sexta-feira, 29 de maio de 2009

O Ministério dos Crentes adverte: Questionar pode ser prejudicial à sua fé (Parte 7)


Minha desilusão com o adventismo moderno começou querer extrapolar para o cristianismo como um todo. Comecei a me perguntar por que eu era um religioso cristão e não um religioso de outro segmento qualquer. Seria pelo simples fato de ter nascido de um lado do planeta onde o cristianismo é a religião majoritária?

Bem, como a verdade não teme a investigação, continuei investigando, porém agora minha preocupação não se restringia a uma ramificação do cristianismo, mas sim ao próprio cristianismo em sua essência. Eu precisava entender por que o cristianismo deveria ser por mim eleito como “a verdade”, enquanto a religião mulçumana ou judaica, não (li o livro "Monoteístas - Os Povos de Deus" de F.E.Peters). Limitei-me às religiões monoteístas por uma questão de coerência lógica: se o entendimento da existência de um único Deus todo poderoso já é algo muito complexo de se entender, quanto mais a existência de múltiplos deuses.

Li um livro muito interessante chamado “Não tenho fé suficiente para ser ateu” de Norman Geisler e Frank Turek, que procura “provar” de uma forma racional que o teísmo cristão é uma verdade inquestionável. Esta leitura veio ao encontro daquilo que meu coração almejava, ou seja, a segurança de que existe um Deus soberano e pessoal que sabe da minha existência e se preocupa comigo. Percebi, porém, quão fácil é aceitarmos argumentos que correspondem aos nossos anseios pessoais, e então comecei a me questionar se aquela era realmente a verdade, ou apenas algo que eu queria muito (“torcia”) que fosse verdade?

Foi justamente nesta época que meu ousado amigo Ricardo Cluk começou a ler um livro que eu já conhecia, mas confesso que tinha certo receio de lê-lo: “Deus, um delírio” de Richard Dawkins. Conforme o Ricardo avançava em sua leitura e partilhava comigo o que estava lendo, meu teísmo racional começou a ser colocado na parede e lá se foi a minha momentânea tranquilidade. Em desespero de causa li um livro de oposição a aquele que o Ricardo estava lendo, intitulado “O delírio de Dawkins” de Alister McGrath e Joana McGrath, mas percebi logo o quanto estava sendo incoerente comigo mesmo, pois como poderia recorrer ao ponto de vista de oposição a algo que eu ainda não havia investigado com toda sinceridade e imparcialidade?


Precisei lutar contra o meu medo de descobrir que a verdade não era exatamente aquilo que eu queria que fosse. Incrível, não é mesmo? Toda a vida eu repeti para mim mesmo de que a verdade não teme investigação, porém lá estava eu com receio que continuar investigando e acabar descobrindo uma amarga verdade. Uma coisa é questionar as doutrinas de um segmento religioso ou mesmo comparar uma religião com outra, mas coisa bem diferente e terrivelmente mais assustadora é entrar num nível de questionamento que poderia destruir a essência máxima daquilo que eu sempre acreditei: “Deus”.

Esta era uma ponte sobre um abismo que eu jamais imaginara um dia deparar-me. Em meu íntimo perguntava-me se tudo aquilo que sou como pessoa sobreviveria após atravessá-la e vê-la definitivamente desmoronando atrás de mim.

Conseguiria eu viver do outro lado deste abismo?

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quinta-feira, 28 de maio de 2009

O Ministério dos Crentes adverte: Questionar pode ser prejudicial à sua fé (Parte 6)


Durante todo este processo de questionamentos e mudanças eu constantemente parava para revisar todos os pontos que haviam me trazido até o patamar onde me encontrava, pois sempre entendi que “a verdade não teme investigação”. Porém, confesso que nem sempre é um processo fácil e agradável avançar em busca da verdade quando, como conseqüência, passamos a presenciar nossos “castelos de segurança” desmoronando um após o outro.

