por Cleiton Heredia
Alguns cristãos não gostam muito de pensar na possibilidade de existir algum tipo de pecado que não pode ser perdoado, com medo de já tê-lo praticado e assim estar irremediavelmente perdido por toda a eternidade.
A Bíblia cristã, em dois evangelhos, traz as palavras de Jesus mencionando o pecado imperdoável. São eles:
1) Mateus 12:31 e 32 - "Por isso, vos declaro: todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada. Se alguém proferir alguma palavra contra o Filho do Homem, ser-lhe-á isso perdoado, mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será isso perdoado, nem neste mundo nem no porvir."
2) Marcos 3:29 - "Qualquer, porém, que blasfemar contra o Espírito Santo, nunca obterá perdão, mas será réu do eterno juízo."
Mas o que seria blasfemar contra o Espírito Santo?
Pelo contexto de Mateus e Marcos, onde estes dois textos estão inseridos, a blasfêmia dos fariseus foi atribuir ao Diabo as obras realizadas por Jesus mediante do poder de Deus. Foi por causa deste tipo de atitude dos fariseus que Jesus mencionou o pecado para qual não existe perdão.
Mas talvez você ainda esteja se perguntando: Mas como eu posso hoje blasfemar contra o Espírito Santo?
Para sermos bem criteriosos, nem mesmo entre os pais da igreja cristã existe um consenso sobre este assunto: Para Irineu o pecado imperdoável era a rejeição do evangelho; para Atanásio era a negação da divindade de Cristo, a qual foi evidenciada ao homem pela concepção do Espírito Santo; para Orígenes era toda a quebra da lei após o batismo; para Agostinho era a dureza do coração humano rejeitando a obra de Cristo.
Os cristãos tradicionais parecem concordar de forma mais ou menos unânime que a blasfêmia contra o Espírito Santo consiste em rejeitar sucessiva e sistematicamente a obra dele (Espírito Santo), que é a de levar os pecadores ao arrependimento, ao ponto de se tornar completamente insensível aos apelos de Deus, fechando assim toda e qualquer possibilidade de ser conduzido ao arrependimento. Desta forma, a pessoa adquire uma visão moral tão distorcida que já não resta qualquer esperança de recuperação.
Guarde isto: "uma visão moral tão distorcida que já não resta qualquer esperança de recuperação".
Amanhã eu continuo...
Matando a saudade dos tempos de pura teologia? Vamos ver o final...
ResponderExcluirAbraços.