sábado, 23 de maio de 2009

O Ministério dos Crentes adverte: Questionar pode ser prejudicial à sua fé (Parte 2)


Continuei em minha desenfreada busca pela verdade devorando um livro após o outro, porém sempre com a Bíblia ao lado comparando tudo que lia com aquela que era para mim a única norma da verdade e pela qual tudo deveria ser medido e avaliado.

Não demorou muito para deparar-me com outro assunto que é praticamente uma extensão dos questionamentos em torno dos episódios vividos por minha igreja no ano de 1888: A Natureza Humana de Cristo (Pré Lapsarianismo ou Pós Lapsarianismo?). Foi aí que acabei descobrindo algo surpreendente:

“Dentro de minha igreja havia uma outra igreja.”

A igreja oficial os tratava como um “grupinho” de fanáticos rebelados cuja frustração pessoal em função de algum episódio pontual que lhes trouxe decepção, extrapolava numa revolta contra toda a instituição na pessoa de seus líderes e membros fiéis ao clero.


Foi nesta época que explodia na internet denúncias e mais denúncias através do polêmico e arrasador site adventistas.com, cujo ativo editor na época era um ex-colega de classe da faculdade de teologia: Robson Ramos (pelo o que sei, atualmente ele continua como editor-chefe, porém o editor interino na ativa me parece ser alguém com o codenome de Hermano de Jesus).

Tornei-me leitor assíduo deste site, não por causa das denúncias que tanto me chocavam, mas sim por causa dos acirrados debates teológicos que ali eram travados. Quanto às denúncias, lembro-me que até cheguei a trocar uma série de e-mails com meu amigo Robson pedindo para que ele não mais as publicasse, fundamentando meu pedido no argumento que tais notícias poderiam escandalizar os “fracos na fé”. Nunca mais me esqueci da resposta que ele me deu:

“O adventista.com é uma mancha de óleo que vaza do rasgo no casco do navio chamado IASD. A única forma de evitar que a mancha continue aumentando é consertando o vazamento.”

Comecei a participar dos debates e com o tempo tornei-me um dos muitos colaboradores deste site com vários artigos publicados (usava alguns pseudôminos para não ser identificado pelos membros de minha igreja). Foi desta forma que descobri que aqueles homens e mulheres que pensavam de forma diferente do pensamento oficial de minha igreja, não eram os “diabólicos marginais da fé” que meus líderes queriam me fazer acreditar que fossem. Muito pelo contrário, eram pessoas sinceras, ponderadas, com grande conhecimento da Bíblia e da história, bem como, profundamente comprometidas com a verdade (se bem que sempre havia algumas exceções).

Os debates dos quais participei fizeram com que eu mudasse alguns conceitos teológicos, mas não o suficiente para impedir que eu continuasse como um fiel e ativo membro de minha igreja.

Tudo estava caminhando de forma tranquila e sigilosa, até que um dia acabei me envolvendo num debate que fez com que eu nunca mais visse a minha igreja com os mesmos olhos.

Para continuar lendo clique ---> Parte 3

4 comentários:

  1. A curiosidade aumenta. Parece-se com a minha história?

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  2. E, de certa forma, com a minha. Mas nunca cheguei a ser membro ativo de comunidade alguma. Participei de várias comunidades e ajudei em vários eventos mas nunca por questões espirituais e sim, sociais.

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  3. Cleiton,

    Que texto fabuloso. Nada como uma boa história veridica para arrepiar os neurônios. E essa música de fundo só aumenta o suspense...

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  4. A sua história se parece muitissimo com a minha, só que eu cheguei a minha libertação total, de todas as religiões,crenças e mitos. Não creio numa cobrinha falante, pois se isto fosse verdade o deus da biblia seria o mentor de tudo isto.

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