sexta-feira, 5 de junho de 2009
O Ministério dos Crentes adverte: Questionar pode ser prejudicial à sua fé (Parte 12 – Última Parte)
Quando fiz meus primeiros questionamen- tos a respeito do dízimo e sua utilização dentro de minha denominação religiosa, jamais imaginava que eles iriam avançar de forma tão rápida para outros questionamentos cada vez mais profundos até finalmente chegarem ao ponto de destruírem praticamente tudo que era fruto de fé (toda a minha base religiosa).
Os crentes que lêem esta série poderão querer usar esta minha experiência pessoal como prova do quanto o questionamento da fé, do menor ponto que seja, pode acabar sendo terrivelmente prejudicial à experiência religiosa. Mas será que isto é verdade?
Veja bem, o problema não está no questionamen- to, mas sim no objeto ou conceito questionado. Se o alvo dos questionamen- tos for verdadeiramen- te consistente e estiver ao lado da verdade, a investigação só irá atestar aquilo que é de fato, ou seja, a verdade. O questionamento e toda consequente investigação que vem a seguir não tem o poder de transformar aquilo que é essencialmente a verdade em uma mentira, ou vice-versa.
Quando iniciei meus questionamentos e saí com coragem em busca da verdade, não o fiz premeditando terminar da forma como me encontro hoje. Não! Jamais pude imaginar que as coisas evoluiriam da forma como você pode acompanhar nesta série de postagens. Minha única intenção foi de buscar com toda a sinceridade a verdade, seja ela qual for e doa a quem doer (inclusive se a dor fosse a mim mesmo, como acabou sendo ao destruir meus castelos de segurança).
A verdade não teme investigação. Se a forma como a minha igreja estava ensinando a respeito do dízimo e sua utilização estivesse consistente com aquilo que a Bíblia ensina como verdade, uma investigação criteriosa apenas iria atestar que os ensinos denominacionais estavam corretos. O mesmo pode se afirmar com respeito à questão da Justificação pela Fé, da Natureza Humana de Cristo, da Trindade, e tudo mais que veio na sequência.
Como eu gostaria de continuar crendo na integridade dos relatos e ensinamentos bíblicos conforme a minha igreja sempre me ensinou. Como eu gostaria que meus questionamentos e investigações em busca da verdade atestassem de forma convincente e irrefutável que tudo aquilo em que sempre acreditei é a verdade. Como eu gostaria de encontrar uma prova inquestionável da realidade do mundo espiritual onde existe um Deus pessoal que me conhece e se preocupa comigo. Como eu sofri ao entender que para continuar sendo honesto comigo mesmo (minhas convicções mais íntimas), teria que admitir que as coisas não eram da forma como queria que fossem.
Portanto, se os meus amigos crentes, adventistas ou não, querem arranjar algum culpado nesta história, que culpem suas próprias crenças por não resistirem a uma minuciosa e despreconceituosa investigação bíblica e histórica, bem como também por não suportarem o sincero escrutínio da razão.
- “Mas não o principal não é a razão, mas sim a fé”, poderá algum crente retrucar. Bem, neste caso eu simplesmente não discuto, mas apenas respeito a fé desta pessoa, pois sei que contra a fé não existem argumentos. Porém, faço uma advertência a estes homens e mulheres de fé que estão satisfeitos com suas crenças por acreditarem serem elas a expressão da verdade:
Nunca questionem!
Questionar pode ser prejudicial à sua fé.
P.S.: Não mudei como pessoa. Apenas minhas convicções hoje são diferentes. Continuo sendo uma pessoa honesta, cumpridora de seus deveres, respeitadora, que ama sua família e amigos, que valoriza a moral e a ética, e que em especial continua sendo muito sincero em suas convicções e na forma com que continua buscando pela verdade. Sim, porque esta busca não termina com esta série, mas continuará pelo tempo que for necessário, sem o menor constrangimento de um dia ter que mudar tudo novamente, caso a verdade aponte para caminhos já percorridos ou inteiramente novos.
