quarta-feira, 20 de maio de 2009

A verdade sobre o ASPARTAME


Circula pela internet o seguinte e-mail:

O adoçante conhecido pelo nome comercial de Aspartame, um dos mais vendidos e testados do mercado, é mais uma panacéia do mal: você está tentando perder peso, tomando café com aquele gosto horrível de adoçante e ainda corre risco de adquirir doenças como esclerose múltipla, lupus, também conhecido como lupus erimatoso sistêmico (LES), e fibromialgia. Fibromialgia é uma condição dolorosa generalizada e crônica, englobando uma série de manifestações clínicas como dor, fadiga, indisposição e distúrbios do sono. O LES é uma doença crônica de causa desconhecida, na qual o doente desenvolve anticorpos que reagem contra as suas células normais, podendo conseqüentemente afetar a pele, as articulações, rins e outros órgãos. E pior, como o café está quente o aspartame ainda se decompõe em substâncias extremamente perigosas como metanol e dicetopiperazina (DKP). O metanol proveniente do consumo generalizado de aspartame seria responsável por milhares de casos de cegueira aparentemente inexplicáveis e a DKP, causadora do grande aumento de casos de câncer nos últimos anos.


Esta versão pode variar, porém, como em todo e-mail sensacionalista, é comum vir assinado ou endossado por alguma "autoridade" na área médica.

Considero um verdadeiro "pecado" ficar retransmitindo mensagens pela internet sem ter ao menos o cuidado e o bom senso de verificar antes a sua veracidade. No entanto, basta uma rápida pesquisa na rede para descobrirmos algumas verdades sobre o ASPARTAME:

1) Não existe no MEDLINE (banco de dados de artigos da área médica) nenhum trabalho ligando o consumo de aspartame a casos de esclerose múltipla, lupus ou fibromialgia.

2) A Fundação de Esclerose Múltipla já fez um comunicado oficial declarando que não existe evidência de que o aspartame cause, induza, imite os sintomas ou piore as condições de pacientes com esclerose múltipla. Porém, vários pequenos estudos mostraram que pode existir um subconjunto de pacientes sofrendo de enxaqueca que têm suas condições pioradas com o uso de aspartame. E um estudo não repetido mostrou que pacientes com depressão podem piorar seu quadro por causa do aspartame. Portanto, a Fundação de Esclerose Múltipla não condena o uso do aspartame, mas recomenda que pacientes sob tratamento para depressão informem seus médicos sobre seu uso.

3) O FDA (Food and Drug Administration), a agência responsável pela aprovação de alimentos e medicamentos comercializados nos EUA, reitera sua posição de que o aspartame é seguro como aditivo alimentar, conforme revisão de estudos feitos desde a metade da década de 70. O FDA revisa continuamente a literatura científica a fim de que caso efeitos desconhecidos dos produtos e substâncias aprovadas sejam descobertos, este possa agir de forma a garantir a saúde pública. Vários estudos repetidos por diferentes autores não mostraram qualquer efeito adverso do aspartame com relação a vários tipos de doenças e condições.

4) Quanto ao metanol, sabe-se que o envenenamento por metanol pode, entre outros distúrbios, levar à cegueira. Na realidade, o que causa a cegueira é um produto da degradação do metanol, o ácido fórmico. Mas a quantidade de metanol proveniente do consumo de aspartame é ínfima e similar àquela produzida pelo consumo de frutas e vegetais como laranjas e tomates. Portanto, não é suficiente para aumentar a concentração de ácido fórmico no organismo até níveis perigosos. Em cada lata de refrigerante diet existem cerca de 200mg de aspartame. Estudos mostram que o consumo de 2.000mg não causa alteração no nível de metanol no sangue de adultos, assim como a ingestão de 600mg por hora durante 8 horas (o equivalente a 24 latas de refrigerante diet) não foi suficiente para aumentar significativamente o nível de metanol no sangue de adultos saudáveis. Em outro estudo a ingestão de 14.000mg de aspartame causou um aumento nos níveis de metanol, porém o nível de ácido fórmico, responsável pelos efeitos adversos, permaneceu inalterado. Trabalhos com doses equivalentes foram realizados com e os resultados foram os mesmos. A quantidade de metanol gerada pela ingestão uma lata de refrigerante diet é de cerca de 20mg. Volumes equivalentes de suco de fruta e bebidas alcoólicas produzem, respectivamente, 40mg e cerca de 60 a 100mg.