Não estou bem certo, mas acho que foi Albert Einstein que disse que a verdade molda o cérebro de tal maneira que nunca mais ele poderá voltar a ser como era. Sei por experiência própria que isto corresponde à realidade, pois era exatamente assim que eu me sentia. À mediada que avançava em minha busca pela verdade, era como eu tivesse atravessado várias pontes sobre profundos abismos e caudalosos rios para logo em seguida observar estas pontes ruírem atrás de mim. Retroceder já não seria mais possível.


É por este motivo que antes de atravessar definitivamente uma ponte que me levaria a um novo e desconhecido terreno, sempre o fazia com muita cautela. Isto significa investigar, investigar e investigar. Foi por este motivo que certa vez, juntamente com meu amigo Enéias, procuramos dois renomados teólogos no meio adventista que também haviam sido nossos professores na Faculdade de Teologia para uma conversa bem delicada.

O primeiro foi uma surpresa. Após inquirirmos sobre a sustentabilidade da doutrina da trindade como uma das crenças fundamentais da IASD (mais precisamente sobre a personalidade do Espírito Santo), fomos surpreendidos com a resposta de que ele também não havia “engolido” aquela mudança que pretendia “empurrar goela abaixo” da igreja uma doutrina que não possui um claro apoio Bíblico e nunca foi aceita pelos pioneiros. Sempre tive este pastor e professor na mais auto-estima por sua franqueza e sinceridade, e após este episódio, ainda mais.

O segundo foi uma decepção. Fizemos a ele as mesmas indagações que havíamos feito ao primeiro, porém ao invés de vermos um teólogo embasando seus argumentos na Bíblia e na história, vimos um pastor e professor preocupado em fazer teologia de patrimônio, rezando a cartilha oficial como faria qualquer outro membro mediano da igreja. Este homem era um dos teólogos adventistas que eu admirava por seu conhecimento da teologia sistemática, mas naquele momento apenas o vi fazendo uso da especulação sistemática. Suas respostas foram evasivas, superficiais e constantemente tentou utilizar a técnica de desvio de foco (derrubar um argumento tentando destruir a reputação do grupo que o defende).


No entanto, a atitude do primeiro professor nos deu uma certa esperança de que ainda havia no meio adventista homens intelectualmente capazes e honestos ao ponto de admitir que sua igreja se equivocou afastando-se da verdade bíblica defendida pelos pioneiros.

Será que a IASD um dia iria reconhecer publicamente o seu erro e voltar às suas origens?

Bem, a atitude do segundo professor pesava do outro lado da balança nos mostrando que também haviam muitos homens em posições de liderança que estavam mais preocupados em defender seus empregos, posição e status do que admitir que haviam vários pontos doutrinários que, a bem da verdade, precisavam ser revistos com toda imparcialidade.

Eu estava profundamente decepcionado com a atual Igreja Adventista, pois a cada dia percebia mais e mais que o antigo zelo pela verdade alimentado pelos pioneiros deste movimento já não era partilhado pela maioria daqueles que atualmente estavam à frente e no comando desta Igreja.

Sábado após sábado me desiludia ao ouvir pregações vazias, mensagens superficiais, ensinamentos convenientemente mutantes e, o que é pior, imitações baratas de outros grupos religiosos modernos cujo foco está teologia da prosperidade e na teatralidade e mistificação da fé.

Enquanto para mim a religião (entenda-se: a fé) parecia não fazer mais sentido, a razão continuava apelando e exigindo mais mudanças.

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quarta-feira, 27 de maio de 2009

O Ministério dos Crentes adverte: Questionar pode ser prejudicial à sua fé (Parte 5)


Após o encontro com meu amigo Enéias Teles Borges (o “Irmão Sete” de outrora e atual editor do Blog “Convictos ou Alienados”) passei a frequentar o mesmo grupo de estudo do qual ele já fazia parte a alguns anos no UNASP Campus São Paulo (antigo IAE – local onde cursei o Teológico). Desta forma passei a conhecer e ter contato com um grupo bem diversificado de pessoas cultas, sinceras e amistosas.

Foi neste grupo que tive a grata satisfação de conhecer uma pessoa que viria a se transformar em mais uma daquelas significativas amizades com a qual a vida nos surpreende, e que com o tempo também exerceria uma marcante influência na evolução de meus conceitos. O nome dele é Ricardo Cluk, atualmente editor do Blog “A Arte de Ter Razão”.

