terça-feira, 20 de setembro de 2011

Álcool + Volante = Fim da família de um querido amigo

por Cleiton Heredia



A lei de tolerância zero ao consumo de álcool para quem dirige não impediu que na noite do dia 17/09/2011 um querido amigo, Rafael Baltresca, tivesse a vida de sua mãe, Míriam Baltresca (58 anos), e sua irmã, Bruna (29 anos), ceifadas de forma brutal por um motorista embriagado.

Elas foram passear e comprar um livro no Shopping Villas Lobos, em frente à Marginal Pinheiros, quando, ao saírem do local, foram atingidas por um carro em alta velocidade. O motorista, Marcos Alexandre Martins, de 33 anos, foi preso em flagrante por homicídio doloso, ou seja, com intenção de matar.

No dia do enterro (18/09/11), em entrevista para uma emissora de televisão, Rafael Baltresca disse:

“Espero que o Brasil comece a pensar não apenas no após o acidente, e sim antes, como fazer para prevenir isso, porque depois que aconteceu não adianta multa, não adianta nada, minha mãe e minha irmã já não estão aqui”.

E eu acrescentaria: Pensar em prevenção está intimamente relacionado com o fim da impunidade neste país. Crimes como este precisam ser punidos com rigor exemplar. Quem conduz um veículo em alta velocidade sob efeito do álcool está assumindo a possibilidade de matar alguém e deve ser processado e condenado por crime doloso.

É certo que nada neste mundo poderá reparar o dano causado pela imprudência deste motorista irresponsável (que agora é também um assassino), mas mesmo assim nós, a sociedade, exigimos e esperamos que ele pague na justiça da forma mais exemplar possível.

Hoje, em uma entrevista que deu para a apresentadora Ana Maria Braga no programa "Mais Você" da Rede Globo, Rafael se emocionou falando da campanha que pretende iniciar:

“Eu vou começar uma campanha agora, pois a minha irmã trabalhava com a justiça, e a minha mãe era uma pessoa devota, religiosa. Tudo começa na conscientização da pessoa, o mais importante para a gente é a prevenção. Quando eu bebo, eu bebo em casa. Se sair, vou para algum bar tomar suco, porque vou dirigir. A bebida é uma droga legalizada”


Nossa sociedade precisa entender o peso da responsabilidade que recai sobre os seus ombros ao permitir que uma droga tão prejudicial como o álcool seja usada legalmente. Em outras palavras, se vivemos em uma sociedade onde o álcool é socialmente aceito, então, no mínimo, devem-se criar as leis mais rigorosas possíveis para que possamos todos conviver com esta permissividade. Todo aquele que prejudica o seu próximo sob o efeito do álcool deve ser irremediavelmente punido na proporção exata dos danos que causou, não somente para que haja justiça, mas principalmente para servir de um contínuo alerta para todos que fazem uso desta droga. Não vejo outra forma de convivermos com isto.

Ainda falando sobre sua mais nova missão de vida, Rafael Baltresca disse:

“Deus me deu um propósito de transformar, eu sempre dei aulas e palestras. Eu penso que a nossa vida tem que ter um propósito. Hoje, eu descobri, o grande propósito da minha vida é mudar as pessoas, por isso, daqui para a frente eu vou conscientizar que álcool e direção não combinam”

A entrevista termina com um apelo dramático e emocionado deste jovem que acabara de perder as duas pessoas mais importantes de sua vida (seu pai já havia falecido em 2007):

“Se a gente bobear, daqui a um mês este caso vai acabar no esquecimento, como tantos e tantos. A minha irmã não era advogada à toa, a minha mãe não foi o que foi à toa, elas quiseram passar uma mensagem. Antigamente, isso era algo longe, que estava na TV. Hoje, isso aconteceu comigo, na minha família. A minha família foi destruída, foi desmoronada, então, me ajudem a fazer justiça. Este é um exemplo para o Brasil e para o mundo.”

Quantos queridos mais teremos que perder para as pessoas finalmente se conscientizarem que álcool e volante é uma combinação potencialmente mortal?

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

11 de Setembro de 2001 e a Teoria da Conspiração

por Cleiton Heredia


A semana que se passou foi explorada pela mídia para relembrar os atentados terroristas de 10 anos atrás, mais especificamente no dia 11 de setembro de 2001, através de reportagens, filmes, documentários e manifestos que muita apreensão provocou naqueles que temiam que algo igualmente terrível poderia novamente se repetir ontem.

