terça-feira, 26 de agosto de 2008

Onisciência x Onipotência


Dentre os vários segmentos no mundo das mágicas o que mais me impressiona e atrai é o segmento chamado "mentalismo". O mentalista é uma espécie de mágico vidente que consegue ler a mente das pessoas, prever eventos antes que eles ocorram e interferir na matéria com seus "poderes mentais".

Antes que alguém saia por aí fazendo algum tipo de caça às bruxas (no meu caso seria caça aos bruxos), deixe explicar que estamos falando de técnicas bem racionais que nada tem haver com paranormalidade, espiritismo ou qualquer outro tipo de poder sobrenatural. É apenas um tipo diferente de mágica ou, como preferem outros, ilusionismo.

Alguns "espertalhões" se apoderam destas técnicas com a finalidade de se passarem por seres "iluminados" e com isto conseguem enganar a muitas pessoas. Geralmente fazem isto por interesses escusos relacionados à fama, poder, status e especialmente dinheiro. Lembram daquele tal de Jucelino? Pois é...

Já um mágico mentalista se limita a façanhas tais como adivinhar algo que está apenas no pensamento de uma pessoa, prever uma escolha que alguém ainda fará, fazer com que um evento aleatório de raríssima probabilidade aconteça no instante que ele quiser ou realizar outros inocentes prodígios "simplesmente" com o poder da mente. E tudo isto sem precisar vender a alma para o diabo, como acreditam alguns poucos de forma simplória (para não dizer ignorante).

Falando em prever o futuro, caso realmente existisse uma pessoa com este poder, será que alguém teria coragem de chegar para esta pessoa e perguntar em detalhes como será sua vida daquele momento até o dia de sua morte? Duvido!

Acho que poderíamos contar nos dedos os poucos corajosos que se arriscariam ouvir a resposta. E sabe por que? Porque ninguém quer trocar sua vida com base na emocionante esperança por numa vida pautada pela imutável certeza.

Já pensou se você soubesse de antemão tudo aquilo que aconteceu nos últimos 20 anos de sua vida? Pare e pense um pouco nisto...

Você tentaria mudar os episódios ruins, mas não conseguiria, pois o futuro que foi previsto é imutável. Frustrante, não? Você começaria a se questionar quanto ao seu livre arbítrio, pois do que adianta conhecer o futuro se não podemos mudá-lo quando queremos ou precisarmos?

Permita-me sugerir duas situações hipotéticas:

1ª) Imagine que alguém lhe faça uma previsão infalível de que você terá um filho que se tornará um serial killer que vitimará dezenas de pessoas e desgraçará a vida de muitas famílias. Sabendo disto de antemão, você não quer se arriscar a ter este filho, mas sabe que não poderá evitar pelo fato de ser um destino imutável. Terrível, não é mesmo?

2ª) Imagine agora que saiba que no futuro terá um filho que nascerá com uma grave doença congênita que fará com que ele tenha uma vida de dor e sofrimento, e o levará a cada novo dia de sua torturante vida desejar nunca ter nascido. É claro que ninguém desejaria ter um filho nestas condições, mas como se trata de um futuro imutável, você nada mais pode fazer a não ser esperar e assistir o seu cumprimento. Isto seria justo?


Acho que você já deva ter deduzido aonde estes questionamentos nos conduzirão: a onisciência e onipotência divina! Afirmam os teólogos que Deus conhece o fim deste o princípio, e também que é todo poderoso ao ponto de nada lhe ser impossível. Bem, você deve conhecer a história judaico-cristã da rebelião de Lúcifer, da entrada do pecado neste planeta e também é testemunha ocular e vivencial de todo o mal gerado em consequência destes dois primeiros eventos.