O Ricardo é uma figurinha carimbada, daquelas bem raras. Uma pessoa super autêntica que não terá a menor inibição ou constrangimento de arrasar com a raça de quem quer que seja, caso não vá com a cara desta pessoa ou discorde de suas idéias. Confesso que em um primeiro contato com ele, você pode até se assustar um pouco, como eu me assustei no dia em que o conheci pela primeira vez: Estávamos fazendo um estudo em grupo quando ele simplesmente detonou os argumentos de um pobre coitado desavisado que se atreveu a provocá-lo (foi o argumento mais vigoroso que já vi alguém fazer a favor do dízimo).


Certo dia, ao final de um culto, eu estava trocando idéias com o Enéias sobre uma das últimas participações do “Irmão Sete” no site do "Irmão X", quando o Ricardo aproximou-se e percebeu rapidamente que estávamos argumentando contra o dogma da trindade. Sua postura inicial foi de indignação, mas como uma pessoa esclarecida que é, aceitou avaliar o mais recente material que tínhamos sobre o assunto (um livro chamado “Eu e o Pai Somos Um” escrito por Ricardo Nicotrauma pessoa que também iniciou questionando a utilização do dízimo na IASD e acabou tornando-se um dos mais eminentes opositores à Trindade – o livro pode ser lido na íntegra no endereço www.adventistas.com/downloads/Eu_e_o_Pai_Somos_Um.doc).

Foi a mudança de pensamento mais rápida que eu já presenciei em relação a este assunto relativamente complexo. O Ricardo pegou o livro e no mesmo dia o leu e se convenceu completamente da falácia que é a crença trinitariana. Em nosso próximo encontro ele já se posicionava contra a trindade com tal convicção e ousadia, que me recordo que o Enéias e eu precisamos “segurá-lo” para ele não ir direto no pastor da igreja pedindo satisfações.

Aos poucos outros amigos mais chegados do grupo começaram a se interar de nossos pensamentos, porém por questões pessoais e profissionais (alguns são até hoje funcionários na organização Adventista), nunca nos disseram claramente como entendiam todo aquele debate em torno da trindade, nem o que pensavam de nós "ovelhas negras" (são todos nossos amigos até hoje).

Muito embora nós três já não concordássemos mais com muitos pontos da ideologia oficial do grupo religioso que fazíamos parte, ainda mantínhamos nossos pensamentos em discrição e nunca tentamos, em hipótese alguma, angariar adeptos para o “nosso lado”. Todos concordávamos que se decidimos continuar ali entre eles, era por opção pessoal, e portanto, respeitaríamos aquela comunidade não trazendo complicações ou dissensão.

Porém, mais questionamentos e mudanças ainda nos aguardavam pela frente.

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terça-feira, 26 de maio de 2009

O Ministério dos Crentes adverte: Questionar pode ser prejudicial à sua fé (Parte 4)


“Arquivo X da I.A.S.D.” – este é o nome do site que criei para apresentar de forma detalhada e amplamente documentada a fatídica mudança ocorrida nas crenças fundamentais dos adventistas; e “Irmão X” era a minha identidade como o editor responsável (o site existe até hoje e pode ser encontrado no endereço www.arquivoxiasd.com).

A página de abertura contém uma breve apresentação do trabalho de pesquisa que serviu de base para o seu conteúdo, e também um apelo para que as pessoas analisassem por si mesmas todas as informações ali contidas e então tirassem as suas próprias conclusões.

Na sessão Respostas às Perguntas mais Frequentes expliquei que o site havia sido batizado com este nome porque queria chamar atenção para os documentos e revelações históricas que revelavam uma verdade diferente da verdade oficial comumente aceita. Também procurei deixar bem claro quais eram as minhas verdadeiras intenções com aquelas denúncias.