Postado por
Cleiton Heredia
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Cleiton,
ResponderExcluirÓtima série. Adorei.
Não se preocupe, pois, as chances de você voltar a acreditar em todas as tolices em que já acreditou são enormes. É só esperar o tempo passar e o medo da morte chegar com mais afinco (rs).
Cleiton,
ResponderExcluirExcelente série. Muito boa, esclarecedora, didática, transparente e verdadeira! Parabéns pela ousadia em trilhar seu próprio caminho e em compartilhar conosco essa sua experiência na busca verdade que, de certo modo, é a busca pelo sentido da vida.
Curiosamente, a busca pela verdade começa por tirar o sentido da vida, pois não se sabe ao certo onde está pisando. É aí que muitos hesitam e recuam...
Pena que a série acabou. Que venham outras! Fiquei mal acostumado (rs).
Ricardo,
ResponderExcluirSe a verdade não estiver lá de onde vim, considero impossível regressar. Isto seria um retrocesso nada inteligente, bem como uma violação de minha consciência.
Quanto ao medo da morte, sou da opinião de que mais vale uma amarga verdade do que uma doce mentira. Nada se compara à consciência tranquila de ter vivido de acordo com suas mais íntimas convicções.
Um grande abraço.
Ebenézer,
ResponderExcluirVocê tem razão! A busca pela verdade tira inicialmente o sentido da vida, da mesma forma que uma criança se decepciona quando fica sabendo que Papai Noel não existe. Mas esta desilusão é essencial para que cresçamos e possamos viver como adultos maturos que sabem que as coisas não acontecem como num simples passe de mágica de um conto de fadas.
Obrigado por ter acompanhado.
Um forte abraço.
Parabéns amigo Cleiton!
ResponderExcluirGostei muito da série e da conclusão em determinado ponto deste último texto: aquela que sugere (ao meu ver corretamente) que o problema não está no questionamento, mas no objeto/conceito questionado.
Até a próxima!
Cleiton,
ResponderExcluirFantástica série. Indicarei aos amigos.
Ao meu ver, não há consciência mais leve do que a daquele que percebe-se em uma busca.
Abraços,
Cleiton
ResponderExcluirLi este último post e vi que é uma série. Vou ler desde o primeiro e se você me permitir gostaria de tecer alguns comentários.
Estou saindo agora pro trabalho. A noite eu leio e queria compartilhar contigo algumas experiências e minhas opiniões, mesmo que o Carlos venha a dizer que estou acima da Bíblia (rs). Ainda não conhecia seu blog.
Outra coisa, a fase boa do São Paulo acabou, aproveita prá sofrer um pouco. Esse ano é Verdão na cabeça.
Grande abraço.
Olá Pr.Manoel Miranda,
ResponderExcluirSerá para mim um prazer tê-lo como leitor, bem como uma honra receber seus comentários.
Com respeito ao meu time do coração, você tem razão! A fase está triste. Estamos sem time, sem técnico, sem futebol, sem Libertadores... Pelo jeito a torcida este ano será para não ser rebaixado igual aquele timinho do Corinthians.
Quanto ao seu Palmeiras, não sei não. Como também caíram fora da Libertadores, o negócio será jogar todas as fichas no Brasileirão.
Um abraço.
Ei, eu ouvi isso! Rs.
ResponderExcluirOlá Cleiton!!!
ResponderExcluirMuito obrigada por visitar 'meu cantinho'.
Acabei deparando-me com este post e depois que li é que percebi que era o último da série! rsrsrs
Quando chegar em casa, leio por completo. Parece muito interessante!
Acho que temos muito que 'debater' à respeito.
Grande abraço! É um prazer conhece-lo!
Eai, voce é Ateu ou Agnóstico? acabei de ler os post muito bom,
ResponderExcluirah sou magico também! do FMA.
até mais
Abs.
Oi Marcos,
ResponderExcluirSou um pouco de cada coisa.
Seja bem-vindo!
Um abraço.