Estaria a onipotência divina limitada por sua onisciência? Seria Deus um escravo de sua própria onisciência? Se não, então por que permitiu o surgimento de Lúcifer? Por que simplesmente não alterou seu plano? Para preservar o livre-arbítrio de suas criaturas? Pode ser, mas pense bem! Quem é que poderia questionar a Deus por não ter criado um ser que ninguém jamais teve qualquer conhecimento e que está apenas em sua mente? O universo jamais sentiria falta de algo ou alguém que nunca existiu.

Assim como não condenamos um casal que prefere não ter filhos, mas respeitamos sua decisão, quem é que poderia condenar Deus por não querer criar alguns seres que com certeza arruinariam todo universo e destruiriam a vida de muitas outras criaturas inocentes?

Não pretendo desrespeitar a crença de ninguém, nem muito menos ser desrespeitoso para com Deus, mas apenas quero exercer meu direito de pensar e quem sabe levar você à reflexão: A onipotência divina está limitada por sua onisciência ou esta onisciência não é tão absoluta quanto imaginamos?

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Os Cinco Tipos de Públicos de um Mágico


Uma das coisas que mais me atrai nas artes mágicas é perceber as diferentes reações das pessoas quando se deparam com a execução de um efeito mágico qualquer. Tenho percebido que os espectadores da mágica se dividem basicamente em cinco grupos diferentes:


1) Os Desconfiados – Assistem ao efeito com o semblante tenso parecendo estarem se sentindo incomodados. Para estes o mágico não passa de um embusteiro e a mágica não passa de uma maneira de enganá-los. Ao final do efeito olham com um ar de desdém para o mágico como se dissessem: “Você pensa que me enganou, mas não conseguiu não!” Normalmente acabam criando algum tipo de dificuldade para o mágico como, por exemplo: tentam pegar nas mãos o equipamento do mágico, comentam com todos as eventuais falhas do mágico ou mesmo acabam tentando revelar como o truque foi feito.


2) Os Entendidos – Geralmente são pessoas que conhecem (ou pensam que conhecem) alguma coisa sobre mágica, mas não têm a menor noção de ética mágica. Ao se depararem com um mágico em ação querem a todo custo mostrar que eles também entendem do assunto tentado desviar a atenção de todos para si. Tentam roubar a cena realizando um de seus “truquezinhos” (normalmente sabem fazer só um ou dois) ou, quando não conseguem fazer nada de interessante, acabam por revelar como o mágico realizou o efeito. Este grupo também sempre dificulta a vida do mágico, pois como querem que todos o notem como um grande entendido nas artes mágicas, são capazes de qualquer coisa para aparecer.


3) Os Apreciadores – Este público é o sonho de platéia de todo mágico. São pessoas que realmente sabem curtir um show de mágica. Eles têm consciência que tudo não passa de truques engenhosamente elaborados e habilidosamente executados, porém isto não os impede de se maravilharem com os efeitos e de se encantarem com uma mágica bem executada. Este grupo sabe ser complacente com o mágico quando percebe alguma falha, porém, como estão ali para se divertir, sabem relevar e admirar o conjunto completo da obra.


4) Os Ingênuos – Este é um público bem específico normalmente constituído de crianças ou algumas raras pessoas que acreditam em mágica. Para estes o mágico é realmente alguém com poderes sobrenaturais e a mágica é vista como uma forma real de fazer o impossível acontecer. Os mágicos também gostam muito de trabalhar com este tipo de pessoas, porém, se forem mágicos “meia-boca” e executarem a mágica de forma desleixada, este público crédulo irá naturalmente ver no mágico um farsante tentando se passar por um mágico de verdade. Eles nunca perdoam um charlatão e acabam sempre dizendo “na lata” o que pensam.


5) Os Desinteressados – São pessoas que não possuem o menor interesse por mágica e para eles tanto faz se o mágico está descobrindo uma carta aleatoriamente escolhida num baralho ou se está fazendo desaparecer um gigantesco monumento histórico. Eles não estão nem aí!