Criei também uma Sessão de Cartas onde recebia inúmeros e-mails não deixando nenhum sequer sem resposta (no começo tive muito trabalho, pois em menos de 20 dias, o site já havia atingido a marca de mais de cinco mil acessos). Entre as muitas dúvidas, críticas, comentários e contribuições dos leitores, constantemente recebia apelos para que revelasse minha identidade. Cansei de responder a estes “curiosos” que a minha identidade não era importante, pois em nada iria alterar os fatos ali revelados (a maioria destes pedidos vinham de pastores que queriam a minha cabeça).

Todo o material principal do site estava disposto em 10 capítulos mais alguns apêndices, porém com o tempo acabei incorporando mais artigos e estudos de minha autoria e de colaboradores. Criei também uma sessão onde comentava as Lições da Escola Sabatina (publicação oficial da IASD com estudos diários e sistemáticos da Bíblia para todos os membros a nível mundial) e alertava para algumas incoerências com foco na Justificação pela Fé e no conceito de divindade (Trindade).


Foi nesta época que tive um interessante reencontro casual (dentro de um Hipermercado) com um amigo que não via desde que nos formamos juntos na Faculdade de Teologia (sua identidade será mantida em sigilo até que ele mesmo queira se identificar). Conversamos rapidamente, porém o suficiente para ele se abrir contando de forma resumida seu drama vivido dentro de uma Instituição Adventista. Com isto senti-me à vontade para também contar-lhe um pouco do meu drama.

Como ele é uma pessoa de mente bem aberta, à medida que nossa amizade ia aumentando, tomei a liberdade de começar a partilhar com ele algumas coisas que antes nunca havia tido a oportunidade de discutir pessoalmente com ninguém. Não demorou muito para eu começar a receber algumas colaborações suas para meu site. Pelas mesmas razões que as minhas ele preferiu manter-se no anonimato, assinando sempre seus artigos e participações como “Irmão Sete”.

Considero este encontro um evento antológico, pois ele desencadeou uma série de outros eventos que mudariam ainda mais os meus conceitos.

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segunda-feira, 25 de maio de 2009

O Ministério dos Crentes adverte: Questionar pode ser prejudicial à sua fé (Parte 3)


O debate que me envolvi no site adventistas.com e que fez com que eu revisasse os meus mais profundos alicerces de fé envolvendo a Bíblia como um todo, bem como toda a história de minha igreja desde seu surgimento, foi a Trindade.

Fiquei chocado ao saber que os principais e mais eminentes pioneiros que fundaram minha denominação religiosa pensavam completamente diferente dos teólogos que formavam a base teológica da minha atual igreja.

Descobri que minha igreja nos seus primórdios não era trinitariana, muito pelo contrário, era uma igreja anti-trinitariana que combatia esta doutrina como uma reminiscência da apostasia liderada pela Igreja oficial do Estado na Europa Medieval, uma trágica conseqüência da era de trevas pela qual passou o cristianismo na idade média.

Fui fundo em minha pesquisa da história da Igreja Cristã desde seu nascimento, bem como principalmente no estudo sistemático através de toda a Bíblia em relação a este tema. Graças à internet, tive acesso aos documentos originais extraídos diretamente dos arquivos da General Conference of Seventh-day Adventists (o quartel general onde se encontra a sede administrativa mundial da IASD) por Ennis Meier, que os fotografa sigilosamente, digitalizava e os colocava na rede através de seus sites (alvorada.us, adventistas.net e adventistas.ws).

Relutei muito em aceitar que meus professores no teológico e líderes atuais haviam escondido de mim um assunto assim tão importante, e por isto fui à busca deles (mediante literatura oficial) para ver como se defenderiam e principalmente como argumentariam biblicamente para sustentar uma doutrina que a cada dia se tornava para mim menos bíblica e mais política.

Quando tomei consciência de como seus argumentos eram especulativos, fracos, repletos de inferências, e até infantis (para não dizer ridículos); e também quando entendi toda sórdida conspiração ocorrida no ano de 1980 para inserir a doutrina da trindade nas crenças fundamentais dos adventistas; não tive mais dúvida e tornei-me, ainda que secretamente, um adventista não trinitariano.


