Antes de concluir, quero sugerir que, com base em tudo que leu até agora, faça uma experiência simples que irá lhe mostrar algo interessante sobre sua fé:
Tire uma moeda do seu bolso. Agora reze sinceramente para Rá (deus egípcio):
“Querido Rá, todo-poderoso deus do Sol, eu vou jogar esta moeda 50 vezes, e estou pedindo para que a faça cair 'coroa' todas as 50 vezes. Em nome de Rá eu rogo, amém.”
Agora jogue a moeda. As chances são de que não passe da quinta ou sexta jogada para que a moeda caia em “cara”.
O que isso significa? A maioria das pessoas iria concluir que Rá não existe. Rezamos para Rá, e Rá não fez nada. Provamos que Rá não existe (pelo menos no sentido de não atender orações) usando análise estatística.
Se jogarmos a moeda milhares de vezes, rezando para Rá em cada uma delas, descobriremos que a moeda cai em “cara” ou “coroa” com a mesma freqüência de que se nenhuma oração fosse feita. Mesmo que encontrássemos milhares de seguidores fervorosos de Rá e pedíssemos para que eles rezassem por nós, as moedas iriam cair aleatoriamente da mesma maneira. Portanto, como pessoas racionais, concluímos que Rá não existe e que quem acredita nele está enganado.
Quero que tente fazer o mesmo experimento, mas desta vez rezando para Jesus Cristo. Ore sinceramente para ele como:
“Querido Jesus, eu sei que você existe e eu quero que você atenda a minha oração como prometido na Bíblia. Eu vou jogar esta simples moeda 50 vezes, e eu peço para que ela caia como 'coroa' todas essas 50 vezes. Em nome de Jesus eu rogo, amém.”
Agora comece a jogar a moeda. Novamente, não passará da quinta ou sexta jogada para que ela caia “cara”.
Se jogarmos a moeda milhares de vezes, rezando para Jesus em cada uma delas, veremos que as moedas caem aleatoriamente da mesma maneira do que se jogássemos ao acaso. Não há duas leis de probabilidades — uma para cristãos que rezam e outra para não-cristãos. Há somente uma lei de probabilidade porque as orações não conseguiram mudar a realidade. Jesus não interfere nas leis da probabilidade, não importa o quanto rezamos. Podemos provar isso usando análises estatísticas.
Se você acredita em Deus, veja o que está acontecendo na sua mente agora. Os dados foram absolutamente idênticos em ambos os experimentos. Com Rá, você analisou os dados racionalmente e concluiu que Rá não existe. Mas no caso de específico de Jesus, sua mente imediatamente começa a trabalhar no sentido de encontrar vários raciocínios diferentes para explicar por que Jesus não atendeu suas preces:
a) Não é sua vontade;
b) Ele não tem tempo;
c) Eu não orei da forma correta;
d) Eu não mereço;
e) Eu não tenho fé suficiente;
f) Não posso testar o Senhor desta maneira;
g) Não faz parte do plano de Deus para mim.
E assim vai indo…
Um dos raciocínios que você pode desenvolver é particularmente interessante. Você pode dizer para si mesmo:
“Bem, é claro que Jesus não atendeu minha oração quando joguei a moeda, porque é trivial demais.”
Da onde veio esse raciocínio? Se você ler o que Jesus diz na Bíblia sobre orações, verá que Jesus não diz nada como “não ore por mim sobre jogos de ‘cara ou coroa’”. Jesus diz claramente que vai atender suas preces, e não põe nenhuma restrição sobre o que você pode pedir (especialmente se você estiver sendo sincero). Você inventou esse raciocínio do nada.
Os crentes são "experts" em criar raciocínios para explicar e justificar suas crenças. A Bíblia possui muitos exemplos de pessoas que puseram o Senhor à prova e foram atendidas. Por que então você e eu não podemos ser atendidos de forma sobrenatural em nossas sinceras súplicas?
Você ainda pode resistir em seus pensamentos e dizer que Deus nunca eliminará toda a possibilidade de incredulidade, pois quer que exercitemos a fé como a dádiva mais preciosa. Se for assim, então por que falou com Moisés do meio de uma sarça ardente? Não bastaria falar com ele em um sonho? Por que toda aquela demonstração de poder no Monte Sinai por ocasião da entrega dos 10 mandamentos? Por que Jesus se revelou de forma tão marcante na vida de um homem que estava viajando para matar os cristãos (Saulo) e não se revela para alguém que simplesmente pede com sinceridade um simples sinal racional?
Novamente sua mente religiosa deve ter encontrado um monte de justificativas, porém estas não seriam aceitas caso fossem utilizadas para defender qualquer crença que não fosse a sua. Elas só fazem sentido porque no íntimo você insiste em dizer:
Continua... (Na próxima postagem a conclusão desta série)
(Texto adaptado de "Understanding religious delusion")
Cleiton,
ResponderExcluirPra mim, você apenas quer acreditar que as pessoas querem acreditar nisso. Rs.