Faz parte das técnicas de um bom mágico saber identificar em sua platéia os diferentes tipos de público e sempre procurar reverter este conhecimento para o sucesso de suas apresentações e divertimento de seu público.


Para o grande mágico Célio Amino as coisas são mais simples. Em seu espetáculo “Além da Mágica” ele comenta durante um dos seus números que o mágico precisa aprender a identificar apenas dois tipos de pessoas em seu público:

Aqueles que ajudam o mágico e...

... o outro grupo.

E você? Em qual grupo se encaixa?

Faço esta pergunta por que pretendo convida-los para minha primeira apresentação oficial como mágico amador na Associação de Mágicos de São Paulo, mas não posso me arriscar convidando alguém do "outro grupo"...

É bricadeirinha...

Todos estão convidados!

Será nesta segunda feira às 21 horas.
Irão se apresentar vários mágicos e aprendizes.
Minha participação se restringirá a uns 10 minutos de close-up.
O endereço passo por e-mail para aqueles que se interessarem (sabe como é que é, o local tem vagas limitadas e eu preciso controlar o número de pessoas para evitar superlotação - rs).

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

A Liberdade e a Verdade


E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” – Palavras de Jesus relatadas no Evangelho segundo João capítulo 8 verso 32.


O conhecimento da verdade liberta?

De acordo com o conceito judaico-cristão da verdade, a resposta seria um enfático SIM!

Para Jesus a verdade que traria liberdade ao ser humano era o conhecimento de que Deus, o Pai, havia provisionado a libertação da escravidão do pecado mediante Seu Filho unigênito, Jesus, o Cristo. Portanto, do ponto de vista religioso (cristão) a liberdade vem em decorrência do conhecimento da verdade.

Agora, saindo um pouco do campo religioso e indo para o campo filosófico e/ou científico, será que o conhecimento da verdade continua tendo o poder de sempre libertar?

Podemos dizer que sim no que diz respeito à ignorância, à tradição cega, à “bitolice” e à “tapadice” (estas últimas duas vieram por inspiração da postagem do Enéias).

Porém, se ampliarmos o conceito de liberdade para algo relacionado com a plenitude de vida, a tranqüilidade de espírito e a felicidade, a resposta à pergunta acima pode ser um temeroso DEPENDE.

Se a verdade for boa, agradável e favorável às nossas expectativas, sem dúvida alguma ela nos libertará de uma visão negativa da vida ocasionada pelo desconhecimento dela. Exemplo: Quando eu era pequeno tinha medo do bicho papão e do homem do saco, porém, quando descobri a verdade de que estes personagens não existem, passei a viver muito mais aliviado e feliz.

Por outro lado, se a verdade for ruim, desagradável e antagônica às nossas expectativas, ela poderá abrir nossos olhos para uma realidade negativa com potencial de gerar insegurança e infelicidade. Neste caso a verdade não nos libertou para uma vida mais plena, mas nos escravizou na inevitabilidade ou imprevisibilidade de um destino não desejado. Exemplo: Quando eu era criança me ensinaram a crer o bem sempre vence o mal, porém, quando descobri que esta não é uma regra infalível neste mundo em que vivemos, e que, na verdade, justamente o contrário é muito mais provável que ocorra, perdi minha inocente tranqüilidade e felicidade.

É fato que a verdade não depende de ser agradável ou condizente com nossas expectativas para ser a verdade. Seja ela qual for, agrade a quem agradar ou doa a quem doer, a verdade é a verdade e ponto!

Mas e agora? Com base nisto poderemos afirmar que toda a verdade é desejável e proporciona plena liberdade? Já ouvirão falar na felicidade da ignorância?

Vou propor aqui uma situação hipotética para sua reflexão:


Imagine você que você é um cientista que acaba de descobrir de forma infalível de que o Sol irá explodir dentro de exatamente um ano aniquilando toda a vida neste mísero planeta. Esta é uma triste e dolorosa verdade que ninguém poderá mudar. O que você faria?