Esta era a única forma de, naquele momento, continuar sendo coerente com minha própria consciência, sem ter que me expor e começar a ser caçado como um herege pela minha própria igreja. Fui criticado por alguns amigos virtuais que já haviam assumido publicamente sua oposição ao trinitarianismo, porém o meu receio nunca foi em relação a uma inevitável disciplina eclesiástica (exclusão), mas sempre querendo evitar escândalo entre meus irmãos de fé e também entre minha própria família.

Na igreja continuava como um fiel membro ativo e nunca traí a confiança de meus líderes usando o meu cargo, influência e livre acesso ao púlpito para fazer proselitismo de minhas novas convicções. Procurei ser acima de tudo, ético, porém comecei a evitar ensinar ou pregar sobre o tema em questão para não violar minha consciência.

Eu era um homem em conflito. Foi nesta fase meio complicada que tive uma idéia que viria em parte diminuir um pouco minha angústia de conhecer uma verdade, mas evitar declará-la abertamente por forças das circunstâncias.

Criei um site e assumi uma identidade secreta.

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sábado, 23 de maio de 2009

O Ministério dos Crentes adverte: Questionar pode ser prejudicial à sua fé (Parte 2)


Continuei em minha desenfreada busca pela verdade devorando um livro após o outro, porém sempre com a Bíblia ao lado comparando tudo que lia com aquela que era para mim a única norma da verdade e pela qual tudo deveria ser medido e avaliado.

Não demorou muito para deparar-me com outro assunto que é praticamente uma extensão dos questionamentos em torno dos episódios vividos por minha igreja no ano de 1888: A Natureza Humana de Cristo (Pré Lapsarianismo ou Pós Lapsarianismo?). Foi aí que acabei descobrindo algo surpreendente:

“Dentro de minha igreja havia uma outra igreja.”

A igreja oficial os tratava como um “grupinho” de fanáticos rebelados cuja frustração pessoal em função de algum episódio pontual que lhes trouxe decepção, extrapolava numa revolta contra toda a instituição na pessoa de seus líderes e membros fiéis ao clero.


Foi nesta época que explodia na internet denúncias e mais denúncias através do polêmico e arrasador site adventistas.com, cujo ativo editor na época era um ex-colega de classe da faculdade de teologia: Robson Ramos (pelo o que sei, atualmente ele continua como editor-chefe, porém o editor interino na ativa me parece ser alguém com o codenome de Hermano de Jesus).

Tornei-me leitor assíduo deste site, não por causa das denúncias que tanto me chocavam, mas sim por causa dos acirrados debates teológicos que ali eram travados. Quanto às denúncias, lembro-me que até cheguei a trocar uma série de e-mails com meu amigo Robson pedindo para que ele não mais as publicasse, fundamentando meu pedido no argumento que tais notícias poderiam escandalizar os “fracos na fé”. Nunca mais me esqueci da resposta que ele me deu:

“O adventista.com é uma mancha de óleo que vaza do rasgo no casco do navio chamado IASD. A única forma de evitar que a mancha continue aumentando é consertando o vazamento.”

Comecei a participar dos debates e com o tempo tornei-me um dos muitos colaboradores deste site com vários artigos publicados (usava alguns pseudôminos para não ser identificado pelos membros de minha igreja). Foi desta forma que descobri que aqueles homens e mulheres que pensavam de forma diferente do pensamento oficial de minha igreja, não eram os “diabólicos marginais da fé” que meus líderes queriam me fazer acreditar que fossem. Muito pelo contrário, eram pessoas sinceras, ponderadas, com grande conhecimento da Bíblia e da história, bem como, profundamente comprometidas com a verdade (se bem que sempre havia algumas exceções).

Os debates dos quais participei fizeram com que eu mudasse alguns conceitos teológicos, mas não o suficiente para impedir que eu continuasse como um fiel e ativo membro de minha igreja.

Tudo estava caminhando de forma tranquila e sigilosa, até que um dia acabei me envolvendo num debate que fez com que eu nunca mais visse a minha igreja com os mesmos olhos.

