cada um deve com sinceridade, confortar-se com a verdade que lhe satisfaz a alma e se possível, a razão.(o que nem sempre será possível já que a razão não e dada a transcendências...)

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  2. Belo texto, Cleiton!

    Essa história não é bem a minha (eu não bati de frente com ninguém, saí à francesa, rs) mas é, sem dúvida muito comum por aí.

    Abraços.

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