Juntamente com toda esta comoção provocada pela mídia, o mundo "internético" foi novamente invadido por todas aquelas intrigantes teorias conspiracionistas que transformam os eventos do dia 11 de setembro de 2001 em um provável candidato à maior farsa da história da humanidade.

Como já é de conhecimento da maioria, existem na internet inumeráveis textos e vídeos falando sobre Teorias de Conspiração relacionadas ao dia 11 de setembro. Alguns deles são bem malucos e não merecem a nossa atenção, porém alguns outros são muito bem elaborados com argumentos plausíveis e evidências perturbadoras.

Separei o vídeo que se segue, não porque é o mais convincente de todos, mas apenas porque serve como um exemplo daquilo que circula abundantemente na rede. Como o documentário possui cerca de 1 hora e 20 minutos de duração, talvez nem todos tenham tempo disponível para assisti-lo na íntegra. Sendo assim, fiz logo após um resumo dos pontos principais.

Vamos ao vídeo "911 in Plane Site - Director's Cut":



E agora um rápido resumo dos pontos principais defendidos pelos conspiracionistas:

1) O mistério do Pentágono: Analisando a destruição causada no prédio do Pentágono, bem como o vídeo do momento do impacto, estes parecem incompatíveis com o impacto de um avião 757.

2) A forma como as duas torres ruíram lembram uma implosão engenhosamente calculada, existindo inclusive testemunho em vídeo de uma sucessão de explosões tais como as que ocorrem nas implosões controladas.

3) Várias filmagens feitas de diversos ângulos do momento em que o segundo avião atinge a Torre Sul levantam questionamentos sobre o tipo de avião que a atingiu, pois o mesmo parece mais um avião militar do que um avião comercial.

4) Existe uma possível explosão que ocorre dentro do segundo avião milésimos de segundos antes dele atingir o prédio.

5) George Bush deu uma estranha declaração de que viu imagens na TV do primeiro avião batendo na Torre Norte, porém tais imagens não existem.

6) Como explicar que o mesmo avião que informaram ter caído nos arredores de Shanksville na Pensilvânia (Vôo 93 da United) parece ter aterrissado em Cleveland com uma suspeita de bomba a bordo?

7) Existem imagens de uma estranha explosão ocorrendo na base da intercessão das duas Torres do World Trade Center, logo após o segundo avião ter se chocado com a Torre Sul.

Bem, o fato é que atualmente mais de um em cada dez americanos acreditam que os ataques terroristas de 11 de setembro não passam de uma farsa engenhosamente tramada pelo governo de George Bush para justificar a intervenção militar norte-americana no Oriente Médio.

Como todas as teorias de conspiração possuem certo grau de plausibilidade, é sempre bom lembrar que para um julgamento correto há a necessidade de se ouvir os dois lados: os argumentos dos conspiracionistas e os contra-argumentos daqueles que refutam a hipótese de uma teoria de conspiração.

Caso queira conhecer os contrapontos desta teoria, você precisa ler o livro lançado nos Estados Unidos no mês passado pelos pesquisadores Anthony Summers e Robbyn Swan intitulado "The eleventh day" (O décimo-primeiro dia), fruto de um minucioso trabalho de pesquisa de mais de cinco anos onde eles refutam as teorias de conspiração (apesar de também criticarem algumas falhas da versão oficial dos fatos).

É certo que para cada um dos pontos levantados acima existe sempre uma explicação racional e lógica para explicá-los, mas segundo o psicólogo social Jovan Byford, autor do livro "Conspiracy theories" (Teorias da conspiração), "O principal problema com as teorias da conspiração é que elas são irrefutáveis". Ele explica que elas são irrefutáveis não pelo fato de não existir argumentos contrários, mas porque qualquer prova contra a teoria da conspiração pode ser interpretada por seus seguidores como parte da conspiração.

O psicólogo Dr.Byford ainda explica que o problema com os teóricos da conspiração é que eles continuam se fazendo as mesmas perguntas e nunca ficam satisfeitos com as respostas, que desmontam suas teses: "Teorias conspiratórias não são passíveis de argumentação racional, e não há nada que alguém possa fazer para mudar a mente de quem acredita nelas."