(a) Preferiria nunca ter descoberto tal fato e assim poder continuar vivendo na ignorância da verdade, porém tranqüilo e feliz na ilusão da vida continuar em seu rumo normal.

(b) Aceitaria a verdade, porém não a compartilharia com ninguém, pois acredita que neste caso a ignorância é preferível à verdade (o que os olhos não vêem o coração não sente).

(c) Aceitaria a verdade e a compartilharia com todo o mundo, pois acredita que a verdade, não importa qual seja, se positiva ou negativa, se agradável ou dolorosa, sempre será preferível à ignorância ou mesmo à mentira.

(d) Negaria a verdade e creria na mentira, bem como a pregaria para todo o mundo se esforçando para acreditar (em outras palavras: torcendo fanaticamente) que a sua mentira poderá vir a se transformar na verdade.

(e) NDA.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Datas e Eventos que Intrigam


Veja que curiosas são estas comparações entre Abraham Lincoln nascido em 12 de fevereiro de 1809 (16º presidente dos EUA) e John Fitzgerald Kennedy nascido em 29 de maio de 1917 (35º presidente dos EUA):

1) Os nomes LINCOLN e KENNEDY são compostos de 7 letras;

2) A.Lincoln se elegeu no congresso em 1846 e J.F.Kennedy em 1946 (100 anos);

3) A.Lincoln se elegeu presidente em 1860 e J.F.Kennedy em 1960 (100 anos);

4) Ambos foram grandes defensores dos direitos humanos;

5) As esposas dos dois presidentes perderam filhos enquanto moravam na Casa Branca;

6) Ambos jogavam golfe tendo, inclusive, o mesmo handicap;

7) A secretária de Lincoln se chamava Kennedy e o advertiu para não ir ao teatro, e a secretária de Kennedy se chamava Lincoln e o advertiu para não ir para Dallas;

8) Os dois presidentes foram assassinados com uma bala na cabeça;

9) Ambos perderam a vida numa sexta-feira;

10) Seus assassinos eram igualmente “sulistas”;

11) John Wilkes Booth, que assassinou Lincoln, nasceu em 1838, e Lee Harvey Oswald, que assassinou Kennedy, nasceu em 1938 (100 anos);

12) Os dois assassinos eram conhecidos por seus três nomes;

13) O total das letras de cada um dos nomes de seus assassinos totalizam 15 letras;

14) Lincoln foi morto dentro da sala “Ford” do teatro “Kennedy” e Kennedy foi morto num carro “Ford”, modelo “Lincoln”;

15) John Wilkes Booth fugiu do teatro e foi preso em um edifício (depósito) e Lee Harvey Oswald fugiu de um edifício (depósito) e foi preso num cinema;

16) Booth e Oswald foram assassinados antes do julgamento;

17) Uma semana antes de ser assassinado, Lincoln estava de férias em Monroe, Maryland, e Uma semana antes de ser assassinado, Kennedy estava de férias com Marilyn Monroe;

18) Os dois presidentes tiveram como sucessor um democrata “sulista” nascido em Senate;

19) O nome dos sucessores era composto por 6 letras (Andrew e Lyndon), e os dois se chamavam Johnson;

20) Andrew Johnson, que sucedeu Lincoln, nasceu em 1808, e Lyndon Johnson, que sucedeu Kennedy, nasceu em 1908 (100 anos);


Como explicar isto? Coincidências múltiplas? Manipulação humana? Conspiração Extra-Terrestre? Forças desconhecidas em atuação no universo? Será que os eventos que entendemos como aleatórios são verdadeiramente frutos do acaso?

Os céticos afirmam racionalmente: “Pura coincidência, pois entre duas pessoas existem inúmeras variáveis que podem ser usadas de forma comparativa, de forma que não seria estranho se encontrássemos algumas semelhanças”.