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sexta-feira, 22 de maio de 2009

O Ministério dos Crentes adverte: Questionar pode ser prejudicial à sua fé (Parte 1)


Certo crente admoestava seu irmão de fé com convicção, entusiasmo e até um pouco de orgulho enrustido:

- “Amigo pare de questionar! Esta história de ficar questionando isto e aquilo nunca termina bem. Já vi muitos irmãos fervorosos que começaram questionando o dízimo, por exemplo, e acabaram no final descrendo até da existência de Deus”.

Ao ouvir isto, imediatamente pensei em minha própria experiência pessoal e exclamei para mim mesmo:

“É verdade! Foi exatamente o que aconteceu comigo.”

Comecei questionando a utilização do dízimo pelos líderes de minha denominação, o que acabou levando-me a um estudo sistemático e aprofundado do dízimo na Bíblia, que por sua vez abriu-me os olhos para entender que a verdade não era exatamente aquela que meus líderes contavam.

Bem, mas isto não conseguiu abalar minha fé, pois entendia tratar-se de um aspecto puramente humano (visão administrativa) e até certo ponto periférico, pois em nada comprometia as colunas doutrinárias em que se fundamentavam a minha fé.

Porém, a coragem de dar o primeiro passo e questionar a "cartilha" oficial que havia recebido de meus orientadores, começou pouco a pouco diminuir em mim o medo que tinha de pensar de forma diferente do grupo. Afinal, desde a tenra idade havia sido doutrinado com a história da queda de Adão e Eva, cuja curiosidade e desejo de conhecer aquilo que Deus havia proibido tornou-se a ruína de suas vidas e a perdição deste planeta.

O passo seguinte foi começar a ler outros livros que não fossem apenas aqueles que minha igreja recomendava. Li um livro fantástico escrito por dois ex-pastores adventistas, Robert J. Wieland e Donald K. Short, chamado “1888 Re-Examinado” (disponível na íntegra para leitura no endereço http://www.adventistas.com/biz/1888_reexaminado/index.html ), e este fez com que eu percebesse algo que nunca antes ousaria desconfiar:


"Minha igreja e meus líderes estão escondendo assuntos importantes relacionados com os alicerces da minha fé."


Tal descoberta me deixou completamente transtornado. Eu amava aquela igreja, pois a tinha como a guardiã da verdade presente para um mundo envolto nas trevas do engano. Fiquei confuso e revoltado, porém guardei tudo em silêncio. Eu não podia comentar com ninguém o que se passava comigo, pois tinha medo de ser motivo de escândalo para outros irmãos. E não era para menos, pois sobre mim recaía o peso de ser adventista de berço (4ª geração de adventistas na família), graduado em teologia, professor de adultos e jovens, e líder destacado ocupando o cargo de primeiro ancião na igreja (cargo que equivale ao de um pastor na igreja).

Porém, no silêncio de meus pensamentos ecoava outro assustador e angustiante questionamento:

“O que mais eles estariam escondendo?”

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quarta-feira, 20 de maio de 2009

A verdade sobre o ASPARTAME


Circula pela internet o seguinte e-mail:

O adoçante conhecido pelo nome comercial de Aspartame, um dos mais vendidos e testados do mercado, é mais uma panacéia do mal: você está tentando perder peso, tomando café com aquele gosto horrível de adoçante e ainda corre risco de adquirir doenças como esclerose múltipla, lupus, também conhecido como lupus erimatoso sistêmico (LES), e fibromialgia. Fibromialgia é uma condição dolorosa generalizada e crônica, englobando uma série de manifestações clínicas como dor, fadiga, indisposição e distúrbios do sono. O LES é uma doença crônica de causa desconhecida, na qual o doente desenvolve anticorpos que reagem contra as suas células normais, podendo conseqüentemente afetar a pele, as articulações, rins e outros órgãos. E pior, como o café está quente o aspartame ainda se decompõe em substâncias extremamente perigosas como metanol e dicetopiperazina (DKP). O metanol proveniente do consumo generalizado de aspartame seria responsável por milhares de casos de cegueira aparentemente inexplicáveis e a DKP, causadora do grande aumento de casos de câncer nos últimos anos.


