quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Grandes Mágicos de Todos os Tempos – HARRY HOUDINI

por Cleiton Heredia


Ehrich Weiss, que nasceu em Budapeste (Hungria) em 24 de março de 1874, emigrou com sua família para os Estados Unidos quando tinha apenas duas semanas de vida.

Como teve uma infância muito pobre, foi obrigado a trabalhar desde muito cedo, e isto lhe deu a oportunidade de executar várias tarefas (entregador de jornais, engraxate, mensageiro, perfurador de poços, fotógrafo, contorcionista, trapezista), entre elas a de ferreiro que lhe deu o conhecimento necessário para aprender alguns segredos que mais tarde o transformariam no maior mágico ilusionista do mundo.

Conta a história de que certa vez seu chefe encarregou-lhe de abrir um par de algemas cuja chave um policial perdera. Após inúmeras tentativas usando serras, Houdini teve a idéia de pinçar a fechadura para abri-la. Ele conseguiu e a maneira como o fez serviu de base para abrir todas as algemas que empregava em seus truques.


Iniciando a Carreira de Mágico

Quando ainda era adolescente começou a fazer mágicas com o pseudônimo de “Eric, O Grande”, e também se autodenominava “O Rei das Cartas”. Teve acesso a dois livros que muito lhe influenciariam: “As memórias de Robert Houdini” (ilusionista que marcou época e do qual ele tirou seu sobrenome artístico) e “Revelações de um Médium Espírita” (Houdini sempre foi cético quanto a qualquer tipo de manifestação espiritual ou sobrenatural).

Tentou a carreira em dupla com um amigo (Jack Hayman) formando “Os irmãos Houdini”, mas depois este foi substituído por seu irmão verdadeiro (Theodore). Fizeram várias apresentações em parques, museus e feiras.

Em 1894, quando tinha apenas 20 anos, casou-se com Whilhelmina Beatrice Hanner (conhecida por Bess) que substituiu seu irmão na dupla, passando a se chamarem “The Houdinis´s”. Nos trinta e três anos seguintes esta dupla viajou por todo Estados Unidos e o mundo fazendo grande sucesso.


O Maior Mágico Escapista de Todos os Tempos

Mas foi em 1898 que começou a realizar apresentações de escapismo (Escape Artist) sob a alcunha de “O Rei das Algemas” que o transformou numa lenda. Houdini era capaz de escapar de qualquer tipo de cordas, algemas, camisas de força, caixas lacradas, sacos, aparelhos de tortura e até cadeias e prisões. Suas apresentações eram realizadas a vista de grandes públicos e repórteres que sempre ficavam admirados com suas fugas fantásticas.

Possuidor de um porte físico atlético e com grande resistência muscular e agilidade, tinha entre suas façanhas a habilidade de ficar vários minutos submerso na água sem respirar (geralmente tentando escapar de alguma caixa ou saco), e também de poder suportar qualquer soco em seu estômago. Com a fama mundial vieram também os imitadores que o obrigavam a sempre estar inovando suas escapadas com atos cada vez mais incríveis e perigosos.

Em 1913 sua mãe faleceu e ele só ficou sabendo da notícia após retornar aos Estados Unidos de uma turnê pela Europa, o que o deixou muito chocado. Em 1918, no Hipódromo de Nova York, fez um elefante desaparecer (o segredo por trás deste efeito tem inspirado os mágicos até os dias atuais).

É interessante observar que Houdini não enganava seu público alegando possuir poderes sobrenaturais, mas sempre fazia questão de deixar bem claro que tudo não passava de truques. Ele era também muito conhecido como um denunciador de fraudes revelando os truques usados por supostos médiuns, bem como as “mutretas” por trás dos jogos de azar.


Fim trágico e melancólico

Quando estava com 52 anos, no dia 22 de outubro de 1926, estava em Montreal se apresentando no Princess Theater, quando foi surpreendido por um jovem boxeador amador que o golpeou duas vezes no estômago sem dar-lhe tempo para preparar os músculos. Os golpes resultaram no rompimento do apêndice levando-o ao óbito uma semana depois (31/10/1926) num hospital em Detroit (Grace Hospital).

Apesar deste fim tão estúpido, Houdini é considerado até hoje o maior mágico que já existiu e seu lugar de destaque na história ainda não foi superado por ninguém.

Atos que desafiam a morte

Neste último final de semana assisti ao filme “Atos que desafiam a morte” (Death Defying Acts – EUA 2007) que apresenta uma versão romanceada da vida de Harry Houdini.



O filme conta com os atores britânicos Guy Edward Pearce (de “A Máquina do tempo” e “Dois Irmãos”) que faz o papel de Houdini e a bela Catherine Zeta-Jones (de “A Máscara do Zorro” e “Doze Homens e Outro Segredo”). Em minha opinião a atuação de Catherine, que faz o papel de uma médium embusteira e oportunista, conseguiu salvar o filme de ser um fracasso total.

Toda a história gira em torno do desafio que Harry Houdini fez oferecendo 10 mil dólares para o médium ou espiritualista que conseguisse entrar em contato com sua falecida mãe e lhe dissesse quais foram suas últimas palavras. No final o filme dá margens para especulações, mas nada que impressione tanto. Só aconselho ver quem gostar muito de mágica ou da Catherine Zeta-Jones.

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