5) Quanto à dicetopiperazina (DKP), não existem evidências experimentais de que esta substância induza a formação de câncer.


Mas, e quanto à FENILALANINA? Por que será que os refrigerantes e alimentos que a contém trazem sempre o aviso: "Este produto contém Fenilalanina"? Este produto é realmente cancerígeno?

Os principais produtos do metabolismo do aspartame são os aminoácidos que o compõem, a fenilalanina e o ácido aspártico. A liberação de fenilalanina faz com que algumas pessoas realmente possam apresentar reações ao uso do aspartame, como aquelas que sofrem de fenilcetonúria. Na realidade, os fenilcetonúricos devem evitar o consumo de fenilalanina proveniente de qualquer fonte e não somente de aspartame. Cada lata de refrigerante diet ingerida libera cerca de 100mg de fenilalanina comparados com 300mg a partir de um ovo, 500mg de um copo de leite e 900mg de um hambúrguer.

Já o ácido aspártico, um aminoácido encontrado em qualquer fonte de proteína, realmente pode causar danos cerebrais, mas somente em altas doses e, segundo o FDA, as pessoas consomem em média de 4 a 7% da quantidade máxima recomendada.

É claro que sempre existirão os adeptos às Teorias de Conspiração que acusam o FDA, o governo americano, os médicos e as publicações científicas de estarem de conluio com as empresas fabricantes para que eles continuem comercializando seus produtos.


Por outro lado, algumas das alternativas naturais consideradas seguras em relação ao aspartame, como por exemplo, a STEVIA, não são aprovadas pelo FDA como aditivo para comida. Contra a stevia pesa o fato de não existirem estudos suficientes que comprovem sua segurança.

4 comentários:

  1. nao leu com certeza os estudos do dr Russell Blaylock.

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  2. Estimado(a) leitor(a) anônimo(a):

    Você os leu? Ou está se baseando naquilo que "ouviu" em um dos muitos vídeos na internet sobre o estudo dele?

    Até onde eu sei fica muito difícil avaliar a veracidade dos fatos porque não se trata de um artigo científico, mas de afirmações que ocorrem esta ou aquela patologia nas pessoas que consomem o produto, sem dados experimentais que sejam amplamente divulgados e aceitos pela comunidade científica.

    Não seria seu estudo algo similar aos artigos contra os transgênicos? Até hoje foram registrados apenas dois casos de acidentes, uma com soja com genes de castanha do Pará provocando alergias e outro causando mais de uma centena de mortes por causa de suprimento de triptofano produzido por bactérias transgênicas.

    Isto sem falar que algumas ditas verdades científicas da atualidade podem se tornar mentiras amanhã. Um exemplo disto é o que aconteceu com os dois vilões do passado: a manteiga e o ovo. Recentemente foram reabilitados, depois de milhões de mortes causadas pela margarina e pelos remédios contra o colesterol.

    Como não sou médico, nutricionista e nem bioquímico, apenas procurei apresentar nesta postagem aquilo que atualmente é reconhecido como cientificamente sustentável. Porém, caso tenha mais informações relevantes sobre o assunto, basta enviá-las que eu prontamente as publicarei.

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  3. Resumindo,

    Eu prefiro me manter o mais longe possível do aspartame (rs). Preventivamente é claro.

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  4. Postagens anônimas... Eu as evito.

    Sobre o texto: 100% com a opinião do Ricardo.

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