Esta versão pode variar, porém, como em todo e-mail sensacionalista, é comum vir assinado ou endossado por alguma "autoridade" na área médica.

Considero um verdadeiro "pecado" ficar retransmitindo mensagens pela internet sem ter ao menos o cuidado e o bom senso de verificar antes a sua veracidade. No entanto, basta uma rápida pesquisa na rede para descobrirmos algumas verdades sobre o ASPARTAME:

1) Não existe no MEDLINE (banco de dados de artigos da área médica) nenhum trabalho ligando o consumo de aspartame a casos de esclerose múltipla, lupus ou fibromialgia.

2) A Fundação de Esclerose Múltipla já fez um comunicado oficial declarando que não existe evidência de que o aspartame cause, induza, imite os sintomas ou piore as condições de pacientes com esclerose múltipla. Porém, vários pequenos estudos mostraram que pode existir um subconjunto de pacientes sofrendo de enxaqueca que têm suas condições pioradas com o uso de aspartame. E um estudo não repetido mostrou que pacientes com depressão podem piorar seu quadro por causa do aspartame. Portanto, a Fundação de Esclerose Múltipla não condena o uso do aspartame, mas recomenda que pacientes sob tratamento para depressão informem seus médicos sobre seu uso.

3) O FDA (Food and Drug Administration), a agência responsável pela aprovação de alimentos e medicamentos comercializados nos EUA, reitera sua posição de que o aspartame é seguro como aditivo alimentar, conforme revisão de estudos feitos desde a metade da década de 70. O FDA revisa continuamente a literatura científica a fim de que caso efeitos desconhecidos dos produtos e substâncias aprovadas sejam descobertos, este possa agir de forma a garantir a saúde pública. Vários estudos repetidos por diferentes autores não mostraram qualquer efeito adverso do aspartame com relação a vários tipos de doenças e condições.

4) Quanto ao metanol, sabe-se que o envenenamento por metanol pode, entre outros distúrbios, levar à cegueira. Na realidade, o que causa a cegueira é um produto da degradação do metanol, o ácido fórmico. Mas a quantidade de metanol proveniente do consumo de aspartame é ínfima e similar àquela produzida pelo consumo de frutas e vegetais como laranjas e tomates. Portanto, não é suficiente para aumentar a concentração de ácido fórmico no organismo até níveis perigosos. Em cada lata de refrigerante diet existem cerca de 200mg de aspartame. Estudos mostram que o consumo de 2.000mg não causa alteração no nível de metanol no sangue de adultos, assim como a ingestão de 600mg por hora durante 8 horas (o equivalente a 24 latas de refrigerante diet) não foi suficiente para aumentar significativamente o nível de metanol no sangue de adultos saudáveis. Em outro estudo a ingestão de 14.000mg de aspartame causou um aumento nos níveis de metanol, porém o nível de ácido fórmico, responsável pelos efeitos adversos, permaneceu inalterado. Trabalhos com doses equivalentes foram realizados com e os resultados foram os mesmos. A quantidade de metanol gerada pela ingestão uma lata de refrigerante diet é de cerca de 20mg. Volumes equivalentes de suco de fruta e bebidas alcoólicas produzem, respectivamente, 40mg e cerca de 60 a 100mg.

5) Quanto à dicetopiperazina (DKP), não existem evidências experimentais de que esta substância induza a formação de câncer.


Mas, e quanto à FENILALANINA? Por que será que os refrigerantes e alimentos que a contém trazem sempre o aviso: "Este produto contém Fenilalanina"? Este produto é realmente cancerígeno?

Os principais produtos do metabolismo do aspartame são os aminoácidos que o compõem, a fenilalanina e o ácido aspártico. A liberação de fenilalanina faz com que algumas pessoas realmente possam apresentar reações ao uso do aspartame, como aquelas que sofrem de fenilcetonúria. Na realidade, os fenilcetonúricos devem evitar o consumo de fenilalanina proveniente de qualquer fonte e não somente de aspartame. Cada lata de refrigerante diet ingerida libera cerca de 100mg de fenilalanina comparados com 300mg a partir de um ovo, 500mg de um copo de leite e 900mg de um hambúrguer.