Os cientistas matemáticos explicam que tudo não passa da lei das probabilidades em ação nas análises combinatórias, pois se temos milhares de combinações aleatórias, já é de se esperar que uma pequena margem percentual de coincidências em algumas delas.

O grande problema reside na forma como os místicos ou religiosos querem interpretar os fatos. Os místicos falam de forças sobrenaturais controlando todos os eventos no universo de forma que nada acontece por acaso. Os religiosos são mais específicos e chamam estas forças sobrenaturais de Deus ou deuses.

A partir desta interpretação subjetiva fica muito fácil estabelecer uma religião. Basta pegarmos uma série de fatos aparentemente intrigantes e superficialmente sem uma explicação natural, colocarmos todos juntos num balaio misturando e manipulando tudo de forma bem conveniente, e pronto! Criamos uma teoria mística ou religiosa.

No exemplo entre os presidentes americanos Lincoln e Kennedy, veja que se eu quisesse fundar uma religião em torno deles, afirmando serem ambos homens predestinados pelas forças do universo (ou por Deus), teria um “prato cheio”.

Não estou afirmando que todas as religiões constituídas são resultado deste tipo de interpretação dos fatos, nem estou descartando a possibilidade da existência de forças que vão além de nosso conhecimento, mas simplesmente estou querendo suscitar em você este questionamento:

MINHA INTERPRETAÇÃO DOS FATOS REPRESENTA A VERDADE?

Pense nisto e lembre-se sempre que a verdade não teme investigação.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

11 de Agosto - Dia do Advogado


O dia de hoje foi escolhido como o dia do advogado porque foi no dia 11 de agosto de 1827 que foram criados os dois primeiros cursos de direito do país. Um foi inaugurado em Olinda, no Mosteiro de São Bento, e outro em São Paulo.

O texto abaixo é a minha singela homenagem aos meus familiares e amigos que exercem esta importante profissão.

MANUAL BÁSICO DE COMO UTILIZAR OS SERVIÇOS DE UM (A) ADVOGADO (A): COISAS QUE O CLIENTE PRECISA SABER:

1- ADVOGADO dorme.
Pode parecer mentira, mas ADVOGADO precisa dormir, como qualquer outra pessoa. Não o acorde sem necessidade! Esqueça que ele tem telefone em casa, ligue para o escritório.

2- ADVOGADO come.
Parece inacreditável, mas é verdade. ADVOGADO também precisa se alimentar, e tem hora para isso. Respeite-a.

3- ADVOGADO tem família.
Essa é a mais incrível de todas: mesmo que você não sabe, ADVOGADO precisa descansar no final de semana para poder dar atenção à família, aos amigos e a si próprio, sem pensar ou falar sobre processos, audiências, etc.

4- ADVOGADO, como qualquer cidadão, precisa de dinheiro.
Por essa você não esperava, não é? É surpreendente, mas ADVOGADO também paga impostos, compra comida, roupas, sapatos, sustenta família, toma Lexotan para conseguir relaxar dos problemas dos clientes, etc. E o fundamental: pode parecer bizarro, mas os livros para "UP LOAD" do profissional, os cursos, o operacional do escritório e a administração disso tudo não vêm gratuitamente. Impressionante, não? Entendeu agora o motivo dele cobrar uma consulta? Nunca tente "filar" uma consulta na base do "Sabe, tenho um probleminha e gostaria da sua opinião..."

5- ADVOGADO lê muito, estuda sempre e trabalha sem parar.
E trabalho sério. Sem horário.
Pode parar de rir... Não é piada!

6- E SAIBA DE UMA COISA IMPORTANTE: Não é possível examinar processos pelo telefone. Precisa comentar?

7- Mais uma vez vale reiterar que ADVOGADO não é vidente, não joga tarô e nem tem bola de cristal.
Ele precisa examinar os processos muitas vezes para poder dar seu parecer com a segurança que você espera e quer. Agora, se você quer um milagre, saiba que não é o advogado que vai fazê-lo. Esse departamento é com Ele, lá em cima.

