sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Mentiras que os Religiosos contam por aí - 1ª Parte

por Cleiton Heredia


A maioria dos religiosos que conheço não possui um compromisso sério e responsável com a verdade. O que eles possuem é um compromisso unilateral e exclusivista com a SUA verdade, ou seja, com aquilo que julgam e querem que seja a verdade.

Eles não conseguem enxergar o quão bitolada é esta postura, pois passam a vida toda lendo apenas os livros que coadunam com o seu ponto de vista, ouvindo ensinamentos somente daqueles que partilham das mesmas "verdades", reunindo-se em comunidades onde todos pensam igual, e o que é pior, exercendo um enorme preconceito contra outras fontes de conhecimento que divergem de seu ponto de vista, bem como demonizando a qualquer um que ouse pensar fora da caixinha de porcelana onde eles estão inseridos.

Com uma cabeça assim, não é de se estranhar que divulguem e perpetuem certas mentiras como se fossem verdades inquestionáveis. Vejamos algumas delas:


MENTIRA Nº 1 - VOLTAIRE

"Voltaire, o famoso zombador, teve um fim terrível. Sua enfermeira conta: 'Por todo o dinheiro da Europa, não quero mais ver um incrédulo morrer!' Durante toda a noite ele gritou por perdão."

Para início de conversa, Voltaire não era um ateu, mas sim um deísta, tal como Albert Einstein. As pessoas confundem o fato de ele ter criticado em seus escritos a igreja católica e alguns aspectos da religião, achando que por causa disto ele não passava de um completo descrente em Deus.

Como um filósofo iluminista, ele defendeu durante toda a sua vida as liberdades civis e religiosas, opondo-se ao cabresto intelectual imposto pela religião com seus dogmas de fé. Porém, Voltaire acreditava em Deus à sua maneira. A famosa frase: "Se Deus não existisse teria de ser inventado", conforme o Dicionário Filosófico, é de sua autoria.

Entre outras lendas sobre as palavras que teria dito em seu leito de morte conta-se a estória de que um padre e um missionário protestante estavam presentes e Voltaire então, após pedir para que ambos se pusessem um de cada lado, disse: "Agora sim, posso morrer como Jesus, entre dois ladrões". (Amazing!!!)

Outra historinha cômica é aquela de que um padre estava ao seu lado tentando convertê-lo no momento de sua morte, quando ele se vira e diz: "meu caro, lamento, mas não é hora de fazermos novos amigos". (A outra foi melhor!)

Bem, mas o fato é que não existe a tal citação da suposta enfermeira em qualquer biografia oficial de Voltaire. Isso só existe em livros, sites e na cabeça de religiosos tacanhos. Tudo que se sabe é que Voltaire morreu aos 83 anos de idade e provavelmente dizendo: "Pelo amor de Deus, deixem-me morrer em paz!".

Na próxima postagem mais mentiras que os religiosos contam por aí.

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