por Cleiton Heredia
Você já ouviu aquele argumento de que nós seres humanos usamos apenas 5% da capacidade do nosso cérebro? Alguns argumentam em termos de 1% e outros chegam a 10%. Dizem que Albert Einstein teria dito que "nós só utilizamos 10% do nosso potencial mental".
Bem, cientificamente falando, isto não passa de um mito que se transformou em um dito popular repetido sem qualquer tipo de embasamento.
Alguns acreditam que o mito dos 10% pode ter surgido por volta de 1920 a 1930, mas o Dr. James W. Kalat, autor do livro Biological Psychology, comenta que os neurocientistas na década de 30 tinham um conhecimento muito limitado sobre as funções dos neurônios e que foi justamente esta falta de informação que originou o mito dos 10%.
O fato é que este mito serviu muito bem aos interesses de determinadas pessoas que queriam "justificar" suas supostas e alegadas capacidades psíquicas ou paranormais, tais como a telepatia, a clarividência, a telecinese ou a precognição.
Uri Gueller se tornou mundialmente famoso alegando possuir poderes paranormais ou psíquicos com os quais conseguia entortar talheres de cozinha e parar os ponteiros de um relógio. Ele apresentava-se em programas de televisão explicando que tal capacidade advinha das potencialidades inerentes ao cérebro, disponíveis a qualquer um que se empenhasse em desenvolver-las.
Apesar de todos os seus feitos não passarem de meros truques de ilusionismo, que qualquer mágico mediano pode hoje realizar tranquilamente, o mito da sub-utilização do cérebro ajudou a promovê-lo como uma pessoa superdotada ou com superpoderes oriundos da utilização do cérebro de uma maneira mais plena.
Mas, de acordo com a neurologista Suzana Herculano-Houzel, não há qualquer razão científica para se supor que apenas 10% do nosso cérebro, ou 10% dos neurônios, ou 10% da capacidade cerebral seja utilizada. Ela afirma em seu site: "Todas as evidências sugerem, na verdade, o contrário: utilizamos nosso cérebro por inteiro" (http://www.cerebronosso.bio.br/).
O que os especialistas reconhecem é que não usamos todo o cérebro ao mesmo tempo, mas que o utilizamos em sua totalidade para diversas e distintas funções.
cleiton, mas também não é verdade que nem todo mundo usa o seu cérebro de modo semelhante? todo cérebro humano é capaz de por exemplo, ler um texto clássico mas só quem de fato o leu usou a capacidade do cérebro para tal. creio que nesse sentido, existe sim pessoas que usam 1% do cérebro...
ResponderExcluirEduardo,
ResponderExcluirA afirmação de que usamos apenas um pequeno percentual da capacidade do cérebro e que é entendida como mito pelos atuais neuro-cientistas, aplica-se em termos objetivos ao cérebro como um todo. Se fosse no sentido subjetivo que você está aqui colocando, não faria o menor sentido a refutação feita pelos cientistas da atualidade.
Quem lê um livro por ano utiliza o cérebro inteiro da mesma forma que aquele que lê um livro por semana. Aquele que fala apenas o idioma natal utiliza o cérebro inteiro da mesma forma que aquele que fala dez idiomas.
Uma Ferrari para andar 1 km precisa que todo o motor funcione por inteiro (pistões, válvulas, engrenagens) da mesma forma que precisaria para percorrer uma distância de 1000 km. É neste sentido que os cientistas defendem a utilização do cérebro por inteiro. Entendeu?
Um abraço.
Eu sempre acreditei nesse papo. Tinha uma vontade louca de usar mais do que 10%. Mais um mito que se vai...
ResponderExcluirEnéias