8- Em reuniões de amigos ou festas, o ADVOGADO reassume seu posto de amigo ou parente, exatamente como era antes dele passar no vestibular. Não peça conselhos (consulta "filada") sobre como recuperar dinheiro mal emprestado, como ajuizar ação de alimentos, como agir em decorrência de resultado de processo que está sendo cuidado por outro advogado. Respeite o momento e não peça dicas cerca de condutas jurídicas a serem tomadas, e nunca peça opinião sobre o outro profissional que está cuidando de caso seu.

9- Não existe apenas um "arrazoadozinho", uma "petiçãozinha" - qualquer requerimento é uma defesa ou inicial e tem que ser pensado, estudado, analisado e, é claro, retribuído. Como? Ora, desde que os fenícios criaram a moeda.

10- Quanto ao uso do celular, saiba que o celular é, essencialmente, uma ferramenta de trabalho. Por favor, ligue apenas quando necessário. Fora do horário de expediente, mesmo que você não acredite, o ADVOGADO pode estar fazendo algo como você, humano que é, tal como dormir ou estar desfrutando de um merecido momento de lazer.

Nas situações acima, o ADVOGADO pode atender à sua consulta ou prestar serviços urgentes (problemas criminais, "hábeas corpus", etc.)?

Sim, ele pode até atender; neste caso não esqueça que ele estará agindo profissionalmente, portanto, aplica-se o que foi dito no item 9 supra.

11- Por favor, não pechinche. Respeite o profissional. Lembrete: cara feia na hora de assinar cheque não diminui o que você tem que pagar.

12- Antes da consulta: por favor, marque hora. Se você pular essa etapa, não fique andando de um lado para o outro na sala de espera e nem pressionando a secretária. Ela não tem culpa da sua inabilidade.

Ah! E não espere que o ADVOGADO vá encaixá-lo no horário de quem já estava marcado, só porque vocês são amigos ou parentes. Se tiver fila, obedeça a ordem.

Só vá ao escritório sem prévia marcação da consulta se for caso de emergência (tipo: minha sogra foi presa, meu filho foi para a Febem).

Lembre-se: como qualquer outro profissional (médico, dentista, etc.), caso o chamado de emergência ocorrer fora do expediente normal de trabalho, os honorários também serão extraordinários.

13- Repetir a mesma pergunta mais de 15 vezes não vai fazer o ADVOGADO mudar a resposta.

14- Quando se diz que o horário de atendimento do período da manhã é até às 12h, não significa que você pode chegar às 11h e 55m.
Se você pretender cometer essa gafe, vá depois do almoço. O mesmo vale para a parte da tarde: vá no dia seguinte.

15- Na hora da consulta, basta que esteja presente o cliente. Você deve responder somente às perguntas feitas pelo ADVOGADO.

Por favor, deixe o cunhado, os amigos do cunhado, seus vizinhos com seus respectivos filhos nas casas deles.

Não fique bombardeando o ADVOGADO com milhares de perguntas durante o atendimento. Isso tira a concentração.

ATENÇÃO: Evite perguntas que não tenham relação com o processo.

16- Infelizmente para você, a cada consulta, o ADVOGADO poderá examinar apenas um único caso. Lamentamos informar, mas seu outro problema/caso terá que passar por nova consulta, que também deverá ser paga.

17- O ADVOGADO não deixará de cobrar a consulta só porque você teve despesas com as custas processuais.

18- E, finalmente, ADVOGADO também é filho de DEUS e não filho daquilo que você pode ter pensado...

FELIZ DIA DOS ADVOGADOS!!!

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Quero voltar a ser feliz


Fui criada com princípios morais comuns.