Já o ácido aspártico, um aminoácido encontrado em qualquer fonte de proteína, realmente pode causar danos cerebrais, mas somente em altas doses e, segundo o FDA, as pessoas consomem em média de 4 a 7% da quantidade máxima recomendada.

É claro que sempre existirão os adeptos às Teorias de Conspiração que acusam o FDA, o governo americano, os médicos e as publicações científicas de estarem de conluio com as empresas fabricantes para que eles continuem comercializando seus produtos.


Por outro lado, algumas das alternativas naturais consideradas seguras em relação ao aspartame, como por exemplo, a STEVIA, não são aprovadas pelo FDA como aditivo para comida. Contra a stevia pesa o fato de não existirem estudos suficientes que comprovem sua segurança.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Documentário do Percurso da Corrida de Montanha em Extrema - Parte 2


Conforme o prometido, aqui está a 2ª parte do vídeo com o documentário sobre o percurso da Corrida de Montanha realizada na cidade de Extrema em 09/05/09.

O site oficial do Circuito Brasileiro de Corridas de Montanha publicou uma interessante matéria sobre o evento descrevendo como foi a prova deste ano e divulgando os vencedores desta super meia maratona (clique aqui para ler).

Enquanto estiver assistindo ao vídeo, tente imaginar como foi passar por tudo aquilo acrescentando a pouca visibilidade devido à escuridão e o cortante vento gelado que sobe pela encosta da serra.

Bom divertimento! (não esqueça de "pausar" a música do blog antes de assistir)



É isto aí pessoal! Parabéns a toda organização da prova e aos bravos corredores que completaram de forma heróica mais esta edição da Corrida de Montanha de Extrema.

Próxima etapas:

COPA PAULISTA: 24/05/09 - Pico do Jaraguá (SP)
CIRCUITO BRASILEIRO: 07/06/09 - Maromba/Visconde de Mauá (RJ)

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Documentário do Percurso da Corrida de Montanha em Extrema - Parte 1


A 6ª edição da Corrida de Montanha na Cidade de Extrema (MG) aconteceu neste último sábado, dia 09 de maio de 2009, e com ela aconteceu a abertura do Circuito Brasileiro de 2009.

A Temporada do Circuito Brasileiro deste ano está composta de 5 etapas, sendo elas:

1ª) Super Meia Maratona de Extrema (MG) - 09/05/09
2ª) Maromba (Visconde de Mauá - RJ) - 07/06/09
3ª) Campos do Jordão (SP) - 05/07/09
4ª) Pico dos Marins (Piquete - SP) - 09/08/09
5ª) Paraná (a definir) - 20/09/09



Como já havia participado das edições anteriores, sabia muito bem o quanto esta prova é dura e exige de cada atleta um excelente condicionamento físico e psicológico, por isto, resolvi não fazer a loucura de participar sem estar no melhor de minha forma.

Mas para diminuir minha frustração, decidi percorrer todo o trajeto da prova no sábado pela manhã e documentar com fotos e filmagens os pontos principais desta corrida.

Portanto, apresento abaixo a 1ª parte do vídeo como resultado deste trabalho que me deu muita satisfação em realizá-lo.



AVISO: Antes de assistir ao vídeo, "pause" a música no Ipod localizado no topo da página à esquerda. Caso não consiga desligar a música, recomendo assistir direto da página do Youtube.



Estou ainda editando a 2ª parte, mas espero colocá-la no ar em breve.

sábado, 2 de maio de 2009

Seriados de TV dos anos 70

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Será que você consegue identificar os 21 temas dos seriados dos anos 70?

(Antes de assistir ao vídeo abaixo, não esqueça de "pausar" o Ipod ao lado)



Se você tiver mais que 40 anos como eu, então viveu por alguns instantes, a hipnose que a TV nos causava nas tardes e noites dos anos 70. Os seriados representados pelos temas acima fizeram parte da magia que dominava intensamente nossa alma, transportando-nos para um mundo de total pureza e fantasia, e que com certeza contribuiram um pouquinho que seja para tornar-nos aquilo que somos hoje.