sábado, 13 de junho de 2009

Ilusionistas - O Terror dos Espiritualistas


Pesquisando a vida de famosos mentalistas (ilusionistas) do passado encontrei mais um que prestou valiosos serviços a favor da verdade, ajudando a desbancar os médiuns e espiritualistas que se aproveitavam da boba fé, quer dizer, boa fé do povo.

Joseph Dunninger, nasceu nos EUA em 28 de abril de 1892. Aos sete anos, seu pai o levou para assistir ao espetáculo do ilusionista Harry Kellar e ele ficou encantado.

Aos 16 anos de idade, Dunninger fez sua estréia como prestidigitador e alguns anos depois já se apresentava como o "Incrível Dunninger" em seu show com produções de objetos, levitações, transposições de assistentes, manipulações com cartas, moedas, bolas, bem como algumas "mistificações espíritas" (seu mentalismo foi influenciado por Washington Irwing Bishop).

Em 1929, J.Dunninger (com 37 anos) estreou a série "Ghost Hours" (Horas Fantasmas) em uma Rádio de Nova Iorque, porém sem grandes índices de audiência. Quando estava com 51 anos de idade (1943) ele faz uma nova tentativa em uma Rádio da Filadélfia, só que desta fez com grande sucesso, tornando-se em pouco tempo uma celebridade nacional.

Pessoas que assistiam o programa ficavam assombradas quando ele "adivinhava" seus nomes, endereços e números de documentos. Era um espanto vê-lo revelar a sequência de um maço de cartas que acabara de ser embaralhado ou observá-lo dizendo o conteúdo de bilhetes guardados nos bolsos dos respectivos redatores. Suas memoráveis performances foram exibidas em programas especiais pelas três maiores redes de televisão: NBC, CBS e ABC.

A revista Life dedicou oito páginas ilustradas ao novo "fenômeno". O mestre do mentalismo radiofônico era um artista elegante, inovador e audacioso. Foi o primeiro mentalista a trabalhar sozinho nos palcos, sem a ajuda de assistentes ou informantes, e orgulhava-se tanto disso que chegou a oferecer um prêmio de 10 mil dólares a qualquer pessoa que pudesse provar que ele fazia uso de informantes secretos.

Apesar de nunca ter alegado ser paranormal, seu mentalismo era tão extraordinário que muitos espectadores suspeitavam que ele tivesse autênticos poderes parapsicológicos. Sua eloquência aumentava o mistério ao redor de sua personalidade intrigante. Ele dizia, por exemplo: "Não sou um leitor de mentes; Sou um leitor de pensamentos." (quem conhece as técnicas do mentalismo sabe que ele estava falando a verdade).

Dunninger teve acesso aos segredos da falecida "médium" Anna Eva Fay que por muitos anos encheu auditórios com suas demonstrações de "poderes sobrenaturais". A exemplo de Harry Houdini, de quem era amigo pessoal, Dunninger sentia-se terrivelmente aborrecido com as mentiras destes médiuns e espiritualistas vigaristas, e os perseguiu implacavelmente expondo os seus embustes.

Ele explicava: "Existe uma regra primária na enganação da mediunidade espírita: concentrar-se em pessoas que tenham sofrido alguma perda" (elas são muito mais vulneráveis).

Através da revista Scientific American e do Conselho Universal de Investigação Psíquica, Dunninger lançou um desafio aos médiuns e paranormais para que produzissem qualquer fenômeno físico mediante poderes psíquicos ou sobrenaturais, que ele não pudesse reproduzir por meios naturais ou explicar convincentemente de forma materialista (chegou também a oferecer um prêmio de 10 mil dólares).

Joseph Dunninger é considerado por muitos como o maior mentalista que existiu. Ele inspirou Kreskin, James Randi e vários outros mentalistas famosos que o sucederam. Alguns de seus feitos jamais foram reproduzidos.

A última série de programas televisivos foi gravada para a rede ABC em 1971, mas não chegou a ir ao ar. Vitimado pelo Mal de Parkinsons, Dunninger passou seus últimos tempos numa cadeira de rodas. Faleceu em 1975.

O vídeo abaixo mostra Joseph Dunninger em um programa de televisão desmascarando algumas fraudes espiritualistas (pause a música do blog no Ipod acima e assista até aparecer "Cartoon Craft", quando começa um documentário sobre outro assunto):



Concluo esta postagem com uma das frases mais memoráveis de Joseph Dunninger:

"Para aqueles que acreditam, nenhuma explicação é necessária, para aqueles que não crêem, nenhuma explicação será suficiente."

2 comentários:

  1. O mentalismo é um dom natural ou pode ser desenvolvido por qualquer um? Será que eu seria um bom mentalista? Essas suas postagens me despertaram o interesse nesse assunto.

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  2. Ricardo,

    Tudo que executamos na vida acaba tendo melhor resultado e dando maior satisfação quando temos uma certa aptidão natural. Este dom, talento ou aptidão está intimamente relacionado com nossa personalidade. Por outro lado, com dedicação e esforço podemos aprender técnicas que podem ajudar a suprir a falta de aptidão natural.

    Exemplo: Você é um excelente jogador de jogos de estratégia, pois possui aptidão (dom, talento) para isto (você gosta de jogar). Uma pessoa sem o mesmo talento que você pode também acabar se tornando um bom jogador, mas apenas com muito esforço.

    Espero ter respondido sua pergunta.

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