Quando criança, ladrões tinham a aparência de ladrões e nossa única preocupação em relação à segurança era a de que os “lanterninhas” dos cinemas nos expulsassem devido às batidas com os pés no chão quando uma determinada música era tocada no início dos filmes, nas matinês de domingo.

Mães, pais, professores, avós, tios, vizinhos eram autoridades presumidas, dignas de respeito e consideração. Quanto mais próximos, e/ou mais velhos, mais afeto.

Inimaginável responder deseducadamente à policiais, mestres, aos mais idosos, autoridades.

Confiávamos nos adultos porque todos eram pais e mães de todas as crianças da rua, do bairro, da cidade.

Tínhamos medo apenas do escuro, de sapos, de filmes de terror.

Hoje me deu uma tristeza infinita por tudo que perdemos. Por tudo que meus netos um dia temerão.

Pelo medo no olhar de crianças, jovens, velhos e adultos.

Matar os pais, os avós, violentar crianças, seqüestrar, roubar, enganar, passar a perna, tudo virou banalidade de notícias policiais, esquecidas após o primeiro intervalo comercial.

Agentes de trânsito multando infratores são exploradores, funcionários de indústrias de multas.

Policiais em blitz são abuso de autoridade.

Regalias em presídios são matéria votada em reuniões.

Direitos humanos para criminosos, deveres ilimitados para cidadãos honestos.

Pagar dívidas em dia é bancar o bobo, anistia para os caloteiros de plantão.

Não levar vantagem é ser otário.

Ladrões de terno e gravata, assassinos com cara de anjo, pedófilos de cabelos brancos.

O que aconteceu conosco?

Professores surrados em salas de aula, comerciantes ameaçados por traficantes, grades em nossas janelas e portas.

Crianças morrendo de fome!

Que valores são esses?

Carros que valem mais que abraço, filhos querendo-os como brindes por passar de ano.

Celulares nas mochilas dos recém saídos das fraldas.

TV, DVD, vídeo-games...

O que vai querer em troca desse abraço, meu filho?

Mais vale um Armani do que um diploma.

Mais vale um telão do que um papo.

Mais vale um baseado do que um sorvete.

Mais valem dois vinténs do que um gosto.

Que lares são esses?

Jovens ausentes, pais ausentes. Droga presente.

E o presente? Uma droga! O que é aquilo?

Uma árvore, uma galinha, uma estrela, ou uma flor?

Quando foi que tudo sumiu ou virou ridículo?

Quando foi que esqueci o nome do meu vizinho?

Quando foi que olhei nos olhos de quem me pede roupa, comida, calçado sem sentir medo?

Quando foi que me fechei?

Quero de volta a minha dignidade, a minha paz.

Quero de volta a lei e a ordem.

Quero liberdade com segurança!

Quero tirar as grades da minha janela para tocar as flores!

Quero sentar na calçada e ter a porta aberta nas noites de verão.

Quero a honestidade como motivo de orgulho.

Quero a retidão de caráter, a cara limpa e o olho no olho.

Quero a esperança, a alegria.

Quero a vergonha, a solidariedade.

Teto para todos, comida na mesa, saúde a mil.

Quero calar a boca de quem diz: “ a nível de”, enquanto pessoa.

Abaixo o “TER”, viva o “SER”!

E viva o retorno da verdadeira vida, simples como uma gota de chuva, limpa como um céu de abril, leve como a brisa da manhã! E definitivamente comum, como eu.

Adoro o meu mundo simples e comum.

Ter o amor, a solidariedade, a fraternidade como base.

Vamos voltar a ser “gente”?

A indignação diante da falta de ética, de moral, de respeito...

Discordar do absurdo.

Construir sempre um mundo melhor, mais justo, mais humano, onde as pessoas respeitem as pessoas.

Utopia? Não...

...se você e eu fizermos nossa parte e contaminarmos mais pessoas, e essas pessoas contaminarem mais pessoas..

...hein?

Quem sabe?... Melhoraremos o mundo.

(Autor desconhecido)