O ciclo de 2010 se completou e mais um ano se inicia nos dizendo, entre tantas coisas, que estamos ficando mais velhos. Podemos não notar, mas caso nossa vida fosse condensada em 60 minutos, veríamos isto:
É aqui neste ponto que muitos irão parar a leitura desta postagem, pois não querem de forma alguma ser lembrados deste fato inevitável do ciclo da vida. Porém, para aqueles que continuaram lendo, quer seja por mera curiosidade ou porque sabem que fugir do problema não é a melhor forma de encará-lo, quero partilhar algumas informações interessantes.
A maioria das pessoas acredita que o envelhecimento é simplesmente um processo programado que sucede o desenvolvimento embrionário e o crescimento, ou seja, é algo que acontece inevitavelmente pela simples passagem do tempo.
A ciência tem constatado que a longevidade dos seres vivos está diretamente relacionada com o número de vezes que a célula de cada espécie é capaz de se dividir. Por exemplo, as células do camundongo dividem-se 15 vezes e este animal vive em média três anos, já as células das tartarugas das ilhas Galápagos dividem-se 110 vezes e elas vivem cerca de 175 anos.
Os cientistas já sabem que o número de divisões celulares é determinado pelo tamanho dos telômeros (um novelo de DNA localizado na extremidade dos cromossomos). A cada divisão, os cromossomos perdem parte do telômero, até que chegar o momento em que ficam tão pequenos que a célula pára de se dividir e morre. Em outras palavras, o envelhecimento é predominantemente um problema de divisão da célula (Dr.Richard Lerner do instituto de pesquisa The Scripps - La Jolla, Califórnia).
Por outro lado, alguns outros cientistas, como o Dr.Jay Olshansky, estão mais propensos a entender o envelhecimento como um processo aleatório causado por danos que vão se acumulando no organismo, apesar de ainda existir algumas complicações neste tipo de entendimento.
Para eles, não existe uma programação genética que nos conduza forçosamente ao envelhecimento. Muito pelo contrário, existem sim genes programados para combatem o envelhecimento. Eles são os responsáveis por reparar os danos causados às células e evitar ameaças. Porém, com o passar do tempo (após a idade reprodutiva) o trabalho para eles aumenta de tal forma que vão perdendo sua eficiência, chegando num ponto em que não conseguem mais dar conta do recado. Ou seja, de acordo com esta teoria, os genes influenciam no envelhecimento, mas apenas de forma indireta.
Mas o que causa e aumenta o dano às células, complicando cada vez mais o trabalho dos genes protetores?
Os cientistas estão em busca desta resposta. O que se sabe atualmente é que os radicais livres (moléculas altamente reativas produzidas aos bilhões dentro da célula como resíduo tóxico da transformação da glicose em energia) são uma ameaça para a célula porque reagem com qualquer molécula que encontram, modificando-a (elas deformam o DNA, as enzimas e as proteínas que são vitais para o nosso corpo funcionar corretamente).
Em face disto, o que podemos fazer para viver mais?
Amanhã falaremos disto.
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